ANEXOS ANEXO I (Questionário) Questionário Neste questionário vais encontrar perguntas sobre a tua vida na escola. Não deves pôr o teu nome. Ninguém, excepto o investigador, lerá estes questionários. Mas é importante que respondas com toda a verdade e com sinceridade. Se tens perguntas põe a mão no ar. Há várias respostas depois de cada pergunta. Cada resposta tem em frente uma letra. Para a maior parte das perguntas, responderás fazendo um círculo na letra correspondente à tua resposta. 1. És rapaz ou rapariga? _______________________ Idade: ______ SOBRE SER MALTRATADO POR OUTROS NA ESCOLA 2. Onde foste maltratado na escola? Podes assinalar uma ou mais respostas. H. Não fui maltratado na escola desde o ano passado. I. Na minha turma. J. Nos corredores ou saídas da escola. K. No recreio. L. Na casa de banho. M. Nas aulas de Educação Física. N. Em outro lugar da escola. Por favor escreve qual: __________________________ SOBRE SER MALTRATADO POR OUTROS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 3. Com que frequência tens sido maltratado nas aulas de Educação Física? Assinala com um círculo apenas uma resposta. F. Não fui maltratado nas aulas de Educação Física. G. Só 1 ou 2 vezes. H. De 3 a 6 vezes. I. Uma vez por semana. J. Em todas as aulas de Educação Física. 4. De que maneira tens sido maltratado nas aulas de Educação Física? Podes assinalar uma ou mais respostas. J. Não fui maltratado nas aulas de Educação Física. K. Deram-me murros, pontapés. L. Deram-me empurrões. M. Fizeram-me rasteiras. N. Fui ameaçado. O. Chamaram-me nomes e insultaram-me por causa da minha cor ou raça. P. Chamaram-me nomes, insultaram-me ou gozaram comigo. Q. Gritaram comigo. R. Não me deixaram fazer parte do seu grupo/equipa. S. Chatearam-me. T. Outras. Diz como: _______________________________________________________________ 5. Costumas ser maltratado por um ou por vários colegas, nas aulas de Educação Física? Assinala apenas uma resposta. G. Não fui maltratado nas aulas de Educação Física. H. Principalmente por um colega. I. Por 2 a 3 colegas. J. Por 4 a 9 colegas. K. Por mais de 9 colegas. L. Não posso dizer quantos. 6. Costumas ser maltratado por rapazes ou raparigas, nas aulas de Educação Física? Assinala apenas uma resposta. G. Não fui maltratado nas aulas de educação Física. H. Só por rapazes. I. Principalmente por rapazes. J. Tanto por rapazes como por raparigas. K. Principalmente por raparigas. L. Só por raparigas. 7. O que é que habitualmente fizeste quando foste maltratado nas aulas de Educação Física? Assinala uma ou mais respostas. J. Não fui maltratado nas aulas de Educação Física. K. Chorei. L. Fugi. M. Ignorei-os. N. Disse-lhes que parassem. O. Pedi ajuda aos meus companheiros. P. Pedi ajuda a um adulto (Professor, funcionários, etc.). Q. Defendi-me. R. Isolei-me. S. Outras. Por favor diz como: _____________________________________________________________ 8. Nas aulas de Educação Física, em que atividades(s) costumas ser maltratado? Assinala uma ou mais respostas. A. Não fui maltratado nas aulas de Educação Física. B. Na organização das atividades. C. Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios com materiais. D. Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios sem materiais. E. Nas atividades realizadas no local com material. F. Nas atividades realizadas no local sem material. G. Nas atividades/Jogos de pares com material. H. Nas atividades/Jogos de pares sem material. I. Nas estafetas. J. Nos jogos de equipa (Jogo do mata, bola ao capitão…). K. Outras atividades. Por favor diz quais: ___________________________________________________________ SOBRE MALTRATAR OUTROS COMPANHEIROS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 9. Quantas vezes ajudaste a maltratar outros nas aulas de Educação Física? Assinala apenas uma resposta. F. Eu não ajudei a maltratar outros colegas nas aulas de Educação Física. G. Só uma ou 2 vezes. H. 3 ou 6 vezes. I. Uma vez por semana. J. Sempre. 10. Quando maltrataste outros colegas, normalmente fizeste-o sozinho ou com outros colegas? Assinala apenas uma resposta. F. Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física. G. Normalmente fi-lo sozinho. H. Normalmente fi-lo com 1-2 colegas. I. Normalmente fi-lo com 3-8 colegas. J. Normalmente fi-lo com mais de 8 colegas. 11. Maltrataste outro(s) colega(s) na(s) aula(s) de Educação Física, de alguma das seguintes formas? Podes assinalar uma ou mais respostas. J. Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física. K. Bati, dei pontapés. L. Empurrei. M. Ameacei. N. Chamei-lhes nomes por causa da sua cor ou raça. O. Chamei-lhes nomes ou gozei com ele/ela de outras maneiras. P. Gritei. Q. Pus de parte alguns colegas de propósito, afastando-os do meu grupo/equipa. R. Chateei. S. Fiz outras coisas. Por favor, diz o quê: ____________________________________________________________ MUITO OBRIGADO POR RESPONDERES A ESTE QUESTIONÁRIO. ANEXO II (Outputs) Output 1.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_A_A-V.sav Case Processing Summary Cases Valid N P2_Agregada * Escolas Missing Percent 229 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 229 100,0% P2_Agregada * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP Count 1 128a 46a 174 131,4 42,6 174,0 45a 10a 55 Expected Count Count 41,6 173 13,4 56 55,0 229 Expected Count 173,0 56,0 229,0 Expected Count P2_Agregada Count 2 Total Total Particular Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 1,542 1,127 1,615 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) ,214 ,288 ,204 Exact Sig. (1sided) ,280 ,144 ,218 ,280 ,144 ,144 229 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 13,45. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Anexo 1.2 [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_A_RG-V.sav Case Processing Summary Cases Valid N P2_Agregada * Escolas Missing Percent 432 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 432 P2_Agregada * Escolas Crosstabulation Escolas Ens. Regular 1 P2_Agregada 2 Total Count Total Particular 289a 46a 335 291,6 43,4 335,0 87a 10a 97 Expected Count Count 84,4 376 12,6 56 97,0 432 Expected Count 376,0 56,0 432,0 Expected Count Count 100,0% Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,781 ,507 ,817 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,377 ,476 ,366 Exact Sig. (1-sided) ,400 ,242 ,400 ,492 ,242 ,242 432 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 12,57. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 1.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_A_A-RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P2_Agregada * Escolas Missing Percent 549 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 549 100,0% P2_Agregada * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 P2_Agregada 2 Total Ens. Regular Count Expected Count Total 128a 289a 417 131,4 285,6 417,0 Count 45a 87a 132 Expected Count Count 41,6 173 90,4 376 132,0 549 Expected Count 173,0 376,0 549,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,536 ,390 ,531 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,464 ,532 ,466 549 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 41,60. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Exact Sig. (1-sided) ,519 ,265 ,519 ,519 ,265 ,265 Output 1.4 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Meu\Data_Ag_NAg.sav Case Processing Summary Cases Valid Missing N P2_Ag_NAg * Escolas Percent 605 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 605 100,0% P2_Ag_NAg * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP Count Não fui Agredido 128a 289a 46a 463 287,7 42,9 463,0 45a 87a 10a 142 Expected Count Count 40,6 173 88,3 376 13,1 56 142,0 605 Expected Count 173,0 376,0 56,0 605,0 Count Fui agredido Total Particular 132,4 Expected Count P2_Ag_NAg Total Ens. Regular Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio N of Valid Cases 1,627 1,676 605 Asymp. Sig. (2sided) 2 2 ,443 ,433 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 13,14. Output 2.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_so_ag_Alf_Ver.sav Case Processing Summary Cases Valid N P2 * Escolas Missing Percent 83 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 83 100,0% P2 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 2 Count Expected Count 3 4 P2 5 6 7 Total Particular 24a 0b 24 20,5 3,5 24,0 2a 3b 5 4,3 ,7 5,0 Count Expected Count Count Expected Count 31a 6a 37 31,7 5,3 37,0 Count Expected Count Total 5a 0a 5 4,3 ,7 5,0 Count 4a 1a 5 4,3 ,7 5,0 5a 2a 7 Expected Count Count 6,0 71 1,0 12 7,0 83 Expected Count 71,0 12,0 83,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 14,631 15,680 13,294 83 5 5 ,012 ,008 b ,014 b ,008 b ,008 Upper Bound ,011 ,006 ,006 ,017 ,011 ,010 a. 8 cells (66,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,72. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 2.2 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_so_ag_RG_Ver.sav Case Processing Summary Cases Valid N P2 * Escolas Missing Percent 132 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 132 100,0% P2 * Escolas Crosstabulation Escolas Ens. Regular 2 3 4 P2 5 6 7 Total Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Total Particular 34a 0b 34 30,9 3,1 34,0 5a 3b 8 7,3 ,7 8,0 58a 6a 64 58,2 5,8 64,0 4a 0a 4 4,0 Expected Count 3,6 ,4 Count 10a 1a 11 10,0 1,0 11,0 Expected Count Count 9a 2a 11 Expected Count Count 10,0 120 1,0 12 11,0 132 Expected Count 120,0 12,0 132,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 12,719 12,881 11,269 132 5 5 ,026 ,025 b ,032 b ,019 b ,022 Upper Bound ,027 ,016 ,018 ,036 ,023 ,025 a. 6 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,36. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 2.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_so_ag_Alf_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P2 * Escolas Missing Percent 191 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 191 100,0% P2 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP Count 2 Expected Count 24a 34a 58 21,6 36,4 58,0 Count 3 Expected Count Count 4 Expected Count P2 2a 5a 7 2,6 4,4 7,0 31a 58a 89 33,1 55,9 89,0 Count 5 5a 4a 9 3,3 5,7 9,0 4a 10a 14 5,2 8,8 14,0 5a 9a 14 Expected Count Count 5,2 71 8,8 120 14,0 191 Expected Count 71,0 120,0 191,0 Expected Count Count 6 Expected Count Count 7 Total Total Ens. Regular Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 2,629 2,597 2,623 191 5 5 b ,757 ,762 ,767 b ,781 b ,771 Upper Bound ,757 ,770 ,760 ,778 ,791 ,781 a. 3 cells (25,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 2,60. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1314643744. Output 3.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Case Processing Summary Cases Valid N So_AGr * Escolas Missing Percent 191 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% So_AGr * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 So_AGr 2 Total Count Total Ens. Regular 67a 110a 177 65,8 111,2 177,0 4a 10a 14 Expected Count Count 5,2 71 8,8 120 14,0 191 Expected Count 71,0 120,0 191,0 Expected Count Count Percent 191 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. 100,0% c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,479 ,164 ,496 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,489 ,686 ,481 Exact Sig. (1sided) ,576 ,350 ,576 ,576 ,350 ,350 191 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,20. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 3.2 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Case Processing Summary Cases Valid N So_AGr * Escolas Missing Percent 83 N 100,0% Total Percent 0 N Percent 0,0% 83 100,0% So_AGr * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 So_AGr 2 Total Count Expected Count Count Total Particular 67a 11a 78 66,7 11,3 78,0 4a 1a 5 Expected Count Count 4,3 71 ,7 12 5,0 83 Expected Count 71,0 12,0 83,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,132 ,000 ,121 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,716 1,000 ,728 83 a. 2 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,72. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Exact Sig. (1-sided) 1,000 ,552 1,000 ,552 ,552 ,552 Output 3.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Case Processing Summary Cases Valid Missing N Percent So_AGr * Escolas 132 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 132 100,0% So_AGr * Escolas Crosstabulation Escolas Ens. Regular 1 So_AGr 2 Total Count Total Particular 110a 11a 121 110,0 11,0 121,0 10a 1a 11 Expected Count Count 10,0 120 1,0 12 11,0 132 Expected Count 120,0 12,0 132,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,000 ,000 ,000 1 1 1 Asymp. Sig. (2-sided) Exact Sig. (2-sided) 1,000 1,000 1,000 1,000 ,738 1,000 1,000 ,738 ,738 132 a. 1 cells (25,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,00. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 4.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Exact Sig. (1-sided) Output 5.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P1 sexo * Escolas 14 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 14 100,0% P1 sexo * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP P1 sexo Total Ens. Regular Fem 2a 6a 8 Mas 2a 4 4a 10 6 14 Total Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,117 ,000 ,116 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,733 1,000 ,733 14 a. 3 cells (75,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,71. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 5.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Exact Sig. (1-sided) 1,000 ,594 1,000 1,000 ,594 ,594 Output 5.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Output 5.4 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\1.Onde Foste\P2_Q10_C.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent ciclo * Escolas 14 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 14 100,0% ciclo * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 2.º Ciclo ciclo 3.º Ciclo Total Count Total Ens. Regular 3a 6a 9 2,6 6,4 9,0 1a 4a 5 Expected Count Count 1,4 4 3,6 10 5,0 14 Expected Count 4,0 10,0 14,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,280 ,000 ,290 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,597 1,000 ,590 14 a. 3 cells (75,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,43. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Exact Sig. (1-sided) 1,000 ,545 1,000 1,000 ,545 ,545 Output 6.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P10.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P10_Ag_NAg * Escolas 549 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 549 100,0% P10_Ag_NAg * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP Count Não Maltratei... P10_Ag_NAg Total Ens. Regular 159a 340a 499 Expected Count 157,2 341,8 499,0 % within Escolas 91,9% 90,4% 90,9% Count Outra situação Total 14a 36a 50 Expected Count 15,8 34,2 50,0 % within Escolas Count 8,1% 173 9,6% 376 9,1% 549 Expected Count % within Escolas 173,0 376,0 549,0 100,0% 100,0% 100,0% Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,314 ,161 ,321 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,575 ,688 ,571 ,635 549 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 15,76. b. Computed only for a 2x2 table Output 6.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P10_Q_13_A.sav ,349 Output 6.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P10_Q_13_A.sav Output 6.4 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P10_Q_13_A.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent ciclo * Escolas 50 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 50 100,0% ciclo * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 2.º Ciclo ciclo 3.º Ciclo Total Count Expected Count Count Total Ens. Regular 6a 23a 29 8,1 20,9 29,0 8a 13a 21 Expected Count Count 5,9 14 15,1 36 21,0 50 Expected Count 14,0 36,0 50,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a 1,830 1,069 1,816 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,176 ,301 ,178 50 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,88. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Exact Sig. (1-sided) ,213 ,151 ,213 ,213 ,151 ,151 Output 6.5 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P10_Q_13_A.sav Case Processing Summary Cases Valid N P1 sexo * Escolas Missing Percent 50 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 50 100,0% P1 sexo * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP Fem P1 sexo Mas Total Total Ens. Regular Count Expected Count Count 5a 15a 20 5,6 14,4 20,0 9a 21a 30 Expected Count Count 8,4 14 21,6 36 30,0 50 Expected Count 14,0 36,0 50,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,149 ,004 ,150 Asymp. Sig. (2-sided) Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,700 ,949 ,698 ,758 ,478 ,758 ,758 ,478 ,478 1 1 1 50 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,60. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 6.6 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P10_Q_13_A.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P1 sexo * ciclo 50 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% P1 sexo * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º Ciclo Fem P1 sexo Mas Total Count Total 3.º Ciclo 9a 20 11,6 8,4 20,0 18a 12a 30 Expected Count Count 17,4 29 12,6 21 30,0 50 Expected Count 29,0 21,0 50,0 Expected Count Count 11a Percent 50 100,0% Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,123 ,003 ,123 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,726 ,953 ,726 Exact Sig. (1-sided) ,776 ,475 ,776 ,776 ,475 ,475 50 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 8,40. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 7 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Sexo_agressores\P6.sav Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Likelihood Ratio N of Valid Cases df a 3,563 3,387 549 Asymp. Sig. (2sided) 5 5 ,614 ,641 a. 4 cells (33,3%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 2,52. Output 8.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P6_Genero_GAM.sav Output 8.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P6_Genero_Alf.sav Output 9.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P6_Genero.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P1 sexo * P6_Agregada 48 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 48 100,0% P1 sexo * P6_Agregada Crosstabulation P6_Agregada 1 Count Fem Expected Count % of Total P1 sexo Count Mas Expected Count % of Total Count Total Expected Count % of Total Total 2 22a 7a 29 24,2 4,8 29,0 45,8% 14,6% 60,4% 18a 1a 19 15,8 3,2 19,0 37,5% 40 2,1% 8 39,6% 48 40,0 8,0 48,0 83,3% 16,7% 100,0% Each subscript letter denotes a subset of P6_Agregada categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a 6,028 4,685 6,825 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,014 ,030 ,009 ,019 48 a. 2 cells (,20%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,2. b. Computed only for a 2x2 table ,012 Anexo 9.2 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\2.Caracterização Vítimas\P6_Genero_Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P1 sexo * P6_Agregada 24 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 24 100,0% P1 sexo * P6_Agregada Crosstabulation P6_Agregada 1 Fem P1 sexo Mas Total Total 2 Count Expected Count Count 8a 7a 15 10,0 5,0 15,0 8a 1a 9 Expected Count Count 6,0 16 3,0 8 9,0 24 Expected Count 16,0 8,0 24,0 Each subscript letter denotes a subset of P6_Agregada categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 6,028 4,685 6,825 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,030 ,030 ,009 ,032 ,021 24 a. 1 cells (,011%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,0. b. Computed only for a 2x2 table Output 10 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3.sav Case Processing Summary Cases Valid N P3 * Escolas Missing Percent 78 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 78 100,0% P3 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP Count 2 Expected Count % within Escolas 19a 43a 62 19,1 42,9 62,0 79,2% 79,6% 79,5% 2a 7a 9 Count 3 Expected Count % within Escolas P3 4 2,8 6,2 9,0 8,3% 13,0% 11,5% Count 3a 0b 3 Expected Count ,9 2,1 3,0 12,5% 0,0% 3,8% 0a 4a 4 1,2 2,8 4,0 % within Escolas Count 0,0% 24 7,4% 54 5,1% 78 Expected Count 24,0 54,0 78,0 100,0% 100,0% 100,0% % within Escolas Count 5 Total Total Ens. Regular Expected Count % within Escolas Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 8,837 10,342 7,153 78 3 3 ,032 ,016 b ,025 b ,021 b ,040 Upper Bound ,021 ,018 ,035 a. 5 cells (62,5%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,92. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 112562564. Output 11 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_Alf_Masc.sav ,029 ,025 ,045 Output 12.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_Alf_2ºC.sav Output 12.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_Alf_3ºC.sav Output 12.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N P3 * ciclo Missing Percent 24 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 24 P3 * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º 2 P3 3 4 Total Count Expected Count Count Expected Count Count Total 3.º 13a 6a 19 13,5 5,5 19,0 1a 1a 2 1,4 ,6 2,0 3a 0a 3 Expected Count Count 2,1 17 ,9 7 3,0 24 Expected Count 17,0 7,0 24,0 Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 1,709 2,503 1,626 24 2 2 ,426 ,286 b ,562 b ,562 b ,562 Upper Bound ,549 ,549 ,549 a. 4 cells (66,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,58. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 13.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_RG_Fem.sav Output 13.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_RG_Masc.sav ,575 ,575 ,575 Output 13.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_RG_Gen.sav Case Processing Summary Cases Valid N P3 * P1 sexo Missing Percent 54 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% Percent 54 100,0% P3 * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem 2 P3 3 5 Total Total Mas Count 28a 15a 43 26,3 16,7 43,0 3a 4a 7 4,3 2,7 7,0 2a 2a 4 Expected Count Count 2,4 33 1,6 21 4,0 54 Expected Count 33,0 21,0 54,0 Expected Count Count Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a 1,479 1,447 1,682 54 Asymp. Sig. (2sided) 2 2 ,477 ,485 Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound b ,508 b ,508 b ,508 Upper Bound ,496 ,496 ,496 a. 4 cells (66,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,56. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 13.4 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_RG_2ºC.sav ,521 ,521 ,521 Output 13.5 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_RG_3ºC.sav Output 13.6 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P3_RG_Ciclo.sav Case Processing Summary Cases Valid N P3 * ciclo Missing Percent 54 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 54 100,0% P3 * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º Ciclo 2 P3 3 5 Total Count Expected Count Count Expected Count Count Total 3.º Ciclo 27a 16a 43 27,1 15,9 43,0 5a 2a 7 4,4 2,6 7,0 2a 2a 4 Expected Count Count 2,5 34 1,5 20 4,0 54 Expected Count 34,0 20,0 54,0 Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a ,504 ,502 ,659 54 2 2 ,777 ,778 b ,785 b ,785 b ,773 a. 4 cells (66,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,48. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. ,774 ,774 ,762 Upper Bound ,795 ,795 ,783 Output 14.1 Nonparametric Tests [DataSet3] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav Output 14.2 Nonparametric Tests [DataSet3] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav Output 14.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav Case Processing Summary Cases Valid N P4 * Escolas Missing Percent 220 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 220 100,0% P4 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 10 11 2 3 4 P4 5 6 7 8 9 Total Count Expected Count Total Ens. Regular 13a 28a 41 18,5 22,6 41,0 Count 0a 2a 2 Expected Count ,9 1,1 2,0 Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count 7a 5a 12 5,4 6,6 12,0 16a 12a 28 12,6 15,4 28,0 14a 15a 29 13,0 16,0 29,0 6a 4a 10 4,5 5,5 10,0 7a 2b 9 9,0 Expected Count 4,1 5,0 Count 18a 36b 54 24,3 29,7 54,0 Expected Count Count Expected Count Count 9a 6a 15 6,7 8,3 15,0 9a 11a 20 Expected Count Count 9,0 99 11,0 121 20,0 220 Expected Count 99,0 121,0 220,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 16,369 17,394 15,881 220 9 9 ,060 ,043 b ,051 b ,056 b ,057 a. 5 cells (25,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,90. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 15.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav ,046 ,050 ,051 Upper Bound ,057 ,062 ,063 Output 15.2 Nonparametric Tests [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_A.sav Output 15.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav Case Processing Summary Cases Valid N p4_agredido * Escolas Missing Percent 220 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 220 100,0% p4_agredido * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 p4_agredido 2 Total Count Total Ens. Regular 37a 32a 69 31,1 38,0 69,0 62a 89a 151 Expected Count Count 68,0 99 83,1 121 151,0 220 Expected Count 99,0 121,0 220,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a 3,020 2,534 3,013 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) ,082 ,111 ,083 220 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 31,05. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. SORT CASES BY Escolas (A). Exact Sig. (1sided) ,108 ,056 ,108 ,108 ,056 ,056 Output 16.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_A.sav Output 16.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_A.sav Output 16.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_RG.sav Output 16.4 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_RG.sav Output 16.5 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_A.sav Case Processing Summary Cases Valid N P4_Agregada * P1 sexo Missing Percent 99 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 99 100,0% P4_Agregada * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem 1 P4_Agregada 2 Total Count Expected Count Count Total Mas 24a 17a 37 25,8 18,8 37,0 45a 13a 62 Expected Count Count 43,2 69 11,2 30 62,0 99 Expected Count 69,0 30,0 99,0 Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,653 ,339 ,647 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,419 ,560 ,421 ,499 99 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 11,21. b. Computed only for a 2x2 table ,279 Output 16.6 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P4_Agregada * P1 sexo Missing Percent 121 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 121 100,0% P4_Agregada * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem Count 1 20a 12a 32 20,1 11,9 32,0 56a 33a 89 Expected Count Count 55,9 76 33,1 45 89,0 121 Expected Count 76,0 45,0 121,0 Expected Count P4_Agregada Count 2 Total Total Mas Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,002 ,000 ,002 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) 1,000 ,564 1,000 1,000 ,564 ,564 ,966 1,000 ,966 121 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 11,90. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 16.7 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav Case Processing Summary Cases Valid N p4_A * Escolas Missing Percent 75 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 75 100,0% p4_A * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 p4_A 2 Total Count Expected Count Count Total Ens. Regular 13a 12a 25 10,0 15,0 25,0 17a 33a 50 Expected Count Count 20,0 30 30,0 45 50,0 75 Expected Count 30,0 45,0 75,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 2,250 1,563 2,231 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,134 ,211 ,135 Exact Sig. (1-sided) ,211 ,106 ,211 ,144 ,106 ,106 75 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 10,00. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 16.8 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav Case Processing Summary Cases Valid N p4_A * Escolas Missing Percent 145 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 145 100,0% p4_A * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 p4_A 2 Total Count Expected Count Count Total Ens. Regular 24a 20a 44 20,9 23,1 44,0 45a 56a 101 Expected Count Count 48,1 69 52,9 76 101,0 145 Expected Count 69,0 76,0 145,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a 1,227 ,859 1,226 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,268 ,354 ,268 145 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 20,94. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Exact Sig. (1-sided) ,284 ,177 ,284 ,284 ,177 ,177 Output 17.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_A.sav Output 17.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_A.sav Output 17.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_RG.sav Output 17.4 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_RG.sav Output 17.5 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_A.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P4_Agregada * ciclo 99 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 99 100,0% P4_Agregada * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º 1 P4_Agregada 2 Total Count Total 3.º 29a 8a 37 28,4 8,6 37,0 47a 15a 62 Expected Count Count 47,6 76 14,4 23 62,0 99 Expected Count 76,0 23,0 99,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,086 ,002 ,087 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,769 ,962 ,769 99 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 8,60. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Exact Sig. (1-sided) ,811 ,486 ,811 ,811 ,486 ,486 Output 17.6 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P4_Agregada * ciclo Missing Percent 121 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 121 100,0% P4_Agregada * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º Ciclo Count 1 23a 9a 32 19,0 13,0 32,0 49a 40a 89 Expected Count Count 53,0 72 36,0 49 89,0 121 Expected Count 72,0 49,0 121,0 Expected Count P4_Agregada Count 2 Total Total 3.º Ciclo Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a 2,763 2,109 2,850 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,096 ,146 ,091 Exact Sig. (1-sided) ,141 ,072 ,101 ,141 ,072 ,072 121 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 12,96. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 17.7 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P4_So_Agredidos.sav Case Processing Summary Cases Valid N p4_A * Escolas Missing Percent 72 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 72 100,0% p4_A * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 p4_A 2 Total Count Expected Count Count Total Ens. Regular 8a 9a 17 5,4 11,6 17,0 15a 40a 55 Expected Count Count 17,6 23 37,4 49 55,0 72 Expected Count 23,0 49,0 72,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 2,339 1,517 2,246 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,126 ,218 ,134 Exact Sig. (1-sided) ,146 ,110 ,234 ,146 ,110 ,110 72 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,43. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 17.8 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados.sav Case Processing Summary Cases Valid N P5_Ag * Escolas Missing Percent 81 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% P5_Ag * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 P5_Ag 2 3 Total Count Expected Count Count Expected Count Count Percent 81 Total Ens. Regular 11a 20a 31 11,1 19,9 31,0 13a 23a 36 12,9 23,1 36,0 5a 9a 14 Expected Count Count 5,0 29 9,0 52 14,0 81 Expected Count 29,0 52,0 81,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,003 ,003 ,068 81 2 2 b ,999 ,999 1,000 b 1,000 b 1,000 Upper Bound 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,01. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 18 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos.sav Case Processing Summary Cases Valid N P5 * Escolas Missing Percent 81 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 81 100,0% P5 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 2 3 P5 5 6 Total Count Expected Count Count Total Ens. Regular 11a 20a 31 11,1 19,9 31,0 13a 23a 36 12,9 23,1 36,0 0a 2a 2 Expected Count ,7 1,3 2,0 Count 5a 7a 12 Expected Count Count 4,3 29 7,7 52 12,0 81 Expected Count 29,0 52,0 81,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 1,298 1,951 1,016 81 3 3 ,730 ,583 b ,795 b ,708 b ,854 a. 3 cells (37,5%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,72. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. ,784 ,696 ,845 Upper Bound ,805 ,720 ,863 Output 19.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados.sav Output 19.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados.sav Output 19.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados.sav Case Processing Summary Cases Valid N P5_Ag * Escolas Missing Percent 81 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% P5_Ag * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 1 P5_Ag 2 3 Total Count Expected Count Count Expected Count Count Percent 81 Total Ens. Regular 11a 20a 31 11,1 19,9 31,0 13a 23a 36 12,9 23,1 36,0 5a 9a 14 Expected Count Count 5,0 29 9,0 52 14,0 81 Expected Count 29,0 52,0 81,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a ,003 ,003 ,068 81 2 2 ,999 ,999 b 1,000 b 1,000 b 1,000 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,01. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 20.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_Masc_Alf.sa Output 20.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_Fem_Alf.sav 1,000 1,000 1,000 Upper Bound 1,000 1,000 1,000 Output 20.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_RG.sav Output 20.4 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_RG.sav Output 20.5 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_2.º_Alf.sav Output 20.6 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_3ºAlf.sav Output 20.7 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_RG.sav *Nonparametric Tests: One Sample. NPTESTS /ONESAMPLE TEST (P5_Ag) /MISSING SCOPE=ANALYSIS USERMISSING=EXCLUDE /CRITERIA ALPHA=0.05 CILEVEL=95. Output 20.8 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_RG.sav Output 20.9 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P5_Ag * P1 sexo 29 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 29 100,0% P5_Ag * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem 1 P5_Ag 2 3 Total Count Total Mas 6a 5a 11 7,2 3,8 11,0 9a 4a 13 8,5 4,5 13,0 4a 1a 5 Expected Count Count 3,3 19 1,7 10 5,0 29 Expected Count 19,0 10,0 29,0 Expected Count Count Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 1,130 1,152 1,085 29 2 2 ,568 ,562 b ,680 b ,680 b ,680 a. 4 cells (66,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,72. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1314643744. ,668 ,668 ,668 Upper Bound ,692 ,692 ,692 Output 20.10 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P5_Ag * P1 sexo Missing Percent 52 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 52 100,0% P5_Ag * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem 1 P5_Ag 2 3 Total Count Expected Count 16a 4b 20 12,3 7,7 20,0 12a 11a 23 14,2 8,8 23,0 Count Expected Count Total Mas Count 4a 5a 9 Expected Count Count 5,5 32 3,5 20 9,0 52 Expected Count 32,0 20,0 52,0 Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 4,843 5,070 4,885 52 2 2 b ,089 ,079 ,091 b ,099 b ,091 Upper Bound ,084 ,092 ,084 ,099 ,107 ,099 a. 1 cells (16,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,46. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 20.11 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N P5_Ag * ciclo Missing Percent 29 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 29 100,0% P5_Ag * ciclo Crosstabulation ciclo Total 2.º 1 P5_Ag 2 3 Total 3.º Count 10a 1a 11 Expected Count 9,1 1,9 11,0 Count Expected Count Count 9a 4a 13 10,8 2,2 13,0 5a 0a 5 Expected Count Count 4,1 24 ,9 5 5,0 29 Expected Count 24,0 5,0 29,0 Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 3,221 3,912 2,443 29 2 2 b ,200 ,141 ,224 b ,224 b ,284 Upper Bound ,213 ,213 ,272 ,234 ,234 ,296 a. 4 cells (66,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,86. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 20.12 Crosstabs [DataSe2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Quiquadrado\3.Numero_Agressores\P5_So_agredidos_Agregados_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P5_Ag * ciclo Missing Percent 52 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 52 P5_Ag * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º Ciclo 1 P5_Ag 2 3 Total Count Expected Count Count Expected Count Count Total 3.º Ciclo 13a 7a 20 12,3 7,7 20,0 14a 9a 23 14,2 8,8 23,0 5a 4a 9 Expected Count Count 5,5 32 3,5 20 9,0 52 Expected Count 32,0 20,0 52,0 Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,242 ,241 ,347 52 2 2 b ,886 ,887 ,933 b ,933 b ,933 Upper Bound ,926 ,926 ,926 ,939 ,939 ,939 a. 1 cells (16,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,46. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1314643744. Output 21 Crosstabs [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P9_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N P9 * Escolas Missing Percent 47 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 47 100,0% P9 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 2 3 P9 4 5 Total Count Expected Count Count Total Ens. Regular 8a 29a 37 9,4 27,6 37,0 2a 4a 6 1,5 4,5 6,0 0a 2a 2 Expected Count ,5 1,5 2,0 Count 2a 0b 2 Expected Count Count ,5 12 1,5 35 2,0 47 Expected Count 12,0 35,0 47,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 7,009 7,130 5,532 47 3 3 ,072 ,068 b ,117 b ,078 b ,117 a. 6 cells (75,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,51. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. ,109 ,071 ,109 Upper Bound ,126 ,084 ,126 Output 22.1 Crosstabs [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P9_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N P9 * P1 sexo Missing Percent 47 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 47 100,0% P9 * P1 sexo Crosstabulation Count P1 sexo Fem P9 Total Mas 1 ou 2 15 22 37 3a6 1 5 6 1 p/ semana 2 0 2 1 19 1 28 2 47 sempre Total Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 4,430 5,282 4,075 47 3 3 ,219 ,152 b ,295 b ,295 b ,192 a. 6 cells (75,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,81. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 112562564. Output 22.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Ratoo\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P9_So_Agressores.sav ,284 ,284 ,182 Upper Bound ,307 ,307 ,203 Output 23.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P9_So_Agressores.sav Output 23.2 Nonparametric Tests [DataSet13] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P9_So_Agressores.sav Output 23.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P9_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N P9 * ciclo Missing Percent 47 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% P9 * ciclo Crosstabulation Count ciclo 2.º Ciclo P9 1 ou 2 21 16 37 3a6 4 2 6 1 p/ semana 2 0 2 1 28 1 19 2 47 sempre Total Total 3.º Ciclo Percent 47 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 1,681 2,396 1,605 47 3 3 ,641 ,494 b ,739 b ,664 b ,844 ,727 ,652 ,835 a. 6 cells (75,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,81. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 92208573. Output 24.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Output 24.2 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N P11 Mean 54 Std. Deviation 6,61 Minimum 2,390 Maximum 2 10 Chi-Square Test Frequencies P11 Observed N bati, dei pontapés empurrei ameacei chamei nomes ou gozei de outras maneiras gritei pus de parte de propósito chateei fiz outras coisas Total Expected N Residual 2 9 2 6,8 6,8 6,8 -4,8 2,3 -4,8 13 6,8 6,3 3 8 15 2 54 6,8 6,8 6,8 6,8 -3,8 1,3 8,3 -4,8 Upper Bound ,750 ,676 ,853 Test Statistics P11 Chi-Square df Asymp. Sig. a 28,963 7 ,000 a. 0 cells (,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 6,8. Output 24.3 [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\11_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N P11 * Escolas Missing Percent 84 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% Percent 84 100,0% P11 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP bati, dei pontapés empurrei Count % within Escolas 6 3,7% 7,1% 7 9 16 23,3% 16,7% 19,0% 5 2 7 3,7% 8,3% chamei nomes por causa da raça ou Count cor % within Escolas 2 0 2 6,7% 0,0% 2,4% chamei nomes ou gozei de outras maneiras pus de parte de propósito chateei fiz outras coisas Count 2 13,3% 16,7% gritei Total % within Escolas Ens. Regular 4 % within Escolas ameacei P11 Count Total Count % within Escolas Count % within Escolas Count % within Escolas Count % within Escolas Count 0 13 13 0,0% 24,1% 15,5% 6 3 9 20,0% 5,6% 10,7% 0 8 8 0,0% 14,8% 9,5% 3 15 18 10,0% 27,8% 21,4% 3 2 5 % within Escolas Count 10,0% 30 3,7% 54 6,0% 84 % within Escolas 100,0% 100,0% 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 29,994 37,144 30,575 84 8 8 b ,000 ,000 ,000 b ,000 b ,000 Upper Bound ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 a. 11 cells (61,1%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,71. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 25.1 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 30 Std. Deviation 1,60 Minimum ,498 Maximum 1 2 Binomial Test Category tipo N Observed Prop. Test Prop. Group 1 físico 12 Group 2 verbal / social 18 ,60 30 1,00 Total ,40 Exact Sig. (2tailed) ,50 Exact Sig. (2-tailed) ,362 a ,362 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Output 25.2 [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 54 Std. Deviation 1,78 Minimum ,420 Maximum 1 2 Binomial Test Category tipo N Observed Prop. Group 1 verbal / social 42 Group 2 físico 12 ,22 54 1,00 Total ,78 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Test Prop. ,50 Exact Sig. (2tailed) Exact Sig. (2-tailed) ,000 ,000 a Output 25.3 [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent tipo * Escolas 84 N 100,0% Total Percent 0 N Percent 0,0% 84 100,0% tipo * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP tipo Total Ens. Regular físico 12a 12a 24 verbal / social 18a 30 42a 54 60 84 Total Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 2,987 2,179 2,920 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,084 ,140 ,087 Exact Sig. (1sided) ,129 ,071 ,129 ,129 ,071 ,071 84 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 8,57. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 26.1 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 17 Std. Deviation 1,53 Minimum ,514 Maximum 1 2 Binomial Test Category tipo Group 1 físico Group 2 verbal / social Total N Observed Prop. 8 Test Prop. ,47 9 ,53 17 1,00 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. ,50 Exact Sig. (2-tailed) Point Probability a 1,000 a ,185 Output 26.2 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 13 Std. Deviation 1,69 Minimum Maximum ,480 1 2 Binomial Test Category tipo Group 1 verbal / social Group 2 físico N Observed Prop. 9 Total Test Prop. ,69 4 ,31 13 1,00 Exact Sig. (2-tailed) Point Probability a ,50 a ,267 ,087 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Output 26.3 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 30 Std. Deviation 1,77 Minimum Maximum ,430 1 2 Binomial Test Category tipo Group 1 físico Group 2 verbal / social N Observed Prop. 7 Total Test Prop. ,23 23 ,77 30 1,00 Exact Sig. (2tailed) ,50 Exact Sig. (2tailed) a ,005 ,005 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Output 26.4 NPar Tests [DataSet5] C:\Users\Pedro Cravo\Desktop\SPSS Teresa Godinho\SPSS\P11_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 24 Std. Deviation 1,79 Minimum Maximum ,415 1 2 Binomial Test Category Group 1 tipo Group 2 Total verbal / social físico N Observed Prop. 19 ,79 5 ,21 24 1,00 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Test Prop. ,50 Exact Sig. (2tailed) Point Probability a ,007 a ,003 Output 26.5 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N tipo * P1 sexo Missing Percent 30 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 30 100,0% tipo * P1 sexo Crosstabulation Count P1 sexo Fem tipo físico verbal / social Total Total Mas 4 8 12 9 13 9 17 18 30 c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,814 ,277 ,824 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) ,367 ,599 ,364 Exact Sig. (1sided) ,465 ,301 ,465 ,465 ,301 ,301 30 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,20. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 26.6 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N tipo * P1 sexo Missing Percent 54 N Total Percent 100,0% 0 0,0% tipo * P1 sexo Crosstabulation Count P1 sexo Fem tipo Total físico verbal / social Total Mas 5 7 12 19 24 23 30 42 54 N Percent 54 100,0% c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,048 ,000 ,048 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) Exact Sig. (1sided) 1,000 ,546 1,000 1,000 ,546 ,546 ,826 1,000 ,826 54 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,33. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 26.7 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N tipo * Escolas Missing Percent 47 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 47 100,0% tipo * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP tipo Ens. Regular físico verbal / social Total Total 8 7 15 9 17 23 30 32 47 c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a 2,811 1,825 2,761 1 1 1 Asymp. Sig. (2-sided) Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,094 ,177 ,097 ,114 ,089 ,114 ,114 ,089 ,089 47 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,43. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 26.8 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid Missing N Percent tipo * Escolas 37 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 37 100,0% tipo * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP físico tipo verbal / social Total Total Ens. Regular 4 5 9 9 13 19 24 28 37 c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,452 ,074 ,443 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) ,501 ,786 ,506 Exact Sig. (1sided) ,691 ,386 ,691 ,691 ,386 ,386 37 a. 1 cells (25,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,16. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 27.1 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 21 Std. Deviation 1,57 Minimum ,507 Maximum 1 2 Binomial Test Category Group 1 tipo Group 2 Total físico verbal / social N Observed Prop. 9 ,43 12 ,57 21 1,00 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Test Prop. ,50 Exact Sig. (2-tailed) Point Probability a ,140 ,664 a Output 27.2 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 9 Std. Deviation 1,67 Minimum ,500 Maximum 1 2 Binomial Test Category tipo N Observed Prop. Group 1 físico 3 Group 2 verbal / social 6 ,67 9 1,00 Total Test Prop. ,33 Exact Sig. (2tailed) Point Probability a ,50 ,508 a ,164 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Output 27.3 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 30 Std. Deviation 1,80 Minimum ,407 Maximum 1 2 Binomial Test Category tipo Group 1 verbal / social Group 2 físico N Observed Prop. 24 Total Test Prop. ,80 6 ,20 30 1,00 Exact Sig. (2tailed) Exact Sig. (2tailed) ,001 ,001 ,50 a a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. Output 27.4 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N tipo Mean 24 Std. Deviation 1,75 Minimum ,442 Maximum 1 2 Binomial Test Category tipo Group 1 físico Group 2 verbal / social Total N Observed Prop. Test Prop. 6 ,25 18 ,75 24 1,00 a. Exact Results are provided instead of Monte Carlo for this test. ,50 Exact Sig. (2tailed) Point Probability a ,023 a ,008 Output 27.5 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N tipo * ciclo Missing Percent 30 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 30 100,0% tipo * ciclo Crosstabulation Count ciclo Total 2.º tipo 3.º físico verbal / social Total 9 3 12 12 21 6 9 18 30 c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,238 ,007 ,241 Asymp. Sig. (2-sided) Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,626 ,935 ,623 ,704 ,472 ,704 ,704 ,472 ,472 1 1 1 30 a. 1 cells (25,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,60. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 27.6 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores - RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N tipo * ciclo Missing Percent 54 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% tipo * ciclo Crosstabulation Count ciclo 2.º Ciclo tipo Total físico verbal / social Total 3.º Ciclo 6 6 12 24 30 18 24 42 54 Percent 54 100,0% c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,193 ,012 ,192 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) ,661 ,913 ,661 Exact Sig. (1sided) ,748 ,454 ,748 ,748 ,454 ,454 54 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,33. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 27.7 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N tipo * Escolas Missing Percent 51 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 51 100,0% tipo * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP tipo físico verbal / social Total Total Ens. Regular 9 6 15 12 21 24 30 36 51 c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 3,109 2,105 3,085 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) ,078 ,147 ,079 Exact Sig. (1sided) ,119 ,074 ,119 ,119 ,074 ,074 51 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 6,18. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 27.8 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P11_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N tipo * Escolas Missing Percent 33 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 33 100,0% tipo * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP tipo Total Ens. Regular físico 3 6 9 verbal / social 6 9 18 24 24 33 Total c Chi-Square Tests Value df a Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,229 ,002 ,224 Asymp. Sig. (2sided) 1 1 1 Exact Sig. (2sided) ,632 ,968 ,636 Exact Sig. (1sided) ,677 ,471 ,677 ,677 ,471 ,471 33 a. 1 cells (25,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 2,45. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 28.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid N P10 * Escolas Missing Percent 50 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% Percent 50 100,0% P10 * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP P10 Total Ens. Regular sozinho 6 12 18 1 ou 2 5 22 27 3a8 2 2 4 1 14 0 36 1 50 mais de 8 Total Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 4,990 4,961 4,925 50 3 3 ,173 ,175 b ,165 b ,207 b ,121 a. 4 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,28. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. ,156 ,197 ,112 Upper Bound ,175 ,218 ,129 Output 29.1 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 14 Std. Deviation 1,7857 Minimum ,80178 Maximum 1,00 3,00 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 3 ou mais Total Expected N 6 5 3 14 Residual 4,7 4,7 4,7 1,3 ,3 -1,7 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. 1,000 2 ,607 b ,710 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound ,698 Upper Bound ,721 a. 3 cells (100,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 4,7. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 334431365. Output 29.2 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 36 Std. Deviation 1,7222 ,56625 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 3 ou mais Total Expected N 12 22 2 36 12,0 12,0 12,0 Residual ,0 10,0 -10,0 Minimum 1,00 Maximum 3,00 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. 16,667 2 ,000 b ,000 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound ,000 Upper Bound ,001 a. 0 cells (,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 12,0. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1502173562. Output 29.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores.sav Case Processing Summary Cases Valid Missing N Percent grupo * Escolas 50 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 50 100,0% grupo * Escolas Crosstabulation Count Escolas TEIP grupo Total Ens. Regular sozinho 6 12 18 1 ou 2 5 22 27 3 14 2 36 5 50 3 ou mais Total Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 3,998 3,776 3,916 50 2 2 ,135 ,151 b ,127 b ,184 b ,127 Upper Bound ,118 ,174 ,118 ,136 ,194 ,136 a. 2 cells (33,3%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,40. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 329836257. Output 30.1 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 9 1,7778 Std. Deviation ,83333 Minimum 1,00 Maximum 3,00 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 3 ou mais Total Expected N 4 3 2 9 Residual 3,0 3,0 3,0 1,0 ,0 -1,0 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. ,667 2 ,717 b ,917 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound ,909 Upper Bound ,924 a. 3 cells (100,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 3,0. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 299883525. Output 30.2 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 5 Std. Deviation 1,8000 Minimum ,83666 Maximum 1,00 3,00 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 3 ou mais Total Expected N 2 2 1 5 1,7 1,7 1,7 Residual ,3 ,3 -,7 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. ,400 2 ,819 b 1,000 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound 1,000 Upper Bound 1,000 a. 3 cells (100,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 1,7. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 926214481. Output 30.3 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 21 Std. Deviation 1,5714 Minimum ,50709 Maximum 1,00 2,00 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 Total Expected N 9 12 21 Residual 10,5 10,5 -1,5 1,5 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. ,429 1 ,513 b ,663 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound ,651 Upper Bound ,675 a. 0 cells (,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 10,5. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1314643744. Output 30.4 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 15 Std. Deviation 1,9333 ,59362 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 3 ou mais Total Expected N 3 10 2 15 5,0 5,0 5,0 Residual -2,0 5,0 -3,0 Minimum 1,00 Maximum 3,00 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. 7,600 2 ,022 b ,029 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound ,025 Upper Bound ,034 a. 0 cells (,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 5,0. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 624387341. Output 30.5 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N Mean VAR00001 6 Std. Deviation 1,5000 Minimum ,54772 Maximum 1,00 2,00 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 Total Expected N 3 3 6 Residual 3,0 3,0 ,0 ,0 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. ,000 1 1,000 b 1,000 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound 1,000 Upper Bound 1,000 a. 2 cells (100,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 3,0. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 334431365. Output 30.6 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - Alf.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 8 2,0000 Std. Deviation ,92582 Minimum 1,00 Maximum 3,00 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 3 ou mais Total Expected N 3 2 3 8 Residual 2,7 2,7 2,7 ,3 -,7 ,3 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. ,250 2 ,882 b 1,000 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound 1,000 Upper Bound 1,000 a. 3 cells (100,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 2,7. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1502173562. Output 30.7 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N Mean Std. Deviation Minimum Maximum VAR00001 23 1,6087 ,49901 1,00 2,00 Chi-Square Test Frequencies sozinho 1 ou 2 Total VAR00001 Observed N Expected N 9 11,5 14 11,5 23 Residual -2,5 2,5 Test Statistics VAR00001 Chi-Square df Asymp. Sig. a 1,087 1 ,297 b Sig. ,397 Monte Carlo Sig. Lower Bound ,385 99% Confidence Interval Upper Bound ,410 a. 0 cells (,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 11,5. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 743671174. Output 30.8 NPar Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - RG.sav Descriptive Statistics N VAR00001 Mean 13 Std. Deviation 1,9231 Minimum ,64051 Maximum 1,00 3,00 Chi-Square Test Frequencies VAR00001 Observed N sozinho 1 ou 2 3 ou mais Total Expected N 3 8 2 13 Residual 4,3 4,3 4,3 -1,3 3,7 -2,3 Test Statistics VAR00001 a Chi-Square df Asymp. Sig. 4,769 2 ,092 b ,113 Sig. Monte Carlo Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound ,104 Upper Bound ,121 a. 3 cells (100,0%) have expected frequencies less than 5. The minimum expected cell frequency is 4,3. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 957002199. Output 30.9 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N VAR00001 * P1 sexo Missing Percent 14 N 100,0% Total Percent 0 0,0% VAR00001 * P1 sexo Crosstabulation Count P1 sexo Fem VAR00001 Total Total Mas sozinho 2 4 6 1 ou 2 2 3 5 3 ou mais 1 5 2 9 3 14 N Percent 14 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases ,062 ,062 ,392 14 2 2 b ,969 ,970 1,000 b 1,000 b 1,000 Upper Bound 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 a. 6 cells (100,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,07. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1314643744. Output 30.10 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N VAR00001 * ciclo Missing Percent 14 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% Percent 14 100,0% VAR00001 * ciclo Crosstabulation Count ciclo 2.º VAR00001 Total 3.º sozinho 3 3 6 1 ou 2 3 2 5 3 ou mais 0 6 3 8 3 14 Total Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 2,975 4,074 2,695 14 2 2 ,226 ,130 b ,326 b ,266 b ,326 a. 6 cells (100,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,29. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1502173562. ,314 ,255 ,314 Upper Bound ,338 ,278 ,338 Output 30.11 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - RG.sav Case Processing Summary Cases Valid Missing N Percent VAR00001 * P1 sexo 36 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 36 100,0% VAR00001 * P1 sexo Crosstabulation Count P1 sexo Fem Mas sozinho VAR00001 Total 3 9 12 1 ou 2 10 12 22 3 ou mais 2 15 0 21 2 36 Total Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 4,301 5,089 3,802 36 2 2 b ,116 ,078 ,128 b ,099 b ,128 Upper Bound ,119 ,091 ,119 ,136 ,107 ,136 a. 2 cells (33,3%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,83. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 112562564. Output 30.12 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P10_So_Agressores - RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N VAR00001 * ciclo Missing Percent 36 N 100,0% Total Percent 0 0,0% VAR00001 * ciclo Crosstabulation Count ciclo 2.º sozinho VAR00001 Total Total 3.º 9 3 12 1 ou 2 14 8 22 3 ou mais 0 23 2 13 2 36 N Percent 36 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound a Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases 4,181 4,755 3,556 36 2 2 b ,124 ,093 ,184 b ,163 b ,184 Upper Bound ,174 ,154 ,174 ,194 ,173 ,194 a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,72. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 92208573. Output 31.1 Crosstabs [DataSet0] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_Agredidos_1.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7 * Escolas Missing Percent 187 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 187 P7 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 10 2 3 4 P7 5 6 7 8 9 Total Total Ens. Regular Count 1a 1a 2 Expected Count ,7 1,3 2,0 Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count 8a 10a 18 6,4 11,6 18,0 5a 3a 8 2,8 5,2 8,0 22a 38a 60 21,2 38,8 60,0 6a 20a 26 9,2 16,8 26,0 1a 3a 4 1,4 2,6 4,0 5a 13a 18 Expected Count 6,4 11,6 18,0 Count 15a 22a 37 13,1 23,9 37,0 3a 11a 14 Expected Count Count 4,9 66 9,1 121 14,0 187 Expected Count 66,0 121,0 187,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. 100,0% Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 7,446 7,503 7,544 187 8 8 b ,489 ,483 ,505 b ,573 b ,469 Upper Bound ,492 ,560 ,456 ,518 ,585 ,481 a. 6 cells (33,3%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,71. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. Output 31.2 Nonparametric Tests [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Output 31.3 Nonparametric Tests [DataSet0] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_Agredidos_1.sav Output 32.1 Crosstabs [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * ciclo Missing Percent 121 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 121 100,0% P7_Agregada * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º Ciclo Count 1 Expected Count P7_Agregada Count 2 Total Total 3.º Ciclo 50a 32a 82 50,8 31,2 82,0 25a 14a 39 Expected Count Count 24,2 75 14,8 46 39,0 121 Expected Count 75,0 46,0 121,0 Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,110 ,017 ,110 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 ,741 ,896 ,740 Exact Sig. (2-sided) Exact Sig. (1-sided) ,842 ,450 ,842 ,842 ,450 ,450 121 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 14,83. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 32.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Output 32.3 Nonparametric Tests [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Output 33.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * P1 sexo Missing Percent 66 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% Percent 66 100,0% P7_Agregada * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem 1 P7_Agregada 2 Total Count Total Mas 30a 14a 44 30,0 14,0 44,0 15a 7a 22 Expected Count Count 15,0 45 7,0 21 22,0 66 Expected Count 45,0 21,0 66,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,000 ,000 ,000 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) 1,000 1,000 1,000 66 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 7,00. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 33.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Exact Sig. (1-sided) 1,000 ,614 1,000 1,000 ,614 ,614 Output 33.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Output 33.4 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * P1 sexo Missing Percent 121 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 121 100,0% P7_Agregada * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem 1 P7_Agregada 2 Total Count Total Mas 56a 26a 82 54,9 27,1 82,0 25a 14a 39 Expected Count Count 26,1 81 12,9 40 39,0 121 Expected Count 81,0 40,0 121,0 Expected Count Count Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,210 ,063 ,208 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,647 ,802 ,648 121 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 12,89. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Exact Sig. (1-sided) ,682 ,398 ,682 ,682 ,398 ,398 Output 33.5 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Output 33.6 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Output 34.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * ciclo Missing Percent 66 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% 66 P7_Agregada * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º 1 P7_Agregada 2 Total Count Expected Count Count Percent Total 3.º 34a 10a 44 34,7 9,3 44,0 18a 4a 22 Expected Count Count 17,3 52 4,7 14 22,0 66 Expected Count 52,0 14,0 66,0 Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. 100,0% c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df Asymp. Sig. (2-sided) a ,181 ,011 ,185 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,670 ,915 ,667 Exact Sig. (1-sided) ,759 ,466 ,759 ,759 ,466 ,466 66 a. 1 cells (25,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 4,67. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 34.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Output 34.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_Alf.sav Output 34.4 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * ciclo Missing Percent 121 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 121 100,0% P7_Agregada * ciclo Crosstabulation ciclo 2.º Ciclo 1 P7_Agregada 2 Total Count Expected Count Count Total 3.º Ciclo 50a 32a 82 50,8 31,2 82,0 25a 14a 39 Expected Count Count 24,2 75 14,8 46 39,0 121 Expected Count 75,0 46,0 121,0 Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. c Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square b Continuity Correction Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases df a ,110 ,017 ,110 Asymp. Sig. (2-sided) 1 1 1 Exact Sig. (2-sided) ,741 ,896 ,740 Exact Sig. (1-sided) ,842 ,450 ,842 ,842 ,450 ,450 121 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 14,83. b. Computed only for a 2x2 table c. For 2x2 crosstabulation, exact results are provided instead of Monte Carlo results. Output 34.5 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Output 34.6 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P7_So_agredidos_RG.sav Output 35 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_ID_Vitimas.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Recodificada * Escolas Missing Percent 106 N 100,0% Total Percent 0 N 0,0% Percent 106 100,0% P7_Recodificada * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP Count 1 Expected Count % within Escolas P7_Recodificada 2 22a 33a 55 20,8 34,2 55,0 51,9% 55,0% 50,0% Count 10a 12a 22 Expected Count 8,3 13,7 22,0 25,0% 18,2% 20,8% 8a 21a 29 10,9 18,1 29,0 20,0% 40 31,8% 66 27,4% 106 % within Escolas Count 3 Expected Count % within Escolas Count Total Total Ens. Regular Expected Count % within Escolas 40,0 66,0 106,0 100,0% 100,0% 100,0% Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 1,949 1,994 1,958 106 2 2 ,377 ,369 b ,399 b ,355 b ,386 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 8,30. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. ,386 ,343 ,373 Upper Bound ,411 ,368 ,398 Output 36.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_Alf.sav Output 36.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_Alf.sav Output 36.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_RG.sav Output 36.4 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_RG.sav Output 37.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_Alf.sav Output 37.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_Alf.sav Output 37.3 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_RG.sav Output 37.4 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_RG.sav Output 38.1 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_Alf.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * P1 sexo Missing Percent 32 100,0% N Total Percent 0 N 0,0% Percent 32 100,0% P7_Agregada * P1 sexo Crosstabulation P1 sexo Fem 1 P7_Agregada 2 Total Count Expected Count Count Total Mas 12a 10a 22 11,0 11,0 22,0 4a 6a 10 Expected Count Count 5,0 16 5,0 16 10,0 32 Expected Count 16,0 16,0 32,0 Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Output 38.2 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * P1 sexo Missing Percent 45 N Total Percent 100,0% 0 N 0,0% Percent 45 100,0% P7_Agregada * P1 sexo Crosstabulation Count P1 sexo Fem P7_Agregada Total Mas 1 20a 13a 33 2 6a 26 6a 19 12 45 Total Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Output 38.3 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * P1 sexo Missing Percent 45 N 100,0% 0 P7_Agregada * P1 sexo Crosstabulation Count P1 sexo Fem P7_Agregada Total Total Mas 1 20a 13a 33 2 6a 26 6a 19 12 45 Each subscript letter denotes a subset of P1 sexo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Total Percent 0,0% N Percent 45 100,0% Output 38.4 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\Estudo das vítimas\P7_So_Agredidos_id_sem3_RG.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P7_Agregada * ciclo 45 N Total Percent 100,0% 0 N Percent 0,0% 45 100,0% P7_Agregada * ciclo Crosstabulation Count ciclo 2.º Ciclo P7_Agregada Total 3.º Ciclo 1 20a 13a 33 2 7a 27 5a 18 12 45 Total Each subscript letter denotes a subset of ciclo categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Output 39.1 Crosstabs [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P3_P7\P7_P3_sem3.sav Case Processing Summary Cases Valid N Missing Percent P7_Recodificada * P3 53 N 79,1% Total Percent 14 N 20,9% Percent 67 100,0% P7_Recodificada * P3 Crosstabulation P3 2 1 P7_Recodificada 2 Total Count Expected Count Count Total 3 4 32a 6a 2a 40 32,5 5,3 2,3 40,0 11a 1a 1a 13 Expected Count Count 10,5 43 1,7 7 ,7 3 13,0 53 Expected Count 43,0 7,0 3,0 53,0 Each subscript letter denotes a subset of P3 categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test Linear-by-Linear Association N of Valid Cases Monte Carlo Sig. (1-sided) Sig. Upper Bound Lower Bound ,548 ,589 ,744 a 2 2 ,760 ,745 ,861 b ,861 b 1,000 b ,852 ,852 1,000 ,870 ,870 1,000 c 1 ,913 1,000 b 1,000 1,000 ,012 99% Confidence Interval b ,592 Upper Bound ,580 ,605 53 a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,74. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 624387341. c. The standardized statistic is -,109. Output 39.2 Crosstabs [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P7\P5_P7\P5_P7_So_Agredidos_id.sav Case Processing Summary Cases Valid N P7_Agregada * P5_Agregada Missing Percent 51 N 87,9% Total Percent 7 N Percent 12,1% 58 100,0% P7_Agregada * P5_Agregada Crosstabulation P5_Agregada 1 Count 1 Expected Count P7_Agregada Count 2 Total Total 2 3 15a 19a 6a 40 15,7 18,0 6,3 40,0 5a 4a 2a 11 Expected Count Count 4,3 20 5,0 23 1,7 8 11,0 51 Expected Count 20,0 23,0 8,0 51,0 Each subscript letter denotes a subset of P5_Agregada categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test Linear-by-Linear Association N of Valid Cases ,432 ,438 ,633 a 2 2 ,806 ,803 c 1 ,843 ,039 Monte Carlo Sig. (1-sided) 99% Confidence Interval 99% Confidence Interval Upper Bound ,905 b ,905 b ,737 b ,897 ,897 ,726 ,913 ,913 ,748 b 1,000 1,000 1,000 Sig. 51 a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,73. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 2000000. c. The standardized statistic is -,198. Lower Bound b ,518 ,505 Upper Bound ,530 Output 40.1 Nonparametric Tests [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P8_So_agredidos.sav Output 40.2 Nonparametric Tests [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P8_So_agredidos.sav Output 40.3 [DataSet2] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Qui-quadrado\P8_So_agredidos.sav Case Processing Summary Cases Valid N P8 * Escolas Missing Percent 145 100,0% N Total Percent 0 0,0% N Percent 145 100,0% P8 * Escolas Crosstabulation Escolas TEIP 2 3 4 5 P8 6 7 8 9 10 Total Total Ens. Regular Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count Expected Count Count 8a 15a 23 7,6 15,4 23,0 5a 13a 18 6,0 12,0 18,0 1a 9a 10 3,3 6,7 10,0 6a 8a 14 4,6 9,4 14,0 0a 4a 4 1,3 2,7 4,0 6a 14a 20 6,6 13,4 20,0 3a 7a 10 3,3 6,7 10,0 1a 4a 5 1,7 3,3 5,0 18a 23a 41 Expected Count Count 13,6 48 27,4 97 41,0 145 Expected Count 48,0 97,0 145,0 Each subscript letter denotes a subset of Escolas categories whose column proportions do not differ significantly from each other at the ,05 level. Chi-Square Tests Value df Asymp. Sig. (2-sided) Monte Carlo Sig. (2-sided) Sig. 99% Confidence Interval Lower Bound Pearson Chi-Square Likelihood Ratio Fisher's Exact Test N of Valid Cases a 7,928 9,627 7,246 145 8 8 ,441 ,292 b ,448 b ,363 b ,508 ,435 ,350 ,495 a. 7 cells (38,9%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,32. b. Based on 10000 sampled tables with starting seed 1314643744. Output 41.1 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Coerencia_P2_P8.sav Upper Bound ,461 ,375 ,520 Output 41.2 Nonparametric Tests [DataSet1] C:\Users\Filipe Rato\Desktop\Tese\Coerencia_P9_P11.sav UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Dissertação de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário de: Filipe Dias Rato Orientador: Professor Doutor Francisco Gonçalves Vila Real, 2013 UNIVERSIDADE DE TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO Bullying nas aulas de Educação Física Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Francisco Gonçalves. AGRADECIMENTOS Esta investigação é o culminar do meu percurso na Universidade de Trás-Montes e Alto Douro, marcando o final de um ciclo muito importante na minha vida. Na realização desta investigação várias foram as pessoas e/ou entidades importantes que contribuíram de diversas formas para o estudo sobre o bullying nas aulas de Educação Física. Assim sendo, gostaria de endereçar-lhes um agradecimento. Em primeiro lugar ao meu orientador Professor Doutor Francisco Gonçalves, pela disponibilidade e apoio prestado. À minha esposa pela ajuda e apoio que me deu ao longo de todo o processo. À Professora Doutora Maria Teresa Godinho pela ajuda que me deu no tratamento estatístico. À Mestre Dulce Carvalho pelas correções, apoio, conselhos e partilha do seu saber. Aos Diretores das Escolas e Docentes onde realizei os estudos, pela disponibilidade e abertura das suas escolas. ii RESUMO Bullying é um ato de violência física ou psicológica realizado de forma repetitiva, por um ou vários indivíduos. Tem como objetivo manter um desequilíbrio de poder, sentindo o agressor prazer em magoar a vítima. É uma das maiores preocupações dos alunos, dado que uma elevada percentagem já esteve envolvida em situações de violência. No caso da Educação Física, a ocorrência de agressões e, mesmo, de bullying podem verificar-se, devido à competitividade e vontade de ganhar por parte dos alunos. Neste estudo foram inquiridos 605 alunos de ambos os sexos do 2º e 3º ciclos de três escolas com características diferentes, do concelho da Amadora. O tratamento estatístico desta informação permitiu verificar a existência de níveis de agressividade nos alunos das três escolas e analisar a agressividade nas aulas de Educação Física (sua importância, sua caraterização quanto à frequência e forma e ao número de agressores, a caraterização dos agentes envolvidos, os momentos da aula em que ocorreu). Esta análise conduziu à identificação de atos de bullying e à tipificação dos episódios registados. Palavras-chave: Agressão; Agressividade; Agressor; Bullies; Bullying; Educação Física. iii ABSTRACT Bullying is an act of physical or psychological violence done repeatedly, by one or more individuals. It aims to maintain an imbalance of power that provides pleasure to the aggressor by hurting the victim. It is a major concern for students, since a high percentage of them as been involved in violent situations. In the case of Physical Education the occurrence of aggressions and even bullying may occur due to the competitiveness and desire to win by the students. In this study 605 students, of both genders, in the 2nd and 3rd cycles of three schools, with different characteristics, in the municipality of Amadora, were questioned. The statistical analysis of this information demonstrated the existence of levels of aggressiveness in the students of the three schools and allowed to analyze the aggressiveness in the physical education classes (its importance, its characterization in frequency and in the way and number of aggressors, the characterization of the factors involved, and the moments in the classroom in which these events occurred). This analysis led to the identification of bullying actions and to the typification of the recorded episodes. Keywords: Aggression; Aggressiveness; Aggressor; Bullies; Bullying; Physical Education. iv ÍNDICE GERAL Agradecimentos ............................................................................................................ ii Resumo ........................................................................................................................iii Abstract ....................................................................................................................... iv Índice Geral .................................................................................................................. v Índice de Quadros........................................................................................................vii 1 Capítulo I - Introdução ........................................................................................... 1 2 Capítulo II – Revisão da literatura .......................................................................... 3 2.1 Definição de Bullying ...................................................................................... 3 2.2 Intervenientes ................................................................................................. 4 2.2.1 Agressores – sua caraterização............................................................... 4 2.2.2 VÍtimas – sua caraterização ..................................................................... 7 2.2.3 Espetadores – sua caraterização............................................................. 9 2.3 Bullying na Escola e suas consequências....................................................... 9 2.4 Bullying nas aulas de Educação Física ......................................................... 11 2.4.1 3 Estudos realizados ................................................................................ 13 Capítulo III – Metodologia .................................................................................... 15 3.1 Objetivos do estudo ...................................................................................... 15 3.2 Recolha e processamento dos dados ........................................................... 16 3.2.1 3.3 Descrição do questionário ..................................................................... 16 Caraterização da amostra ............................................................................. 17 3.3.1 Escola TEIP ........................................................................................... 18 3.3.2 Escola de Ensino Regular...................................................................... 19 3.3.3 Escola Particular.................................................................................... 20 3.3.4 Amostra ................................................................................................. 20 3.3.5 Aplicação dos inquéritos ........................................................................ 22 3.3.6 Processamento dos dados .................................................................... 23 v 4 Capitulo IV - Apresentação e discussão dos resultados....................................... 25 4.1 Verificação da existência de diferentes níveis de agressividade e identificação dos locais onde acorrem as agressões, na escola. Peso relativo das agressões nas aulas de Educação Física ....................................................................................... 27 4.2 Caraterização das vítimas e dos agressores por escola, género e ciclo ....... 32 4.3 Caraterização das agressões às vítimas quanto à frequência e forma, e quanto ao número de agressores ............................................................................ 39 4.3.1 Ponto de vista da vítima......................................................................... 39 4.3.2 Ponto de vista do agressor .................................................................... 53 4.3.3 Comparação dos pontos de vista da vítima e do agressor ..................... 66 4.4 Caraterização das reações das vítimas às agressões .................................. 67 4.5 Identificação dos momentos da aula em que ocorrem as agressões ............ 74 4.6 Verificação da existência de bullying nas aulas de Educação Física e tipificação dos episódios registados ........................................................................ 79 4.6.1 As vítimas de bullying ............................................................................ 80 4.6.2 Os agressores ou bullies ....................................................................... 85 4.7 Verificação da coerência das respostas apresentadas ................................. 88 5 Capítulo V - Conclusões ...................................................................................... 90 6 Bibliografia ............................................................... Erro! Marcador não definido. vi ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 – Alunos da Escola TEIP ............................................................................. 18 Quadro 2 – Amostra da Escola TEIP .......................................................................... 19 Quadro 3 – Alunos da Escola de Ensino Regular ....................................................... 19 Quadro 4 – Amostra da Escola de Ensino Regular ..................................................... 20 Quadro 5 – Alunos da Escola Particular...................................................................... 20 Quadro 6 – Amostra vs. Escola (totais) ....................................................................... 21 Quadro 7 – Amostra vs. Escola (análise por género) .................................................. 21 Quadro 8 – Amostra vs. Escola (análise por ciclo) ...................................................... 21 Quadro 10 – Níveis de vitimização nas 3 escolas ....................................................... 27 Quadro 10A – Níveis de vitimização nas 3 escolas ..................................................... 28 Quadro 10B – Local de ocorrência da agressão ........................................................ 29 Quadro 10C – Agressões nas aulas de Educação Física............................................ 30 Quadro 11 – Género das vítimas de agressão nas aulas de Educação Física ............ 32 Quadro 12 – Ciclo das vítimas de agressão nas aulas de Educação Física ................ 33 Quadro 13 – Admissão da prática de ações de agressão nas aulas de Educação Física ................................................................................................................................... 34 Quadro 13A – Género dos agressores nas aulas de Educação Física........................ 35 Quadro 13B – Ciclo frequentado pelos agressores nas aulas de Educação Física ..... 35 Quadro 14 – Género do agressor, segundo a vítima................................................... 36 Quadro 14A – Agressões perpetradas por cada um dos géneros, segundo a vítima .. 37 Quadro 15 – Quem agride e é agredido nas aulas de Educação Física na Escola TEIP ................................................................................................................................... 38 Quadro 16 – Quem agride e é agredido nas aulas de Educação Física Escola de Ensino Regular ........................................................................................................... 38 Quadro 17 – Com que frequência tens sido maltratado nas aulas de Educação Física? ................................................................................................................................... 39 vii Quadro 17A – Frequência das agressões nas aulas de Educação Física, segundo a vítima .......................................................................................................................... 40 Quadro 18A – Frequência das agressões em função do género da vítima na Escola TEIP ........................................................................................................................... 41 Quadro 18B – Frequência das agressões em função do ciclo de estudos frequentado pelo agredido na Escola TEIP ..................................................................................... 42 Quadro 19A – Frequência das agressões em função do género da vítima na Escola de Ensino Regular ........................................................................................................... 43 Quadro 19B – Frequência das agressões em função do ciclo de estudos frequentado pela vítima na Escola de Ensino Regular .................................................................... 43 Quadro 20 – De que maneira tens sido maltratado nas aulas de Educação Física? ... 44 Quadro 20A – Forma da agressão, segundo a vítima ................................................. 45 Quadro 21 – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo a vítima 46 Quadro 21A – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o género da vítima ..................................................................................................................... 47 Quadro 21B – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o ciclo da vítima ..................................................................................................................... 48 Quadro 22 – Costumas ser maltratado por um ou por vários colegas, nas aulas de Educação Física? ....................................................................................................... 50 Quadro 22A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo a vítima ................................................................................................................................... 50 Quadro 22B – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo a vítima (dados agregados) ...................................................................................................... 51 Quadro 23A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o género da vítima (dados agregados) .......................................................................... 52 Quadro 23B – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo da vítima (dados agregados) ...................................................................................... 52 Quadro 24 – Quantas vezes ajudaste a maltratar os outros nas aulas de Educação Física? ........................................................................................................................ 54 Quadro 24A – Frequência das agressões nas aulas de Educação Física, segundo o agressor...................................................................................................................... 54 Quadro25A – Frequência das agressões em função do género do agressor .............. 55 Quadro25B – Frequência das agressões em função do ciclo frequentado pelo agressor ................................................................................................................................... 56 viii Quadro 26 – Maltrataste outro(s) colega(s) na(s) aula(s) de Educação Física, de alguma das seguintes formas? ................................................................................... 57 Quadro 26A – Forma da agressão, segundo o agressor ............................................. 58 Quadro 27 – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o agressor ................................................................................................................................... 59 Quadro 27A – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o género do agressor................................................................................................................. 60 Quadro 27B – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o ciclo do agressor................................................................................................................. 61 Quadro 28 – Quando maltrataste outros colegas, normalmente fizeste-o sozinho ou com outros colegas? ................................................................................................... 62 Quadro 28A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o agressor...................................................................................................................... 63 Quadro 29 – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o agressor (dados agregados) ....................................................................................... 63 Quadro 29A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o género do agressor (dados agregados) ...................................................................... 64 Quadro 29B – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo do agressor (dados agregados) .................................................................................. 65 Quadro 30 – O que é que habitualmente fizeste quando foste maltratado nas aulas de Educação Física? ....................................................................................................... 67 Quadro 30A – Reações das vítimas à agressão nas aulas de Educação Física ......... 68 Quadro 31 – Reações das vítimas à agressão nas aulas de Educação Física ............ 69 Quadro31A – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o género da vítima (dados agregados) ...................................................................................... 70 Quadro 31B – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo da vítima (dados agregados) ........................................................................................... 70 Quadro 32 – Reações das vítimas à agressão nas aulas de Educação Física ............ 71 Quadro 32A – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o género da vítima (dados agregados) ...................................................................................... 72 Quadro 32B – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo da vítima (dados agregados) ........................................................................................... 72 Quadro 33 – Relação entre o tipo de vítima e a frequência das agressões ................. 73 ix Quadro 34 – Relação entre o tipo de vítima e o número de agressores ...................... 73 Quadro 35 - Nas aulas de Educação Física, em que atividade(s) costumas ser maltratado? ................................................................................................................. 75 Lista das atividades indicadas na categoria 11 e correspondência estabelecida ........ 76 Quadro 35A - Atividade(s) onde se registam maltratos nas aulas de Educação Física76 Quadro 36A – Atividades onde ocorrem as agressões, segundo o género ................. 77 Quadro 36B – Atividades onde ocorrem as agressões, segundo o ciclo ..................... 78 Quadro 37 – Vítimas de bullying nas aulas de Educação Física ................................. 81 Quadro 38 – Caraterização pelas vítimas de bullying do género do agressor, nas aulas de Educação Física .................................................................................................... 82 Quadro 39 – Caraterização do tipo de maltrato sofrido pelas vítimas de bullying, nas aulas de Educação Física ........................................................................................... 82 Quadro 40 – Indicação pelas vítimas de bullying do número de agressores nas aulas de Educação Física .................................................................................................... 83 Quadro 41 – Caraterização da reação das vítimas de bullying ao maltrato, nas aulas de Educação Física .................................................................................................... 84 Quadro 42 – Identificação da atividade onde ocorre a agressão às vítimas de bullying, nas aulas de Educação Física .................................................................................... 84 Quadro 43 –Bullies nas aulas de Educação Física ..................................................... 86 Quadro 44 – Indicação do número de agressores pelos bullies .................................. 86 Quadro 45 – Caraterização do tipo de agressão pelos bullies .................................... 87 Quadro 46 – Verificação da coerência das respostas dos inquiridos .......................... 88 x 1 CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO Os nossos dias são repletos de incertezas, de falta de perspetivas. Vive-se, principalmente, uma crise de valores em que as pessoas têm dificuldade em distinguir o bem do mal. Tentam obter os seus objetivos rapidamente, muitas das vezes sem olhar a meios, fundamentando o individualismo, a competitividade, e a violência. (Oliveira, 2000) Os jovens, facilmente influenciados, tendem a tornar-se vítimas da sociedade e, como tal, a escola não fica de fora dos problemas dos seus intervenientes. A violência, que agora designamos bullying, não é um problema novo (Olweus, 1993). Sempre existiu e, de certa forma, era aceite pela sociedade (Field, 1996), chegando a ser vista como natural (Neto, 2005) e como um ritual de transição (Haber & Glatzer, 2007). No entanto, este fenómeno crescente no mundo inteiro, especialmente entre crianças em idade escolar (Chalita, 2008), começando no jardim-de-infância, atingindo o auge no 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e declinando no Ensino Secundário (Beane, 2011), tem vindo a agravar-se e a tomar dimensões preocupantes, sendo já considerado um grave problema (Alexander, 2007). Casos ficaram para a história, como o narrado pela banda Pearl Jam na música “Jeremy” que fala de um aluno de 15 anos que se suicidou em frente da turma com um tiro, como forma de chamar à atenção por ser vítima de bullying, ou o massacre na escola Colombine, em Littleton no Colorado em 1999 em que dois alunos mataram 12 colegas e um professor, ferindo dezenas de outros (Fante & Pedra, 2008; Oliveira & Votre, 2006). Em Portugal, segundo as estatísticas da Policia de Segurança Pública, as denúncias de situações relacionadas com agressões nas escolas têm vindo a aumentar. Os media têm contribuído para dar maior visibilidade a este problema, quer através de notícias nos jornais, quer através de programas televisivos (Martins, 2005). Quanto às aulas de Educação Física, disciplina apontada como uma forma de combater a violência (Brazelton & Sparrow, 2006; Pereira et al. 2009), poucos são os dados disponíveis que nos permitam verificar aí a existência, ou não, de bullying e, no caso de existir, em que atividades ocorre. 1 Por isso, é pertinente estudar esta problemática, os seus intervenientes e as suas consequências; saber se o bullying é, ou não, uma opção consciente e quais as razões que levam os alunos nas escolas e nas aulas de Educação Física a agredirem física e verbalmente colegas de forma repetida, expondo as vítimas a humilhações constantes (Chalita, 2008). Deste modo, o nosso estudo no âmbito da dissertação de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário tem como finalidade verificar a existência de bullying nas aulas de Educação Física e tipificá-lo. Para tal, começámos por estudar, primeiro, a agressividade na escola (existência de níveis de agressividade e locais onde se manifestam) e, em seguida, a agressividade nas aulas de Educação Física: a importância das agressões e a sua caraterização quanto à frequência, forma e número de agressores; os momentos da aula em que ocorrem; a caraterização das vítimas e dos agressores por escola, género e ciclo; as reações das vítimas. Uma vez identificados atos de bullying nas aulas de Educação Física, caracterizámos a sua incidência, os agentes envolvidos e como se materializaram. O presente estudo está estruturado da seguinte maneira: Capitulo I – Introdução; Capitulo II – Revisão da literatura, para enquadramento do problema em estudo; Capitulo III – Metodologia, onde são definidos os objetivos e os métodos utilizados; Capitulo IV – Apresentação e discussão dos resultados, em que iremos responder aos objetivos por nós traçados; Capitulo V – Conclusão. 2 2 CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA 2.1 DEFINIÇÃO DE BULLYING Segundo Serrate (2009) a designação bullying foi utilizada pela primeira vez em 1978 pelo psicólogo norueguês, Dan Olwens, que usou este termo para referir a continuada intimidação de uma criança sobre outra, sem esta ter a possibilidade de se defender. Este problema, já considerado muito grave, afeta a vida de milhares de crianças (Elliott, 2002). Os jovens entre os 10 e os 18 anos referem que o bullying é uma das suas maiores preocupações, pois uma percentagem elevada deles, já esteve envolvida em situações de violência (Campos, 2006). Estas situações podem verificarse no bairro, nos transportes públicos, mas principalmente na escola (Castro & Barbazán 2007), onde as crianças passam mais tempo juntas e interagem (Beane, 2006), ocorrendo, normalmente, quando estão em grupo e sem a supervisão dos adultos (Davis et al., 2007). Para além destes locais o bullying também se pode manifestar em casa entre irmãos, perto de casa com os amigos/vizinhos, na escola entre colegas e nos clubes desportivos entre praticantes (Costa, 2008). Segundo Alexander (2007) existem dois elementos essenciais para a definição de bullying, que são o facto de ser realizado de forma persistente e com o objetivo deliberado de magoar a pessoa visada. Haber e Glatzer (2007) e Randal (1996) definem-no como um ato repetitivo ou crónico, que tem como objetivo manter um desequilíbrio de poder, em que o agressor sente prazer em magoar a vítima. Esse desequilíbrio, normalmente, é associado a uma diferença de poder, autoridade, responsabilidade (Field, 1996), bem como a uma diferença física, pois o agressor usa a sua superioridade física (Chalita, 2008) para agredir e controlar o seu alvo (Haber & Glatzer, 2007). Segundo Neto (2005) esta é uma situação desigual, pois a vítima não tem capacidade para se defender, visto ser física, social e psicologicamente mais frágil. Para Elliott (2002) o bullying tem diferentes vertentes, podendo ser físico: através de agarrar, empurrar, bater, usar armas, ou então, verbal, emocional, racial ou sexual. 3 Campos define bullying como: “(…)uma ação em que um ou mais indivíduos agridem física, verbal ou emocionalmente outro. Não se trata de uma zanga entre amigos, nem de uma cena de ciúmes, mas de um padrão repetido de intimidação física e psicológica, cuja intenção é provocar malestar, ganhar controlo sobre o outro e demonstrar poder”. (Campos 2007, p.8) A mesma autora refere que o tipo de bullying usado varia de acordo com o género. Segundo ela, as raparigas utilizam mais o bullying verbal/social, que se caracteriza por ofensas, humilhação, rumores e ditos. Os rapazes, utilizam mais a provocação e a violência física. Esta ideia é também defendida por Elliott (2002) que afirma serem os rapazes mais dados à violência física, e as raparigas mais cruéis verbalmente. 2.2 INTERVENIENTES Neste fenómeno de violência existem três intervenientes: os agressores/provocadores, também designados por bullies, as vítimas e as testemunhas (Campos, 2006), também designadas por espetadores ou seguidores (Beane, 2011). 2.2.1 AGRESSORES – SUA CARATERIZAÇÃO Para Haber e Glatzer (2007) grande parte das crianças experimentam o bullying como forma de testar o seu poder, mas rapidamente deixam de o fazer, ao contrário dos verdadeiros agressores que continuam a praticar atos de violência durante meses ou anos. Sampaio (2009, p. 117) refere que o agressor “(…) tem mais poder porque é mais velho, mais forte, de uma classe social diferente ou de outra etnia”. Agride as vítimas de forma sistemática e com intenção, apresenta prazer em a magoar quer física, quer psicologicamente. Já Serrate (2009, p.101) define o agressor como o “(…)agente dominante que exercerá violência física ou verbal de forma continuada contra outro aluno”. 4 Os agressores, tal como as vítimas, são “(…) produtos da nossa sociedade e são reflexo da qualidade das nossas famílias, escolas e comunidades. Ambos são vítimas e crianças em risco, e ambos precisam de ajuda” (Beane 2011, p.41). Os agressores são crianças que apresentam problemas emocionais, de aprendizagem e que não sabem como lidar com esses problemas, sendo normalmente vítimas de agressividade dentro da sua própria família (Campos, 2007). Esta ideia é partilhada por Beane (2006) para quem os bullies têm comportamentos de violência para com as suas vítimas, porque são provenientes de ambientes familiares cheios de violência, desentendimentos, falta de afetos. Vários autores procuram caraterizar os agressores em diferentes vertentes, nomeadamente na psicológica e física. Tognetta (2005) carateriza-os como tendo uma personalidade hostil, desafiadora, chegando mesmo a desafiar e enfrentar os pais, quer fisicamente, quer verbalmente, sendo bastante astuciosos e convincentes. Campos (2007) refere-os como jovens que apresentam problemas emocionais ou de aprendizagem, podendo ser inseguros e com baixa autoestima ou então, seguros, mimados e habituados a conseguir tudo o que pedem. Normalmente, caraterizam-se por serem fortes fisicamente (Oliveira & Votre, 2006). Cunha (2005) acrescenta que apresentam tendências agressivas para com os adultos e colegas da mesma idade, que são impulsivos e com uma opinião positiva sobre eles mesmos. Matos et al. (2009) ao caraterizar o agressor quanto ao seu perfil, refere que é extrovertido, tem desejo de dominar e intimidar, tem atitudes tiranas e de delinquência, desrespeita as regras e os outros, tem elevada auto-estima e demonstra pouco interesse nas atividades escolares, o que se repercute num baixo rendimento escolar. Serrate (2009) caracteriza, assim, os três perfis principais de agressores: Agressor ativo - relaciona-se diretamente com a vítima e agride-a de forma pessoal. Agressor social indireto - dá instruções aos seus seguidores para estes agredirem a vítima. Agressor passivo - não participa diretamente nos atos de agressão, mas dá o seu apoio ao agressor. Já para Beane (2011, p.23) existem quatro tipos de agressores: 5 “Agressores agressivos” – normalmente fortes fisicamente impulsivos, têm um temperamento irascível, são beligerantes, destemidos, coercivos, confiantes e não possuem qualquer capacidade de sentir empatia. “Agressores passivos” – inseguros, com pouca autoestima, com poucas qualidades positivas e frequentemente têm uma vida familiar infeliz. Não são tão populares como os anteriores. “Agressores vítimas” - passam pelas duas situações, normalmente são vítimas de bullying em casa ou na escola, mas também praticam atos de violência para com colegas fisicamente mais fracos do que eles. “Agressores puros” - aparentemente saudáveis, apreciam a escola, mas utilizam o bullying como forma de prazer, pois gostam de agredir e humilhar os outros, bem como de se mostrarem dominantes. No entanto para Haber e Glatzer (2007) as caraterísticas dos agressores têm vindo a mudar, pois consideram que antigamente eram pouco inteligentes, com excesso de peso, de agressividade e mais fortes do que os outros usando a sua força física para agredir as suas vítimas. Atualmente, para além de ainda existirem essas caraterísticas em alguns agressores, outros apresentam caraterísticas diferentes, pois são populares, espertos, sabem relacionar-se com os adultos e colegas, apesar do relacionamento com os colegas se basear no medo. Também é importante caraterizar os agressores quanto ao género. Existe a ideia de que os atos de bullying são principalmente realizados por rapazes, pelo facto de serem mais fáceis de observar (Beane, 2011) e porque os rapazes optam mais pela violência física (Martins, 1997). No entanto, as raparigas também são agressoras, apesar de praticarem um bullying mais social e relacional e de uma forma mais camuflada (Neto, 2005). Agridem, normalmente, vítimas do mesmo género, em grupo, tentando humilhar e afetar psicologicamente os seus alvos, o que Neto (2005) chama de bullying indireto. Os rapazes atacam vítimas inferiores fisicamente, preferem os confrontos físicos através de empurrões e batendo. Além disso, utilizam ainda a extorsão e jogos psicológicos através de comentários sobre a sua orientação sexual e família das vítimas (Beane, 2011; Campos, 2007). Este tipo de bullying é caracterizado por Neto (2005) como sendo bullying direto. Apesar dos agressores terem popularidade (Elliott, 2002) e muitas vezes até lhes ser dado algum valor por parte dos professores (Haber & Glatzer, 2007), os seus atos de 6 bullying também têm consequências futuras para eles, pois segundo um estudo apresentado por Beane (2006), 25% das crianças referenciadas como bullies, têm cadastro na idade adulta e apenas 5% dos que não foram considerados bullies, o têm. Pereira (2002) confirma o anteriormente referido, dizendo que os agressores veem como solução dos seus problemas o uso da força. Randall (1996) refere que eles têm dificuldades em respeitar as leis e consequentemente apresentam mais probabilidades de terem comportamentos anti-sociais e participarem em atos criminosos. Acrescenta ainda os seus problemas de inserção social, relacionamento afetivo e autocontrolo. 2.2.2 VÍTIMAS – SUA CARATERIZAÇÃO No que diz respeito às vítimas, normalmente, temos menos informações sobre elas, apesar de nesta relação serem as mais afetadas. Isto acontece porque o agressor gosta de se autopromover e de se fazer notar (Serrate, 2007). A vítima normalmente não se assume como tal, nem expõe o problema, devido à sua timidez e ao medo (Neto, 2005; Oliveira & Votre, 2006). Neto (2005) define vítima como alguém sem capacidade para se defender que está durante um determinado tempo sujeito a ações intencionais e repetidas por parte de um ou mais alunos com o objetivo de o magoar. Já para Serrate (2007, p.81) vítima é o aluno que de forma continuada é “(…) troçado, insultado, humilhado e posto ao ridículo à frente de todos os seus companheiros que partilham essa situação de forma tácita”. As vítimas normalmente não reagem às agressões a que são sujeitas, por passividade e não terem confiança nelas próprias (Zoega, M. & Rosim, M., 2009). São escolhidas pelos agressores, por terem determinadas caraterísticas (Haber & Glatzer, 2007; Serrate, 2009; Tognetta, 2005), servindo qualquer desculpa para os agressores implicarem com elas. Basta usar óculos, aparelho, ser alta ou baixa, ser gorda ou magra, ter um determinado corte de cabelo, ser de uma religião ou raça diferente (Haber & Glatzer, 2007), ter poucas capacidades físicas - o que se reflete no desporto (Botelho & Sousa, 2007) - ou intelectuais, bem como uma deficiência física ou psíquica (Serrate, 2009). 7 Normalmente estas crianças passam muito tempo em casa, muito protegidas por parte dos pais (Gómez, 2009), com os quais têm um relacionamento muito forte (Stevens, Bourdeaudhuij & Oost, 2002) e, principalmente, pela mãe. Esta excessiva proteção e tratamento infantilizado, comportamentos facilitadores de bullying segundo Neto (2005), para além de não serem bem vistos pelos seus pares dificultam-lhes a aquisição de mecanismos para enfrentarem os seus agressores. Em relação ao género, Botelho e Sousa (2007) consideram os rapazes mais envolvidos no bullying quer como vítimas, quer como agressores. No entanto, Serrate (2009) refere que não existe um consenso nos estudos realizados, pois alguns apontam para que sejam os rapazes o grupo mais afetado pelo bullying, enquanto outros referem que ambos os géneros sofrem de forma igual. Quanto aos comportamentos das vítimas, em resposta aos ataques a que são sujeitas, podemos considerar três tipos: Vítimas passivas - mais comuns, caraterizam-se por serem inseguras, frágeis, tímidas, solitárias, com falta de autoconfiança e não respondem à violência praticada pelos seus agressores. Devido à sua fragilidade emocional, facilmente choram ou cedem às chantagens a que são sujeitas, sofrendo em silêncio (Gómez, 2009; Serrate, 2009). Vítimas ativas ou provocativas – comportam-se de forma modesta, imatura e inapropriada (Sullivan et al. 2005). São ansiosas e agressivas o que é utilizado pelo agressor para justificar as suas ações violentas (Gómez, 2009). Apresentam dificuldades em se concentrar e em se relacionar com os seus colegas, tendo como principais amigos adolescentes irritáveis e violentos, sendo por vezes apontadas como hiperativas (Serrate, 2009). Bullies-vítimas - este grupo representa apenas uma pequena percentagem. São crianças que passam pelas duas situações, pois são vítimas de agressões, mas também praticam bullying sobre outras crianças que, normalmente, lhes são inferiores fisicamente (Beane, 2011). Beane (2006) no seu livro “A sala de aula sem bullying” acrescenta um outro grupo de vítimas: as crianças talentosas ou populares. Os agressores consideram os alunos com bons resultados académicos como “graxistas” pelo que os provocam e os vitimizam, o que, segundo o autor, se pode dever a alguma inveja. 8 2.2.3 ESPETADORES – SUA CARATERIZAÇÃO O grupo das testemunhas ou espetadores é constituído pela maioria dos alunos, pois não são vítimas nem agressores (Carvalhosa, 2010). As testemunhas, apesar de não poderem ser consideradas intervenientes diretas nas ações de bullying Carvalhosa (2010), têm um comportamento que reforça os atos dos agressores. O seu silêncio e a não atuação para terminar com os atos de violência podem ser vistos pelos agressores como uma afirmação do seu poder (Neto, 2005). No entanto, a falta de atuação das testemunhas deve-se frequentemente ao medo de virem também a ser vítimas (Campos, 2006). Existem ainda consequências negativas para as testemunhas. Devido à sua incapacidade em intervirem e terminarem com as agressões, sentem-se muitas vezes culpadas, desenvolvendo sintomas físicos, como por exemplo dores de cabeça e/ou estômago (Campos, 2007), para além de tentarem evitar assistir às agressões (Beane, 2006). Isto acontece porque, muitas vezes, as testemunhas sentem empatia pelas vítimas (Neto, 2005). 2.3 BULLYING NA ESCOLA E SUAS CONSEQUÊNCIAS A violência escolar assola cada vez mais as nossas escolas (Cunha, 2005), até porque as próprias vítimas de agressões, em muitos casos, não expõem as situações por que passam devido a vergonha e medo de represálias (Neto, 2005; Oliveira & Votre, 2006). As agressões com armas normalmente são relatadas, mas no caso das agressões físicas diretas ou chantagem, uma quinta parte das vítimas opta pelo silêncio (Serrate, 2009). A preocupação sobre este tema tem aumentado (Pereira, 2002), quer por parte da sociedade em geral, quer pela comunidade escolar (Campos, 2007). No caso do bullying, este, cada vez mais, faz parte do dia-a-dia dos nossos alunos, sendo uma das suas maiores preocupações (Campos, 2006). Estudos realizados indicam que o bullying é praticado principalmente por rapazes que utilizam a agressão física e ameaças verbais (Carvalhosa, 2010). No caso das raparigas, normalmente, agridem e são agredidas por outras raparigas, sendo o bullying social o mais usado (Olweus, 1993). Quando são agredidas por rapazes, apontam a agressão de cariz sexual como a mais comum (Vale & Costa 1999). Verificou-se também que as 9 situações de bullying tendem a diminuir ao longo dos anos de escolaridade (Forero et al, 1999; Matos et al. 2009; Olweus, 1993; Seixas, 2006). Em Portugal, o Ministério da Educação, a partir de 2005 tornou obrigatória a sua abordagem, considerada transversal a todos os anos de ensino básico e secundário, em sessões curriculares e extracurriculares (Matos et al.,2009). De acordo com Elliott (1997) e Campos (2006 e 2007) a violência escolar ocorre em todo o tipo de escolas, desde colégios particulares às escolas inseridas em bairros sociais. Serrate (2009) refere que existem muitas semelhanças entre as escolas particulares e públicas. Para além disso, acrescenta que nas escolas privadas há mais alunos a passar por situações de humilhação, e a aceitar difamar. Beane (2011), Campos (2007), Costa (2008), Pereira (2002), Serrate (2009) e Silva (2010) afirmam que o recreio, onde frequentemente falta o controle dos adultos, é o local onde é mais frequente ocorrerem situações de violência. Beane (2011, p.27) acrescenta que, para além dos recreios, “(…) as casas de banho, os corredores, as cantinas, os vestiários, os ginásios, os parques de estacionamento, as escadas, as zonas entre edifícios e até as salas de aula (…)” são locais de risco. Campos (2007), Costa (2008) e Silva (2010) referem que os recreios deveriam ser repensados e reinventados, e deveria haver mais vigilância para prevenir situações de conflito. Para Pereira (2002) algumas das vítimas, por dificuldade de relacionamento com os outros, isolam-se e procuram recantos dos recreios, ficando assim mais vulneráveis aos ataques dos agressores. Acrescenta ainda que os alunos vítimas de bullying procuram, muitas vezes, questionar o professor sobre a matéria dada ou contam algo que se passou em casa, para desta forma estar perto do professor e usufruir da sua proteção. As crianças vítimas deste tipo de violência, como forma de se protegerem, vão demonstrando alguns sinais que podem ser detetados pelos pais, professores ou colegas. Têm medo de ir à escola, fingem estar doentes (Castro & Barbazán, 2007), o que, normalmente, se nota ao domingo à noite ou na segunda-feira de manhã (Beane, 2011). Também segundo Beane (2011) as crianças vítimas de bullying estão mais sujeitas aos problemas com drogas, álcool, a depressões, a tendências suicidas e a fazerem parte de gangues e/ou de seitas. Para além disso, apresentam dificuldades em se concentrar, o seu desempenho académico é afetado, as suas notas baixam, aumenta o absentismo, o isolamento e falam em abandonar a escola (Barros, 2010). 10 Tognetta (2005) também considera que o bullying interfere no rendimento escolar. As vítimas demonstram mais dificuldade em adquirir conhecimentos, apresentam notas inferiores ao que era normal, o que faz com que a sua autoestima baixe. Outros autores apresentam a mesma linha de pensamento referindo que a criança fica com a sua capacidade de atenção e de estudo afetada, pois passa muito tempo a pensar nos agressores e no que lhe está a acontecer, chegando, por vezes, “(…) a sentir nervosismo, dores de estômago, de cabeça, ter pesadelos, discussões, negativismo, timidez, fobias e medos à escola” (Castro & Barbazán, 2007, p. 17). No entanto, não são só as vítimas a sofrer com as consequências. Segundo Randall (1996) este fenómeno também tem consequências negativas para os agressores que, de acordo com Campos (2007, p.9), “(…) apresentam tendência para a depressão e para ataques de culpabilidade (…)”. Para além das vítimas e dos agressores, os alunos que assistem às agressões, designados por testemunhas, também sofrem com os atos de violência, culpabilizando-se por não terem ajudado os colegas, devido ao medo de se tornarem eles próprios vítimas (Campos, 2006). No entanto, o bullying não fica limitado ao tempo em que o aluno frequenta a escola. Tem consequências no futuro, pois apesar de haver, segundo Beane (2006), um declínio do bullying no Ensino Secundário e de pouco se ouvir falar deste tema no Ensino Universitário, os comportamentos violentos não são facilmente abandonados, o que vem de encontro a alguns estudos realizados e referidos pelo mesmo autor, para quem os bullies têm maior probabilidade de no futuro terem problemas de relacionamento e de convivência em sociedade. 2.4 BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA A escola tem como objetivo proporcionar o bem-estar das crianças, bem como criar cidadãos com valores (Martins, 1997). A violência é uma realidade na sociedade, e no caso específico do bullying, este pode acontecer dentro da escola, principalmente nos recreios, zonas entre edifícios, salas de aulas, vestiários e ginásios (Beane, 2011). Segundo este autor, o meio envolvente às aulas de Educação Física (vestiários e ginásios) são locais, onde podem ocorrer com mais facilidade atos de bullying. Tal opinião é partilhada por Haber e Glatzer 11 (2007) ao afirmarem que se não houver supervisão por parte de um adulto, professor ou funcionário, os balneários tornam-se espaços ideais para a prática deste tipo de violência. As aulas de Educação Física são consideradas enriquecedoras e fundamentais na formação dos alunos e na sua socialização (Furtado & Morais, 2010), sendo sugeridas atividades ligadas ao desporto escolar, por parte de Pereira et al. (2009), como forma de prevenir e reduzir as situações de violência escolar. Para Haber e Glatzer (2007) a prática desportiva, bem como as aulas de Educação Física são bastante construtivas, mas também um local propício para abusos, devido à competição e vontade de ganhar. Os melhores jogadores/praticantes normalmente não aceitam bem na equipa jogadores com capacidades inferiores, pois os seus objetivos e/ou da equipa podem ser prejudicados. Contudo, os bons alunos a Educação Física também podem ser vítimas de bullying, sobretudo as raparigas que, pelas suas capacidades/caraterísticas físicas e comportamentais, são muitas vezes consideradas pouco femininas pelas suas colegas. Estas chegam mesmo a dar-lhes, por vezes, apelidos pejorativos (Oliveira & Votre, 2006). Neste equilíbrio entre os possíveis benefícios da prática desportiva e as consequências que advêm de atos de bullying neste contexto, existe o professor que tem um papel fundamental. Se for uma pessoa responsável, vai intervir e servir de mentor e modelo. Caso contrário, pode mesmo contribuir para o bullying, ou por não intervir para pôr termo à violência, ou por fundamentar comportamentos que levam alguns alunos a ser violentos com os colegas (Beane, 2011). Duarte e Mourão (2007) afirmam ainda que os Professores, por vezes, têm atitudes que fomentam a descriminação, ou por género, pois alguns separam as raparigas dos rapazes, ou por capacidades, formando equipas de alunos mais fortes e outras com alunos menos fortes. Também acontece que alguns Professores permitem que os alunos façam as equipas, escolhendo normalmente dois alunos dos mais capacitados (capitães) para que estes selecionem, de forma alternada, os elementos que irão fazer parte da sua equipa. O que se verifica, habitualmente, é que esses alunos vão optar pelos que consideram mais fortes e pelos seus amigos, deixando para o fim os alunos com menos capacidades, com excesso de peso, alguma deficiência ou descoordenação, o que para Haber e Glatzer (2007), é uma forma de bullying. As aulas de Educação Física, pela sua componente prática, proporcionam uma maior exposição dos corpos dos alunos, tanto das suas caraterísticas estéticas como das 12 capacidades motoras que podem levar a comportamentos de rejeição (Duarte & Mourão, 2007). As raparigas com pouca apetência para a prática desportiva e que participam pouco nas aulas são alvo de comentários e, de certa forma, postas de lado, vítimas de bullying por parte dos restantes alunos, quer sejam rapazes ou raparigas (Duarte & Mourão, 2007). No entanto, tal como já foi referido, as raparigas com capacidades semelhantes, ou mesmo superiores aos rapazes também podem ser vítimas de bullying por parte das suas colegas por considerarem que elas têm caraterísticas pouco femininas. Os rapazes também são vítimas quando apresentam poucas capacidades para o desempenho desportivo, ou pouco interesse nesse tipo de atividades (Oliveira & Votre, 2006). 2.4.1 ESTUDOS REALIZADOS Apesar de já existirem vários estudos sobre o bullying nas escolas, são escassos os que tentam analisar e caraterizar o bullying nas aulas de Educação Física. Encontrámos, sobretudo, estudos realizados no Brasil e apenas um em Portugal. É fulcral estudar esta problemática, uma vez que as aulas de Educação Física, compostas por jogos e interações entre os alunos, são um local propício a conflitos (Oliveira & Votre, 2006). Os mesmos autores, referem no seu artigo “Bullying nas aulas de Educação Física” um estudo realizado através de entrevistas a três rapazes e três raparigas da 4.ª série do ensino fundamental público do município do Rio de Janeiro, com o objetivo de verificar quais os tipos de violência e discriminação entre rapazes e raparigas nas aulas mistas de Educação Física. Verificaram que as raparigas se queixavam da violência física e verbal por parte dos rapazes. Brito (2006) realizou um estudo sobre o bullying nas aulas de Educação Física. A autora usou como amostra 81 alunos da escola EB1 de Almancil pertencentes ao 4.º ano de escolaridade, com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos, com uma média de 9,6 e em que as idades de 9 e 10 anos eram as mais frequentes. A amostra era composta por 50,6% de rapazes e 49,4 de raparigas. Para a recolha de dados foi utilizado um questionário sobre as aulas de Educação Física baseado no Questionnaire on Bullying “ Projeto TMC 2000” (Ortiga, Mora – Merchan, Lera, Singer, Pereira e Menesini, 1999), adaptado de Dan Olweus (1989) traduzido para a língua portuguesa como questionário “Estudo da prevenção da violência na escola”. 13 Também, foram filmadas aulas, para posterior observação dos comportamentos dos alunos. Este questionário e observação tinham como objetivo verificar se existiam comportamentos de bullying nas aulas de Educação Física. Concluiu-se que as aulas de Educação Física eram o segundo local da escola onde ocorreram mais episódios de vitimização. Para além disso, o contexto desta disciplina era considerado, pelos alunos, como o mais propício à manifestação de comportamentos inadequados, em comparação com as outras disciplinas. De acordo com o questionário, 14,3% dos alunos mais velhos (10,11 e 12 anos) e do género masculino eram vítimas persistentes de colegas nas aulas de Educação Física. No que diz respeito aos agressores verificou-se, também, serem os mais velhos e do género masculino a praticarem mais atos associados ao bullying. Em relação às formas de agressão mais utilizadas nas aulas de Educação Física, as vítimas mencionaram “insultar” e a “agressão física” (empurrar). Quanto aos diferentes momentos da aula, a autora verificou que ocorreram mais atos de bullying na “organização das atividades” e nos “jogos” tendo notado que as formas de agressão mais comuns foram as agressões físicas (bater e empurrar). Como síntese, a autora referiu que, de acordo com os resultados obtidos neste estudo, o bullying está bem presente nas aulas de Educação Física (Brito, 2006, p.142). Botelho e Sousa em 2007, num estudo realizado no Brasil, descrevem alguns relatos de alunos que, devido às suas caraterísticas físicas, vinham a ser vítimas de bullying verbal (rejeição/exclusão e troça) nas aulas de Educação Física por parte dos colegas. Duarte e Mourão (2007) também no Brasil, no estudo “Representações de adolescentes femininas sobre os critérios de seleção utilizados para a participação em aulas mistas de Educação Física”, referem que as meninas com menores capacidades físicas para as aulas de Educação Física são vítimas de bullying, por parte dos rapazes e raparigas com mais capacidades. No mesmo país dos anteriores, Sabino (2010) aplicou uma questão que tinha como objetivo verificar se os alunos sofriam agressões (física e/ou verbais) nas aulas de Educação Física. Concluiu-se que, nestas aulas, 54% dos alunos não são vítimas. No entanto, 28% dos alunos responderam que foram raramente vítimas de agressões, 8% sofreram-nas várias vezes e 10% constantemente, o que perfaz 46% dos alunos inquiridos. 14 3 CAPÍTULO III – METODOLOGIA Tendo em conta o nosso objeto do estudo, a população alvo e a bibliografia consultada, optámos por aplicar um inquérito por questionário. Esta forma de colheita de dados, segundo Fortin (1999) apresenta algumas vantagens em relação a outros métodos, nomeadamente porque pode ser aplicado a muitos sujeitos ao mesmo tempo. Sendo anónimo e impessoal, o sujeito não se sente pressionado podendo responder à vontade, sem receio de ser punido ou criticado, e permite obter respostas mais pessoais e sinceras. Para além disso, é menos dispendioso e de fácil aplicação. 3.1 OBJETIVOS DO ESTUDO Como refere Pereira (2002) o bullying tem sido alvo de vários estudos, principalmente para diagnosticar a realidade escolar. No entanto, poucos têm sido realizados com o intuito de verificar a sua existência nas aulas de Educação Física. Por isso, considerámos importante realizar um estudo nesse âmbito. Daí que os dois principais objetivos deste trabalho sejam: 1. Verificar a existência de bullying nas aulas de Educação Física; 2. Tipificar os episódios de bullying registados. Assim, estudámos os comportamentos dos alunos de 3 escolas do 2.º e 3.º ciclos do concelho da Amadora. Sendo nosso interesse analisar escolas de contextos diferentes, decidimos englobar no estudo uma escola com a designação de Escola TEIP (Territórios de Intervenção Prioritária) em que predominam alunos com carências de vários níveis, uma Escola de Ensino Regular, com alunos de todos os extratos sociais e, finalmente, uma escola de Ensino Particular, onde são selecionados. Para alcançarmos os dois objetivos principais, acima enunciados, começámos por nos debruçar sobre os seguintes objetivos secundários, delineados conjugando o nosso interesse com a informação possível de extrair a partir das perguntas do inquérito por questionário: 15 1. Verificar a existência de diferentes níveis de agressividade nos alunos, das três escolas; 2. Identificar os locais onde ocorrem mais agressões; 3. Determinar a importância relativa das agressões nas aulas de Educação Física; 4. Caraterizar por escola, género e ciclo os alunos que são vítimas de agressões; 5. Caraterizar por escola, género e ciclo os alunos que agridem; 6. Caraterizar as agressões às vítimas quanto à frequência e forma, e quanto ao número de agressores; 7. Caraterizar as reações das vítimas às agressões; 8. Identificar os momentos da aula em que ocorrem as agressões. Os três primeiros objetivos secundários acima enunciados visam o estudo da agressividade na escola; os seguintes focam especificamente a agressividade nas aulas de Educação Física. 3.2 RECOLHA E PROCESSAMENTO DOS DADOS 3.2.1 DESCRIÇÃO DO QUESTIONÁRIO No nosso trabalho, recorremos ao questionário utilizado por Brito (2006), baseado no Questionnare on Bullying “Projeto TMR 2000” (Ortega, Mora – Merchan, Lera, Singer, Pereira e Menesini, 1999) – Adaptado de Dan Olweus (1989) traduzido para a Língua Portuguesa como “Estudo da prevenção da violência na escola”. O referido questionário está dividido em duas partes. A primeira debruça-se na violência na escola e a segunda sobre a violência nas aulas de Educação Física. Assim, utilizámos esta segunda parte do inquérito, porque cumpre duas condições: por um lado cobre o nosso objeto de estudo e, por outro, está validado. Brito (2006) utilizou-o para questionar alunos do 4.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Nós utilizá-lo-emos no âmbito do 2.º e 3.º ciclos. 16 O questionário (vide anexo I) é anónimo e composto por 11 perguntas. A pergunta 1 pretende identificar e caraterizar a amostra, questionando os alunos acerca do género e da idade. A pergunta 2 debruça-se sobre a violência na escola em termos genéricos, inquirindo os alunos sobre se foram ou não maltratados e, em caso afirmativo, em que local(ais) ocorreram tais situações. As perguntas 3 a 11 incidem sobre as aulas de Educação Física. Nas perguntas 3 a 8 ouvimos as vítimas no que diz respeito à frequência e tipo das agressões, bem como às suas reações. Nas perguntas 9 a 11 ouvimos os agressores relativamente à frequência e à forma como agridem. Todas as respostas são de escolha múltipla. Nas questões números 3, 5, 6, 9 e 10 o aluno escolhe uma única hipótese, nas questões números 2, 4, 7, 8 e 11 pode escolher uma ou mais respostas. As questões são de resposta fechada, com exceção das questões 2, 4, 7, 8 e 11 onde existe um espaço aberto para que o aluno possa identificar situações não previstas. 3.3 CARATERIZAÇÃO DA AMOSTRA O concelho da Amadora pertence ao distrito de Lisboa e está dividido em 11 freguesias. A sua área é de 23,77Km2 e, segundo os censos de 2011, tem 175.135 habitantes sendo a quarta cidade mais populosa de Portugal e o município com maior densidade populacional. Como atividades económicas prevalecem os serviços e a restauração. A nível social é um concelho com uma vasta comunidade de imigrantes, tanto de africanos como de países do Leste da Europa e que apresentam alguns problemas de inserção. Um grande número destes imigrantes reside em bairros cujas casas têm poucas condições de habitabilidade. O estudo incidiu sobre 3 escolas do concelho da Amadora: uma Escola TEIP, uma Escola de Ensino Regular e uma Escola de Ensino Particular. 17 Como refere Reis (1996) a maioria das vezes é impossível conhecer as caraterísticas de todos os elementos que fazem parte de uma população, por isso é necessário retirar uma amostra para se estudar. Assim, definimos que se inquiririam um total de 605 alunos sendo 173 da escola TEIP, 376 da Escola de Ensino Regular e 56 da Escola Particular. Para a escolha da amostra recorremos ao método de amostragem probabilística, através da amostragem por clusters (Hill, 2005). A seleção das turmas foi feita por ciclos, tendo havido o cuidado de controlar o número de alunos, tanto por género como por ciclo, para que a amostra fosse representativa. De seguida, caracterizamos com mais detalhe as escolas referenciadas e os alunos inquiridos. 3.3.1 ESCOLA TEIP A Escola TEIP está implantada na freguesia de Alfornelos. Esta designação data de 1996 por força do Despacho n.º 147 – B do Ministério da Educação. Os seus alunos são provenientes de 3 freguesias: Alfornelos, Brandoa e Venda Nova. Na sua maioria são descendentes de imigrantes de África, estando inseridos em comunidades com graves problemas económicos, sociais e culturais. Muitos destes alunos provêm de bairros sociais ou de antigos bairros que foram reorganizados, como o da Azinhaga dos Besouros. As atividades económicas que predominam são os serviços, a construção civil e a restauração. A escola, no ano letivo 2011/12, foi frequentada por 516 alunos distribuídos da seguinte forma: Quadro 1 – Alunos da Escola TEIP 2.º Ciclo 3.º Ciclo Total n % n % n % Feminino 115 48,1% 142 51,3% 257 49,8% Masculino 124 51,9% 135 48,7% 259 50,2% Total 239 100,0% 277 100,0% 516 100,0% 18 Na Escola TEIP, dos 516 alunos que a frequentaram, fizeram parte da nossa amostra 173 (33,5%), distribuídos por género e ciclo de escolaridade da seguinte forma: Quadro 2 – Amostra da Escola TEIP 2.º Ciclo 3.º Ciclo Total n % n % n % Feminino 39 48,8% 48 51,6% 87 50,3% Masculino 41 51,3% 45 48,4% 86 49,7% Total 80 100,0% 93 100,0% 173 100,0% Como se pode verificar, comparando os quadros 1 e 2, as percentagens nos inquiridos seguem os valores observados na escola. 3.3.2 ESCOLA DE ENSINO REGULAR A Escola de Ensino Regular está situada no centro da freguesia da Reboleira. Nesta escola predominam alunos de raça caucasiana, apesar de haver um elevado número de alunos descendentes de imigrantes provenientes de África. Como atividade económica, predominam os serviços. A escola tem 1138 alunos divididos pelas turmas do 5.º ao 9.º ano de escolaridade Quadro 3 – Alunos da Escola de Ensino Regular 2.º Ciclo 3.º Ciclo Total n % n % n % Feminino 231 46,1% 345 54,2% 576 50,6% Masculino 270 53,9% 292 45,8% 562 49,4% Total 501 100,0% 637 100,0% 1138 100,0% Na Escola de Ensino Regular, o nosso universo era de 1138 alunos. Fizeram parte da nossa amostra 376 (33%) repartidos por género e ciclo de escolaridade, como podemos ver no quadro seguinte. 19 Quadro 4 – Amostra da Escola de Ensino Regular 2.º Ciclo 3.º Ciclo Total n % n % n % Feminino 83 49,1% 116 56,0% 199 52,9% Masculino 86 50,9% 91 44,0% 177 47,1% Total 169 100,0% 207 100,0% 376 100,0% Nos quadros 3 e 4 verifica-se que as percentagens dos inquiridos são coerentes com as observadas na escola. 3.3.3 ESCOLA PARTICULAR A Escola Particular está inserida na freguesia da Mina. O acesso é restrito e os alunos são selecionados. Tem baixa lotação, segundo a direção, por opção pedagógica. A escola foi frequentada por 57 alunos no ano letivo 2011/12, estando estes distribuídos por ciclos e género da seguinte forma: Quadro 5 – Alunos da Escola Particular 2.º Ciclo 3.º Ciclo Total n % n % n % Feminino 9 34,6% 13 43,3% 22 39,3% Masculino 17 65,4% 17 56,7% 34 60,7% Total 26 100,0% 30 100,0% 56 100,0% Como o universo é reduzido estudou-se toda a população. No caso presente foram inquiridos 56 alunos, visto ter faltado um no dia da aplicação do inquérito. 3.3.4 AMOSTRA Os quadros seguintes sumariam as caraterísticas da amostra selecionada, permitindo a comparação com a população em estudo. Relembramos que foram inquiridos 605 alunos (35,4%) de um total de 1711. 20 Quadro 6 – Amostra vs. Escola (totais) Amostra População n % n % Escola TEIP 173 28,6% 516 30,2% Escola Ensino Regular 376 62,1% 1138 66,5% Escola Particular 56 9,3% 57 3,3% Total 605 100,0% 1711 100,0% Continuamos a observar coerência entre as proporções na amostra e na população. Quadro 7 – Amostra vs. Escola (análise por género) Amostra Feminino População Masculino Feminino Masculino n % n % n % n % Escola TEIP 87 28,3% 86 29,0% 257 30,0% 259 30,3% Escola Ensino Regular 199 64,6% 177 59,6% 576 67,3% 562 65,7% Escola Particular 22 7,1% 34 11,4% 23 2,7% 34 4,0% Total 308 100,0% 297 100,0% 856 100,0% 855 100,0% Quadro 8 – Amostra vs. Escola (análise por ciclo) Amostra 2ºciclo População 3ºciclo 2ºciclo 3ºciclo n % n % n % n % Escola TEIP 80 29,1% 93 28,2% 239 31,2% 277 29,3% Escola Ensino Regular 169 61,5% 207 62,7% 501 65,3% 637 67,5% Escola Particular 26 9,4% 30 9,1% 27 3,5% 30 3,2% Total 275 100,0% 330 100,0% 767 100,0% 944 100,0% Em todos os quadros, continuou a observar-se coerência entre as proporções na amostra e na população. Não tendo sido possível ter acesso ao registo das idades de todos os inscritos nas várias escolas, apresentamos apenas as idades dos inquiridos. 21 Quadro 9 – Idades dos alunos por ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo 9-12 anos > 12 anos 13-15 anos > 15 anos Escolas n % n % n % n % Escola TEIP 69 86,2% 11 13,8% 88 94,6% 5 5,4% 162 95,9% 7 4,1% 200 96,6% 7 3,4% Escola Particular 26 100,0% 0 0,0% 29 96,7% 1 3,3% Total 257 93,5% 18 6,5% 317 96,1% 13 3,9% Escola Ensino Regular O quadro 9 é referente às idades dos alunos. Verificámos que a maioria se encontra a frequentar o ciclo correspondente à sua idade. 3.3.5 APLICAÇÃO DOS INQUÉRITOS Definidos os objetivos do estudo e as escolas onde seria aplicado o questionário, contactaram-se as direções das escolas para saber da sua recetividade quanto à aplicação do referido questionário. Nas duas escolas pertencentes ao Ministério da Educação não houve qualquer entrave. No entanto, houve alguma dificuldade em encontrar uma escola particular que aceitasse submeter os seus alunos a tal estudo. Passados esses constrangimentos, foi feito um pedido de autorização aos Encarregados de Educação para estes permitirem que os seus educandos respondessem ao questionário. Os questionários, por imposição dos Diretores das escolas, foram aplicados pelos Professores das respetivas escolas, Professores de Educação Física ou Diretores de Turma nas aulas de Formação Cívica e Educação Física. Os questionários foram aplicados no 3.º Período do ano letivo 2011/2012 de forma anónima, a turmas do 2.º e 3.ºciclos, tendo havido uma breve explicação sobre as regras de preenchimento aos alunos, por forma a facilitar a compreensão dos itens. 22 3.3.6 PROCESSAMENTO DOS DADOS Após a recolha dos dados e sua codificação, passámos para a fase seguinte: tratamento/processamento das respostas obtidas através do inquérito. Assim, começámos por uma análise exploratória dos dados com recurso à Estatística Descritiva. Para cada questão, apresentámos um quadro de frequências a partir das quais analisámos as caraterísticas da variável em estudo, procurando identificar as respostas (ou categorias) dominantes. Para avaliar a existência de significado estatístico nas (eventuais) tendências detetadas aplicámos um teste de aderência à distribuição Uniforme (repare-se que na ausência de preferências se espera que cada resposta ocorra com igual probabilidade). Nos casos em que as variáveis se constituíam em duas categorias usámos o teste da Binomial, nos restantes casos recorremos ao teste do QuiQuadrado. Em ambos os casos, admitimos como hipótese nula a hipótese: “Na variável em estudo, todas as categorias ocorrem com igual probabilidade”. Nalgumas situações, o desnivelamento entre os valores das frequências relativas associadas a cada uma das categorias torna evidente o resultado do teste, dispensando a sua aplicação. De seguida, realizámos uma análise comparativa das distribuições de frequência associadas a cada variável por escola, ciclo e género. Para validar as hipóteses construídas recorreremos, mais uma vez, à inferência estatística. Desta feita, aplicámos o teste do Qui-quadrado para verificar se as distribuições de frequência eram independentes da escola (ciclo/género) e o teste Z para identificar diferenças nas frequências (proporções) associadas a cada categoria entre escolas (ciclos/géneros). O teste Z permitiu acrescentar detalhe à informação obtida a partir do teste do Quiquadrado: enquanto o primeiro estudou a forma como as frequências se repartiam pelas diferentes categorias, o segundo comparou os valores das frequências, categoria a categoria. Assim, definimos como hipóteses nulas: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola (ciclo/género)” e: “O valor da frequência da categoria em estudo é a mesma nas duas escolas (ciclos/géneros)”, respetivamente. Para a seleção dos testes a aplicar consultámos Fernandes (1999), Marôco e Bispo (2005) e Marôco (2011). Nos casos em que não foi possível a utilização do teste do 23 Qui-quadrado por não serem cumpridas as suas condições de aplicabilidade 1, recorremos ao teste de Fisher. Para a análise e tratamento dos dados obtidos através do questionário, utilizámos um programa específico de tratamento e análise de dados, o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 19.0 para Windows. Em todas as análises inferenciais considerámos um nível de significância α=0,05. Desta forma, rejeitámos a hipótese nula se o valor do p-value indicado no output produzido por aplicação dos testes for inferior a 0,05. Para a interpretação do output produzido por aplicação do teste Z seguimos Marôco2 (2011 p. 104) Para a construção dos quadros apresentados foi usado o Microsoft Office Excel 2007 e o Microsoft Office Word 2007. 1 “… o teste do Qui-quadrado não pode ser aplicado com rigor (…) não se verificam todas as condições seguintes: (1) n > 20; (2) todos os Eij sejam superiores a 1 e (3) que pelo menos 80% dos Eij sejam superiores ou iguais a 5.” Marôco, (2011 p.104) 2 “…as letras em subscrito indicam a existência (ou não) de diferenças significativas entre as respetivas proporções… letras iguais indicam a ausência de diferenças; letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significativas entre as proporções das colunas.” 24 4 CAPITULO IV - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Neste capítulo vamos apresentar e discutir os dados obtidos através da aplicação do questionário, tendo em conta a revisão da bibliografia, os objetivos do estudo e as hipóteses formuladas apresentados nos capítulos anteriores. O capítulo está organizado como se segue: Na secção 4.1 procurámos dar resposta aos três primeiros objetivos secundários indicados no capítulo III: verificar a existência de diferentes níveis de agressividade nos alunos das três escolas; identificar os locais onde ocorrem mais agressões; determinar a importância relativa das agressões nas aulas de Educação Física. Para tal, apresentámos, um sumário das respostas dos inquiridos à pergunta nº 2: “Onde foste maltratado na Escola?”. Com efeito, a análise das frequências associadas à resposta “Não fui maltratado na escola desde o ano passado” permitiu-nos comparar as escolas estudadas quanto ao nível de agressividade. A análise das frequências associadas às restantes hipóteses de resposta permitiu-nos identificar o(s) local(is) onde se deram a maioria das agressões perpetradas e, também, identificar o peso relativo das agressões nas aulas de Educação Física, face às restantes. Estes pontos foram analisados por escola e comparados entre escolas. Nas secções 4.2 a 4.5 centrámos o nosso estudo nas agressões ocorridas nas aulas de Educação Física. As conclusões desse estudo permitiram-nos alcançar os dois objetivos principais: secção 4.6. Assim: Na secção 4.2 dedicámo-nos aos quarto e quinto objetivos secundários: caraterizar por escola, género e ciclo vítimas e agressores. Iniciámos a nossa análise pela caraterização das vítimas: através das respostas à pergunta nº 2, averiguámos a existência de diferenças nos níveis de vitimização registados por género e por ciclo. De seguida, procurámos caraterizar os agressores quanto aos mesmos pontos: com base nas respostas às perguntas nºs 6 (ponto de vista da vítima) e 10 (ponto de vista do agressor) do inquérito estudámos a prevalência de um dos géneros e/ou de um dos ciclos nos agressores. Nos dois casos, verificámos se as (eventuais) tendências detetadas eram comuns às várias escolas. 25 Na secção 4.3 abordámos o sexto objetivo secundário: caraterizar as agressões às vítimas quanto à frequência e forma, e quanto ao número de agressores. O questionário foi organizado de modo a permitir a análise comparada dos pontos de vista do agredido e agressor quanto a estas questões. Assim, subdividimos esta secção em três subsecções (4.3.1; 4.3.2 e 4.3.3), consoante partimos do ponto de vista da vítima (4.3.1), do agressor (4.3.2) e ainda uma terceira subsecção destinada à comparação/cruzamento de ambos os pontos de vista (4.3.3). As respostas às perguntas 3 e 9 permitiram caraterizar a frequência das agressões; as respostas às perguntas 5 e 10 saber se os agressores atuavam sozinhos ou em grupo e as respostas às perguntas 4 e 11 identificar as formas de agressão mais comuns. Tal como nos casos anteriores, comparámos os resultados obtidos por escolas, géneros e ciclos. Na secção 4.4 debruçámo-nos sobre o sétimo objetivo secundário: caraterizar as reações das vítimas às agressões. Procurámos identificar e tipificar as reações mais frequentes, bem como avaliar a forma como reagiam à agressão os vários grupos estudados. Verificámos, também, se a forma da agressão perpetrada condicionou a resposta oferecida pela vítima. Na secção 4.5 refletimos sobre o oitavo objetivo secundário: Identificar os momentos da aula em que ocorrem as agressões. As atividades com maior número de ocorrências foram identificadas, sendo avaliada a sua prevalência em cada um dos grupos estudados. Na secção 4.6 demos resposta aos dois objetivos principais: verificar a existência de bullying nas aulas de Educação Física e tipificar os episódios de bullying registados. Finalizámos o capítulo demonstrando, na secção 4.7, a coerência das respostas através da análise à variabilidade da frequência associada às hipóteses “Não fui maltratado nas aulas de Educação Física” e “Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física”, presentes em todas as questões do inquérito. A validação da hipótese de coerência permitiu comparar resultados associados a perguntas diferentes. 26 4.1 VERIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DIFERENTES NÍVEIS DE AGRESSIVIDADE E IDENTIFICAÇÃO DOS LOCAIS ONDE ACORREM AS AGRESSÕES, NA ESCOLA. PESO RELATIVO DAS AGRESSÕES NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Nesta secção estudámos as respostas à questão nº2 do inquérito. A partir dos dados recolhidos, analisámos os níveis de agressividade dos alunos, identificámos os locais mais propícios à agressão dentro da escola e determinámos o peso relativo das agressões perpetradas nas aulas de Educação Física, face às restantes. Em todos os casos, analisámos a relação da tipologia da escola com a distribuição de frequências observada. No quadro 10 apresentamos um resumo da informação recolhida através das respostas à pergunta nº 2: Quadro 10 – Níveis de vitimização nas 3 escolas Escola TEIP Escola Ensino Escola Regular Particular Respostas Total n % n % n % n % 128 64,4% 289 70,7% 46 79,4% 463 69,4% 24 12,0% 34 8,3% 0 0,0% 58 8,7% 2 1,0% 5 1,2% 3 5,2% 10 1,5% No recreio 31 15,6% 58 14,2% 6 10,3% 95 14,3% Na casa de banho 5 2,5% 4 1,0% 0 0,0% 9 1,4% Nas aulas de Educação Física 4 2,0% 10 2,4% 1 1,7% 15 2,3% 5 2,5% 9 2,2% 2 3,4% 16 2,4% 199 100,0% 409 100,0% 58 100,0% 666 100,0 % Não fui maltratado na escola desde o ano passado Na minha turma Nos corredores ou saídas da escola Em outro lugar da escola. Por favor escreve qual: Total Note-se que aquela pergunta admitia a seleção de mais de uma resposta por inquérito (foram assinaladas, no total, 666 respostas). Desta forma, a frequência relativa da resposta “Não fui maltratado na escola desde o ano passado” (calculada face ao número total de respostas registadas) diferiu da percentagem de alunos não agredidos em cada escola. Assim, para poder determinar e comparar as proporções de alunos maltratados e não maltratados, agrupámos as respostas à pergunta 2 em duas categorias: “Não fui maltratado na escola desde o ano passado” e “Sofri algum tipo de maltrato na escola desde o ano passado”, tendo contabilizado na segunda categoria 27 todos os inquéritos onde foi assinalada pelo menos uma das hipóteses de I a N. O quadro seguinte (quadro 10A) descreve os resultados obtidos: Quadro 10A – Níveis de vitimização nas 3 escolas Escola TEIP Escola Escola Ensino Regular Total Particular Respostas N % N % n % N % 128 74,0% 289 76,7% 46 82,0% 463 76,5% 45 26,0% 87 23,3% 10 18,0% 142 23,5% 173 100,0% 376 100,0% 56 100,0% 605 100,0% Não fui maltratado na escola desde o ano passado Sofri algum tipo de maltrato na escola desde o ano passado Total Analisando os resultados obtidos verificamos que a percentagem de alunos que sofreram algum tipo de maltrato variou entre 18% (Particular) e 26% (TEIP), o que corresponde a afirmar que entre 1/5 e 1/4 dos alunos foram molestados durante o ano transato. Estes resultados encontram-se abaixo dos registados por Cunha (2005) – 55,8%, Pereira et al. (2009) – 46,9%, mas no mesmo nível de grandeza de Pereira (2002) ao verificar que 24,7% dos alunos eram vítimas de maus tratos pelos colegas. Os resultados obtidos apontam para uma tendência crescente nos níveis de conflitualidade quando comparamos a Escola Particular com a de Ensino Regular (pública) e aquela com a TEIP. Para avaliar o significado estatístico das diferenças observadas, aplicámos, a cada par de escolas, o teste do Qui-quadrado da independência, com H0: “A probabilidade de não ser maltratado é independente da escola”. Por observação dos outputs produzidos (ver anexos Output 1.1; 1.2 e 1.3), verificámos que não foram cumpridas as condições de aplicabilidade do teste de Quiquadrado. Assim sendo, seguindo o procedimento descrito no capítulo 3, recorremos ao teste de Fisher. Os valores obtidos para o p-value quando comparámos TEIP com Particular (p=0,280), Ensino Regular com Particular (p=0,492) e TEIP e Ensino Regular (p=0,519) não permitem a rejeição da hipótese nula. Desta forma, concluímos que as diferenças encontradas não são significativas o suficiente para permitir distinguir aquelas escolas entre si. Os resultados obtidos por aplicação do teste Z (ver output 1.4) reforçaram esta conclusão. 28 Desta forma confirmou-se o que Campos (2006 e 2007), Elliott (1997) e Serrate (2009), afirmam, pois segundo estes autores a violência escolar ocorre em todo o tipo de escolas, desde escolas públicas, quer estejam ou não inseridas em bairros sociais, aos colégios particulares, sendo indiferente a dimensão, a composição racial ou a sua situação geográfica. Estudámos, seguidamente, o local onde ocorreram as agressões no espaço escolar. Para avaliar este tópico mostramos, no Quadro 10B, as frequências associadas a cada categoria, quando considerámos apenas os casos onde ocorreu algum tipo de maltrato: Quadro 10B – Local de ocorrência da agressão Escola TEIP Escola Ensino Escola Regular Particular Respostas Total N % N % n % n % 24 33,8% 34 28,3% 0 0,0% 58 28,6% 2 2,8% 5 4,2% 3 25,0% 10 4,9% No recreio 31 43,8% 58 48,3% 6 50,0% 95 46,8% Na casa de banho 5 7,0% 4 3,3% 0 0,0% 9 4,4% Nas aulas de Educação Física 4 5,6% 10 8,3% 1 8,3% 15 7,4% 5 7,0% 9 7,6% 2 16,7% 16 7,9% 71 100,0% 120 100,0% 12 100,0% 203 100,0% Na minha turma Nos corredores ou saídas da escola Em outro lugar da escola. Por favor escreve qual: Total O Quadro 10B indicia a prevalência das hipóteses “No recreio” e “Na minha turma” nas escolas TEIP e Ensino Regular. Já na Escola Particular, as maiores frequências surgem associadas às categorias “No recreio” e “Nos corredores ou saídas da escola”. As observações anteriores apontaram para uma possível separação das escolas em dois grupos: um constituído pelas TEIP e Ensino Regular e outro pela Particular. Para validar esta afirmação recorremos ao teste do Qui-quadrado da independência, que aplicámos a cada par de escolas. A hipótese nula, H 0, foi definida como: “A distribuição do número de ocorrências no espaço escolar é independente da Escola”. Os resultados dos testes3 (ver output 2.1, 2.2 e 2.3) confirmaram a tendência 3 Observamos que, tal como no caso anterior, não são cumpridas as condições de aplicabilidade do teste de Quiquadrado. Assim sendo, seguindo o procedimento descrito no capítulo III, recorremos ao teste de Fisher. 29 apontada. Os valores obtidos para o p-value implicam a rejeição da hipótese nula quando comparamos Ensino Regular e TEIP com a Particular (p=0,008 e p=0,022, respetivamente), mas não permitem a rejeição quando comparamos Ensino Regular com TEIP (p=0,771). Desta forma, pudemos afirmar que existiam diferenças significativas entre as duas escolas públicas e a Particular, mas que não conseguimos distinguir entre elas. Aplicámos, também, o teste Z aos dados. Este teste permitiu comparar as escolas categoria a categoria e identificar os casos onde as diferenças nas correspondentes proporções são significativas. Os casos detetados surgiram quando comparámos a Escola Particular com as restantes escolas e estão associados à incidência de atos de agressão perpetrados no recreio e nos corredores ou saídas da escola, (ver output 2.1, 2.2 e 2.3) confirmando as impressões surgidas após a leitura do Quadro 10B. Verificámos, tal como Beane (2011), Campos (2007), Costa (2008), Cunha (2005), Pereira (2002), Serrate (2009) e Silva (2010) que os recreios são os locais mais propícios às agressões. Esta situação pode dever-se ao facto de haver pouco controle sobre os alunos devido à dimensão e à existência de locais escondidos dos olhares dos adultos. Assim, conjugando os resultados dos dois testes, confirmámos a separação das escolas dos dois grupos e localizámos a origem dessas diferenças. Debruçámo-nos, de seguida, sobre o conjunto de respostas relativas à existência de agressões nas aulas de Educação Física. Para o efeito, recodificámos todas as respostas que indicavam agressão, com a exceção das que ocorriam nas aulas de Educação Física, atribuindo-lhes a designação “Outro local”. No Quadro 10C apresentamos os resultados obtidos. Quadro 10C – Agressões nas aulas de Educação Física Escola TEIP Outro local Nas aulas de Educação Física Total Escola Ensino Regular Escola Particular Total N % N % n % N % 67 94,4% 110 91,7% 11 91,7% 188 92,6% 4 5,6% 10 8,3% 1 8,3% 15 7,4% 71 100,0% 120 100,0% 12 100,0% 203 100,0% 30 A leitura do Quadro 10C mostra que dos 203 atos de agressão apontados pelos alunos somente 15 ocorreram nas aulas de Educação Física. Por aplicação do teste do Qui-quadrado da independência aos dados apresentados no Quadro 10C obtivemos os outputs que se apresentam no anexo (ver output 3.1; 3.2 e 3.3) e que permitiram a comparação entre escolas. Sendo os valores do p-value 0,576, 0,552 e 1,00 não rejeitámos a hipótese nula: “O peso relativo do número de incidentes ocorridos nas aulas de Educação Física é independente da Escola” quando comparamos TEIP com Escola Ensino Regular, Escola Ensino Regular com a Escola Particular e TEIP com Particular, respetivamente. Por aplicação do teste Z concluímos que as diferenças entre as proporções associadas a cada categoria não tinham significado estatístico. Assim, os dados recolhidos no nosso estudo não permitiram relacionar o peso relativo do número de incidentes ocorridos nas aulas de Educação Física e a tipologia da escola. Tendo em conta os resultados obtidos por Brito (2006), verificámos que através da aplicação do mesmo questionário, a autora concluiu que 16,3% da amostra era vítima de agressões nas aulas de Educação Física, mais do dobro da percentagem por nós registada. Esta diferença pode dever-se à diferença de idades, visto que o estudo incidiu sobre alunos do 1.º Ciclo e o nosso foi realizado com alunos do 2.º e 3.º ciclos e, tal como referem Forero et al. (1999), Matos et al. (2009), Olweus (1993) e Seixas (2006) as agressões vão diminuindo consoante vão aumentando os anos de escolaridade. Tendo em conta que na Escola Particular só um aluno admitiu ter sido agredido nas aulas de Educação Física, excluímos esta escola do estudo que apresentamos de seguida4. Nas secções seguintes estudamos apenas as agressões nas aulas de Educação Física. 4 Não é possível realizar um estudo quantitativo com base numa amostra de dimensão 1. Não obstante referiremos, nas, conclusões, os resultados de uma entrevista com a diretora da Escola Particular. 31 4.2 CARATERIZAÇÃO DAS VÍTIMAS E DOS AGRESSORES POR ESCOLA, GÉNERO E CICLO Nesta secção procurámos caraterizar vítimas e agressores quanto à escola, género e ciclo. Numa primeira fase, começámos por caraterizar as vítimas quanto ao género. Para o efeito, analisámos as respostas à pergunta nº 2, contabilizando o número de rapazes e de raparigas que admitiram ter sido maltratados nas aulas de Educação Física. O Quadro 11 resume os resultados obtidos. Quadro 11 – Género das vítimas de agressão nas aulas de Educação Física Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % Feminino 2 50,0% 6 60,0% 8 57,3% Masculino 2 50,0% 4 40,0% 6 42,7% Total 4 100,0% 10 100,0% 14 100,0% Os resultados apontam para uma maior vitimização das raparigas na Escola de Ensino Regular. Na Escola TEIP não se detetaram diferenças entre os géneros. Para avaliar o significado estatístico das diferenças registadas aplicámos o teste da Binomial, definindo a Hipótese nula como: H0: “As categorias definidas por género (masculino e feminino) ocorrem com igual probabilidade quando estudamos as vítimas de agressão nas aulas de Educação Física”. O resultado obtido (ver output 4) mostrou um p-value de 0,754 pelo que não é possível rejeitar H 0. Concluímos, então, que não há evidência que mostre existir uma diferenciação quanto ao nível de vitimização em cada um dos géneros. A partir dos valores indicados no quadro, estudámos, também, a forma como a distribuição de frequências nos géneros se relaciona com a tipologia das duas escolas. Para tal, aplicámos o teste do Qui-quadrado da independência, definindo a hipótese nula como: “O peso relativo do número de agressões perpetradas sobre cada um dos géneros é independente da Escola ”. Os resultados (ver output 5.1) mostraram que não eram verificadas as condições de aplicabilidade do teste pelo que recorremos ao 32 teste de Fisher. O valor do p-value obtido por aplicação daquele teste (1,00) mostrou não ser possível rejeitar H0. Os resultados obtidos por aplicação do teste Z (ver output 5.1) vieram reforçar esta observação – não se registaram diferenças significativas quando comparámos as categorias duas a duas (ou seja, quando comparámos Feminino na TEIP com Feminino na Escola de Ensino Regular e Masculino na TEIP com Masculino na Escola de Ensino Regular) pelo que concluímos que o nosso estudo não permitiu relacionar os níveis de vitimização nas aulas de Educação Física com o género e que essa conclusão é válida nas duas escolas analisadas. As conclusões por nós verificadas, não estão em consonância com as apresentadas por Cunha (2005) e Freire et al. (2006). Estas concluíram que os rapazes eram mais agredidos do que as raparigas. No entanto, há que salientar que o estudo levado a cabo pelas autoras supra citadas foi referente à violência na escola. Os nossos resultados centraram-se exclusivamente nas aulas de Educação Física. Por análise do Quadro 12 pudemos avaliar a incidência do número de vítimas de agressão nas aulas de Educação Física em cada um dos dois conjuntos de alunos que se obtiveram quando agrupámos os inquiridos segundo o ciclo de estudos que frequentavam (designaremos cada um desses grupos por 2.º Ciclo e 3.º Ciclo): Quadro 12 – Ciclo das vítimas de agressão nas aulas de Educação Física Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % 2º Ciclo 3 75,0% 6 60,0% 9 64,3% 3º Ciclo 1 25,0% 4 40,0% 5 35,7% Total 4 100,0% 10 100,0% 14 100,0% Aplicámos o teste da Binomial aos dados recolhidos na TEIP e Escola de Ensino Regular. Verificámos que a Hipótese nula definida como: H 0: “As categorias definidas por ciclo (2.º Ciclo, 3.º Ciclo) ocorrem com igual probabilidade quando estudamos as vítimas de agressão nas aulas de Educação Física” não foi rejeitada (ver Output 5.2 e 5.3). Isto significa, portanto, que não há, nem na TEIP nem na Escola de ensino 33 Regular, diferenças com significado estatístico quanto ao nível de vitimização em cada um dos ciclos. Neste caso, o teste do Qui-quadrado da independência, definindo a hipótese nula como: “O peso relativo do número de incidentes perpetrados sobre os alunos de cada um dos ciclos é independente da Escola ”, resultou na retenção da hipótese nula (pvalue=1,00, obtido por aplicação do teste de Fisher – ver output 5.4), o que foi reforçado pelos resultados obtidos por aplicação do teste Z que não identificou diferenças significativas em nenhuma das categorias. Assim sendo, os resultados por nós apresentados quanto às aulas de Educação Física, diferem dos apresentados por Freire et al. (2006) que referiu que a violência na escola vai diminuindo com o avançar da escolaridade. Relativamente ao agressor, optámos por caraterizá-lo a partir de dois pontos de vista: o do próprio e o da vítima. Começámos pelo primeiro ponto que foi analisado por tratamento dos dados relativos à pergunta 10 do inquérito. Assim, contabilizando a frequência da resposta “Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física” face ao conjunto das restantes respostas, obtivemos o Quadro 13, que apresentamos de seguida: Quadro 13 – Admissão da prática de ações de agressão nas aulas de Educação Física Escola TEIP Não maltratei os meus colegas na aula de Educação Física Escola Ensino Total Regular n % n % N % 159 91,9% 340 90,4% 499 90,9% Outra situação 14 8,1% 36 9,6% 50 9,1% Total 173 100,0% 376 100,0% 549 100,0% Verificamos que perto de 10% dos alunos afirmaram ter cometido algum tipo de agressão nas aulas de Educação Física. De seguida, para comparar as escolas quanto ao tópico em estudo, aplicámos o teste do Qui-quadrado da independência definindo a hipótese nula, H 0, como: “A admissão da prática de ações de agressão nas aulas de Educação Física é independente da 34 escola”. Os resultados obtidos (p-value de 0,635 para o teste de Fisher) - ver output 6.1) indicam que não é possível rejeitar a hipótese nula, pelo que não se pode concluir que a proporção de alunos agressores seja condicionada pela tipologia da escola. Seguindo o tratamento usado aquando da caraterização da vítima, passámos à caraterização, por género e por ciclo, do agressor. O Quadro 13A sumaria a informação relevante para a análise quanto ao género: Quadro 13A – Género dos agressores nas aulas de Educação Física Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % Feminino 5 35,7% 15 41,7% 20 40,0% Masculino 9 64,3% 21 58,3% 30 60,0% Total 14 100,0% 36 100,0% 50 100,0% e o Quadro 13B a informação relevante para a análise quanto ao ciclo frequentado: Quadro 13B – Ciclo frequentado pelos agressores nas aulas de Educação Física Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % 2.º Ciclo 6 42,9% 23 63,9% 29 58,0% 3.º Ciclo 8 57,1% 13 36,1% 21 42,0% Total 14 100,0% 36 100,0% 50 100,0% Por aplicação do teste da Binomial aos dados apresentados concluímos não ser possível atribuir significado às diferenças de comportamento entre os géneros e entre os ciclos. Com efeito, a hipótese nula definida como: “As categorias definidas por género (ciclo) ocorrem com igual probabilidade quando estudamos os alunos que admitem ter praticado atos de agressão nas aulas de Educação Física” não foi rejeitada em função dos valores obtidos para o p-value, a saber: 0,791 e 0,424 (TEIP) e 0,134 e 0,405 (Escola de Ensino Regular), respetivamente (ver outputs 6.2 e 6.3). De seguida, procurámos avaliar se as distribuições de frequências por género e por ciclo dependiam da tipologia da escola e/ou do ciclo através da aplicação do teste do 35 Qui-quadrado da independência, definindo as hipóteses nulas como: ”A distribuição de frequências por género (ciclo) dos alunos que admitem ter praticado atos de agressão nas aulas de Educação Física é independente da tipologia da escola” e “A distribuição de frequências por género dos alunos que admitem ter praticado atos de agressão nas aulas de Educação Física é independente do ciclo frequentado”. Os valores obtidos para o p-value (ver outputs 6.4; 6.5 e 6.6) não permitiram rejeitar a hipótese nula em nenhum dos 3 testes realizados, como seria, aliás, de esperar, face aos resultados anteriores. Assim, em suma, verificámos que a informação obtida a partir da pergunta 10 não permitiu diferenciar os agressores em função da tipologia da escola, do género ou ciclo frequentado. Propomo-nos, agora, caraterizar o agressor a partir do ponto de vista da vítima. Observamos que a referida caraterização só é possível quanto ao género, pois, no inquérito, não foi pedido às vítimas que apontassem o ciclo frequentado pelo seu agressor. Assim, estudámos as repostas dadas pelos alunos à pergunta n.º 6: “Costumas ser maltratado por rapazes ou por raparigas?”. A análise dos resultados que apresentamos no Quadro 14, permitiu-nos atingir o propósito enunciado. Quadro 14 – Género do agressor, segundo a vítima Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % 143 82,7% 319 84,8% 462 84,1% Só por rapazes 13 7,5% 30 8,0% 43 7,8% Principalmente por rapazes 3 1,7% 10 2,6% 13 2,4% Tanto por rapazes como por raparigas 6 3,5% 9 2,4% 15 2,7% Principalmente por raparigas 4 2,3% 4 1,1% 8 1,5% Só por raparigas 4 2,3% 4 1,1% 8 1,5% Total 173 100,0% 376 100,0% 549 100,0% Não fui maltratado nas aulas de Educação Física Em relação a esta questão, dos 549 alunos, 462 (84%) responderam “Não fui maltratado nas aulas de Educação Física”. Os restantes 87 (16%) responderam terem sido agredidos por colegas. Estes resultados contrastam com os obtidos por análise à questão 2, pois o número de alunos que admitiu ter sido agredido foi, agora, 36 consideravelmente superior. Esta situação repetiu-se, como veremos, nas respostas às perguntas 3, 4, 5 e 7 e permanece em aberto para estudos futuros. Para avaliar a importância relativa de cada uma das categorias indicadas em cada escola, aplicámos o teste do Qui-quadrado da independência definindo como hipótese nula, H0: “Nas aulas de Educação Física, a prevalência do género dos agressores (identificado pelos agredidos) é independente da escola”. Obtivemos um p-value de p=0,614 (ver output 7), pelo que não foi possível rejeitar a hipótese nula, de onde concluímos não existir evidência estatística de que a distribuição de frequências seja diferente nas duas escolas. Mais uma vez, a aplicação do teste Z veio reforçar a conclusão apresentada, indicando não haver diferenças significativas entre as duas escolas, quando comparamos cada categoria. Observamos, agora, que quanto aos agredidos, a resposta “Só por rapazes” foi a mais indicada pelos alunos das 2 escolas com grande diferença para as restantes. Parece, então, haver diferenças no nível de agressividade dos dois géneros. Para melhor avaliar esta questão, agrupámos as respostas dadas pelos alunos em duas categorias: na primeira (que designámos por “Rapazes”) incluímos as respostas “Só por rapazes” e “Principalmente por rapazes”; na segunda (que designámos por “Raparigas”) incluímos as respostas “Só por raparigas” e “Principalmente por raparigas”. As respostas associadas à hipótese “Tanto por rapazes como por raparigas” foram excluídas. Os resultados obtidos encontram-se no Quadro 14A: Quadro 14A – Agressões perpetradas por cada um dos géneros, segundo a vítima Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % Rapazes 16 66,6% 40 83,3% 56 77,8% Raparigas 8 33,4% 8 16,7% 16 22,2% Total 24 100,0% 48 100,0% 72 100,0% Os valores do p-value obtidos por aplicação do teste da Binomial permitiram a rejeição da hipótese nula definida como H0: “Nas aulas de Educação Física, a agressão por rapazes ou por raparigas ocorre com igual probabilidade” no caso da Escola de Ensino Regular. No entanto, a aplicação do mesmo teste aos dados obtidos na TEIP resultou na não rejeição da hipótese nula. Assim, a diferenciação dos géneros só se confirma 37 na Escola de Ensino Regular (valores do p-value, 0,008 e 0,307, respetivamente – ver outputs 8.1 e 8.2). Os resultados obtidos na Escola de Ensino Regular vão ao encontro dos apresentados por Freire (2006) em que relatou que os alunos do género masculino foram quem mais praticou atos de agressão na escola. Fazemos notar a discrepância entre os resultados obtidos quanto a esta questão quando a caraterização do agressor foi feita pelo próprio e pela vítima. Esclarecer este tópico é um ponto importante a desenvolver em trabalho futuro. A terminar esta secção procurámos relacionar os géneros do agressor e do agredido. Para tal, cruzámos a informação apresentada no quadro anterior com o género do inquirido. Os resultados obtidos encontram-se no Quadro 15 e no Quadro 16 (os valores percentuais foram calculados face ao número total de agressões indicadas): Quadro 15 – Quem agride e é agredido nas aulas de Educação Física na Escola TEIP Agressores Raparigas Total Rapazes Vítimas N % n % n % Raparigas 7 29,2% 8 33,3% 15 62,5% Rapazes 1 4,2% 8 33,3% 9 37,5% Total 8 33,4% 16 66,6% 24 100,0% Quadro 16 – Quem agride e é agredido nas aulas de Educação Física Escola de Ensino Regular Agressores Raparigas Total Rapazes Vítimas N % n % n % Raparigas 7 14,6% 22 45,8% 29 60,4% Rapazes 1 2,1% 18 37,5% 19 39,6% Total 8 16,7% 40 83,3% 48 100,0% Os quadros anteriores indicam os rapazes como principais agressores quer doutros rapazes, quer das raparigas. Os mesmos quadros indicam, também, ser raro registar 38 uma agressão de raparigas a rapazes. O teste do Qui-quadrado da independência permitiu validar estas afirmações. Com efeito, os resultados obtidos (p-value de 0,019 e 0,032, obtidos por aplicação do teste de Fisher - ver outputs 9.1 e 9.2) permitiram rejeitar a hipótese nula definida como H0: “Os géneros do agressor e agredido são independentes”. Mais uma vez os nossos resultados estão na mesma linha dos apresentados por Cunha (2005) e Freire (2006) referentes à violência na escola. 4.3 CARATERIZAÇÃO DAS AGRESSÕES ÀS VÍTIMAS QUANTO À FREQUÊNCIA E FORMA, E QUANTO AO NÚMERO DE AGRESSORES Esta secção é dedicada à tipificação da agressão, quanto à frequência e forma, e quanto ao número de agressores. Como já referimos, o questionário foi organizado de modo a permitir a análise dos pontos de vista do agredido (subsecção 4.3.1) e do agressor (subsecção 4.3.2). A comparação de ambos os pontos de vista foi feita na subsecção 4.3.3. 4.3.1 PONTO DE VISTA DA VÍTIMA Começámos a nossa análise por caraterizar a frequência/regularidade com que as vítimas foram agredidas. Para tal, analisámos as respostas obtidas à questão nº 3 “Com que frequência tens sido maltratado nas aulas de Educação Física?” que sumariamos no Quadro 17. Quadro 17 – Com que frequência tens sido maltratado nas aulas de Educação Física? Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % 149 86,1% 322 85,6% 471 85,8% Só 1 ou 2 vezes 19 11,0% 43 11,4% 62 11,3% De 3 a 6 vezes 2 1,2% 7 1,9% 9 1,7% Uma vez por semana 3 1,7% 0 0,0% 3 0,5% 0 0,0% 4 1,1% 4 0,7% 173 100,0% 376 100,0% 549 100,0% Não fui maltratado nas aulas de Educação Física Em todas as aulas de Educação Física Total 39 O Quadro 17 mostra uma forte discordância entre o número de inquiridos que admitem ter sido vítimas de agressão nas aulas de Educação Física, quando comparamos as respostas agora obtidas com as respostas apresentadas no Quadro 10C (pergunta 2) da secção 4.1 (78 e 14 alunos, respetivamente). Por outro lado, é interessante notar que a diferença registada entre as respostas às perguntas 3 e 6 (Quadro 14, secção 4.2) não tem significado estatístico (78 e 87 alunos, respetivamente). Como já referenciámos na secção anterior, esta é uma questão em aberto e estudar a sua origem pode ser um tema interessante para análise futura. Na secção 4.7 voltaremos a este assunto. Analisamos, agora, a distribuição de frequências associada às respostas que indicam agressão (ver Quadro 17A): Quadro 17A – Frequência das agressões nas aulas de Educação Física, segundo a vítima Escola Ensino Escola TEIP Total Regular Respostas n % n % n % Só 1 ou 2 vezes 19 79,2% 43 79,6% 62 79,5% De 3 a 6 vezes 2 8,3% 7 13,0% 9 11,6% Uma vez por semana 3 12,5% 0 0,0% 3 3,8% 0 0,0% 4 7,4% 4 5,1% 24 100,0% 54 100,0% 78 100,0% Em todas as aulas de Educação Física Total A leitura do Quadro 17A aponta para um claro domínio da hipótese “Só 1 ou 2 vezes” em ambas as escolas, seguida da opção “3 a 6 vezes”. Por outro lado, parece haver diferenças quanto à importância relativa das categorias “Uma vez por semana” e “Em todas as aulas de Educação Física” em cada uma das escolas. Para avaliar o significado estatístico destas afirmações recorremos, como habitualmente, à inferência estatística. Para comparar as distribuições de frequências entre escolas aplicámos o teste do Qui-quadrado da independência aos valores apresentados, definindo a hipótese nula como: “A distribuição de frequências da variável “Com que frequência tens sido agredido nas aulas de Educação Física” é independente da tipologia da escola”. O output apresentado no anexo (ver output 10) mostrou não serem cumpridas as condições de aplicabilidade do teste do Quiquadrado, pelo que recorremos ao teste de Fisher. Obtivemos um valor de 0,040 para o p-value, o que implicou a rejeição da hipótese nula. Desta forma, validámos a 40 hipótese da existência de diferenças na distribuição de frequências associada a cada escola. Os nossos resultados estão em linha com os apresentados por Brito (2006). Seguindo a metodologia usada nas secções anteriores, passámos ao modo como as frequências se repartiam pelas várias categorias em cada um dos géneros e em cada um dos ciclos de estudo. Neste estudo, e ao contrário dos casos anteriores, estudámos as escolas em separado, visto termos detetado que a tipologia da mesma influencia os resultados. Assim, apresentamos de seguida (ver Quadro 18A) o resultado da análise por género relativo à Escola TEIP: Quadro 18A – Frequência das agressões em função do género da vítima na Escola TEIP Feminino Total Masculino Respostas n % n % n % Só 1 ou 2 vezes 14 100% 5 50,0% 19 79,2% De 3 a 6 vezes 0 0,0% 2 20,0% 2 8,3% Uma vez por semana 0 0,0% 3 30,0% 3 12,5% 0 0,0% 0 0,0% 0 0.0% 14 100% 10 100% 24 100% Em todas as aulas de Educação Física Total A leitura do Quadro 18A indicia a existência de diferenças nas observações associadas a cada género: enquanto que nas raparigas a agressão é pontual (a totalidade das respostas incide sobre a opção “Só 1 ou 2 vezes”), nos rapazes o peso das agressões perpetradas com regularidade é elevado, sendo comparável ao peso das agressões pontuais. Por aplicação do teste do Qui-quadrado de aderência à Uniforme aos dados associados ao grupo dos rapazes, verificámos que, de facto, as diferenças entre as proporções associadas às várias categorias não tinham significado estatístico (o valor do p-value (0,497) não permitiu rejeitar a hipótese nula definida como: “No grupo dos rapazes, as categorias da variável “com que frequência foste agredido nas aulas de Educação Física” ocorrem com igual probabilidade” – ver output 11). Quanto à análise por ciclo, obtivemos os resultados que se apresentam no quadro seguinte (Quadro 18B): 41 Quadro 18B – Frequência das agressões em função do ciclo de estudos frequentado pelo agredido na Escola TEIP 2º Ciclo Respostas Total 3ºCiclo n % n % n % Só 1 ou 2 vezes 13 76,5% 6 85,7% 19 79,2% De 3 a 6 vezes 1 5,9% 1 14,3% 2 8,3% Uma vez por semana 3 17,6% 0 0,0% 3 12,5% 0 0,0% 0 0,0% 0 0.0% 17 100,0% 7 100,0% 24 100,0% Em todas as aulas de Educação Física Total O Quadro 18B é de difícil leitura, não sendo clara nem a diferenciação da distribuição Uniforme quando analisamos cada ciclo per si, nem a diferenciação nas distribuições de frequências quando comparamos os dois ciclos. Mais uma vez, recorremos ao teste do Qui-quadrado para clarificar as questões em discussão. No primeiro caso definimos a hipótese nula como: “No 2.º (3.º) ciclo, as categorias da variável “Com que frequência foste agredido nas aulas de Educação Física” ocorrem com igual probabilidade” e no segundo caso como: “A distribuição de frequências da variável “Com que frequência foste agredido nas aulas de Educação Física” é independente do ciclo de estudos”. Os resultados que apresentamos nos anexos implicaram a rejeição da primeira hipótese (p-value de 0,000 e 0,003, respetivamente - ver output 12.1; 12.2) e não rejeição da segunda (neste caso, com recurso ao teste de Fisher para obtenção de um p-value de 0,562 – ver output 12.3). Assim, não podemos relacionar a frequência/regularidade com que são agredidos os alunos da Escola TEIP nas aulas de Educação Física com o ciclo frequentado. Verificamos um claro predomínio da opção “1 ou 2 vezes”, seguida das categorias “3 a 6 vezes” e “uma vez por semana” que ocorrem com igual importância. Passamos ao estudo dos dados relativos à Escola de Ensino Regular. No Quadro 19A apresentamos os resultados da análise por género: 42 Quadro 19A – Frequência das agressões em função do género da vítima na Escola de Ensino Regular Respostas Feminino Total Masculino n % n % n % Só 1 ou 2 vezes 28 84,8% 15 71,5% 43 79,6% De 3 a 6 vezes 3 9,1% 4 19,0% 7 13,0% Uma vez por semana 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 2 6,1% 2 9,5% 4 7,4% 33 100,0% 21 100,0% 54 100,0% Em todas as aulas de Educação Física Total e no Quadro 19B o resultado da análise por ciclo: Quadro 19B – Frequência das agressões em função do ciclo de estudos frequentado pela vítima na Escola de Ensino Regular 2º Ciclo Total 3ºCiclo Respostas n % n % n % Só 1 ou 2 vezes 27 79,4% 16 80,0% 43 79,6% De 3 a 6 vezes 5 14,7% 2 10,0% 7 13,0% Uma vez por semana 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 2 5,9% 2 10,0% 4 7,4% 34 100,0% 20 100,0% 54 100,0% Em todas as aulas de Educação Física Total A leitura dos quadros anteriores traz dúvidas semelhantes às que experienciámos quando estudámos o Quadro 18B. Assim, aplicámos o teste do Qui-quadrado usando o mesmo conjunto de hipóteses nulas (com as devidas adaptações). Os resultados obtidos5 (ver outputs 13.1; 13.2; 13.3; 13.4; 13.5 e 13.6) apontaram para conclusões também semelhantes: podemos assumir que existem diferenças na importância relativa das diferentes categorias, mas não podemos assumir que existam diferenças nas distribuições por género ou por ciclo. Desta forma, concluímos que a opção “1 ou 2 vezes” prevalece face às restantes e que as categorias “3 a 6 vezes” e “em todas as aulas de Educação Física” ocorrem com probabilidade semelhante, quer quando estudamos a frequência da agressão em função do género do agredido, quer quando estudamos a frequência da agressão em função do ciclo frequentado pelo agredido, na Escola de Ensino Regular. 5 Valores de p-value de 0,00; 0,02; 0,508; 0,00; 0,00; 0,773, respetivamente. 43 Em resumo, em relação à frequência das agressões registámos, em todos os grupos estudados, um claro domínio da resposta “1 ou 2 vezes” (com frequências da ordem dos 80%) indicando que a maioria das agressões tem carácter pontual. Todavia a presença das respostas “3 a 6 vezes”, “1 vez por semana” e “Em todas as aulas de Educação Física” não é negligenciável, indicando que há um número significativo de alunos que referiram ser agredidos com regularidade. Esta conclusão é particularmente importante para o nosso estudo, pois mostra a existência de bullying nas escolas estudadas (recorde-se que, de acordo com a definição apresentada no capítulo II, existe bullying quando um conjunto de ações violentas são perpetradas contra alguém de forma continuada). Na secção 4.7 voltaremos a este assunto. No estudo de Brito (2006) em que foi aplicado este mesmo questionário, verificámos também haver um claro predomínio da agressão pontual (só 1 ou 2 vezes). Analisámos, seguidamente, as agressões quanto à forma. As respostas à pergunta nº 4 do inquérito “De que maneira tens sido maltratado nas aulas de Educação Física?” permitiram tipificar tais agressões. O Quadro 20 sumaria os resultados obtidos (fazemos notar que nesta questão se admitia a escolha de uma ou mais hipóteses de resposta): Quadro 20 – De que maneira tens sido maltratado nas aulas de Educação Física? Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % Não fui maltratado nas aulas de Educação Física 141 58,8% 311 72,0% 452 67,3% Deram-me murros, pontapés 7 2,9% 5 1,2% 12 1,8% Deram-me empurrões 16 6,7% 12 2,8% 28 4,2% Fizeram-me rasteiras 14 5,8% 15 3,5% 29 4,3% Fui ameaçado 6 2,5% 4 0,9% 10 1,5% 7 2,9% 2 0,5% 9 1,3% 18 7,4% 36 8,3% 54 8,0% Gritaram comigo 9 3,8% 6 1,4% 15 2,2% Não me deixaram fazer parte do seu grupo/equipa 9 3,8% 11 2,5% 20 3,0% Chatearam-me 13 5,4% 28 6,4% 41 6,1% Chamaram-me nomes e insultaram-me por causa da minha cor ou raça Chamaram-me nomes, insultaram-me ou gozaram comigo Outras. Diz como 0 0% 2 0,5% 2 0,3% Total 240 100,0% 432 100,0% 672 100,0% 44 A leitura do Quadro 20 indica uma dispersão significativa nos valores das frequências associadas às categorias e, também, não haver diferenças significativas entre as distribuições de frequência observadas em cada escola. Para clarificar estes assuntos, começamos por apresentar, no Quadro 20A a distribuição de frequências associada às respostas positivas: Quadro 20A – Forma da agressão, segundo a vítima Respostas Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % Deram-me murros, pontapés 7 7,1% 5 4,1% 12 5,5% Deram-me empurrões 16 16,1% 12 9,9% 28 12,7% Fizeram-me rasteiras 14 14,1% 15 12,4% 29 13,2% Fui ameaçado 6 6,1% 4 3,3% 10 4,5% 7 7,1% 2 1,7% 9 4,1% 18 18,2% 36 29,8% 54 24,5% 9 9,1% 6 5,0% 15 6,8% 9 9,1% 11 9,1% 20 9,1% Chatearam-me 13 13,1% 28 23,1% 41 18,7% Outras. Diz como 0 0% 2 1,6% 2 0,9% Total 99 100,0% 121 100,0% 220 100,0% Chamaram-me nomes e insultaram-me por causa da minha cor ou raça Chamaram-me nomes, insultaram-me ou gozaram comigo Gritaram comigo Não me deixaram fazer parte do seu grupo/equipa Definindo a hipótese nula, H0, como: “As categorias da variável “De que maneira tens sido maltratado nas aulas de Educação Física?” ocorrem com igual probabilidade na TEIP (Escola de Ensino Regular)” conseguimos, por aplicação do teste do Quiquadrado de aderência à distribuição Uniforme, validar a primeira observação. Definindo a hipótese nula, H0, como: “A distribuição de frequências da variável “De que maneira tens sido maltratado nas aulas de Educação Física?” é independente da tipologia da escola” conseguimos, por aplicação do teste do Qui-quadrado da independência, validar a segunda observação. Os valores obtidos para o p-value apontaram em sentidos divergentes. Com efeito, quando aplicámos o teste de aderência à distribuição Uniforme, concluímos pela não rejeição de H0 quando analisámos a TEIP (p-value: 0,087 – ver output 14.1) e pela rejeição de H0 quando analisámos a Escola de Ensino Regular (p-value: 0,000 – ver 45 output 14.2). Assim, concluímos que na Escola de Ensino Regular há diferenças significativas nas proporções das diferentes categorias e que o mesmo não acontece na TEIP. Este resultado indiciou a diferenciação das escolas. No entanto, quando aplicámos o teste da independência obtivemos um p-value de 0,057 (por aplicação do teste de Fisher - ver output 14.3) o que contradiz aquela indicação, ao não autorizar a rejeição da hipótese nula. Por seu turno, o teste Z identificou duas categorias para as quais se detetam diferenças com significado estatístico nas proporções associadas a cada escola. Os resultados obtidos não são, portanto, conclusivos. No capítulo II referimos ser usual categorizar as agressões como verbais/socias e físicas. Com o intuito de determinar o peso relativo de cada uma destas formas de agressão, agregámos as respostas dos inquiridos, classificando as respostas “Fui ameaçado”, “Chamaram-me nomes e insultaram-me por causa da minha cor ou raça”, “Chamaram-me nomes, insultaram-me ou gozaram comigo”, “Gritaram comigo”, “Não me deixaram fazer parte do seu grupo/equipa” e “Chatearam-me” como verbais/sociais e as restantes como físicas. As respostas “Outras. Diz como” foram classificadas caso a caso. Apresentamos os resultados obtidos no Quadro 21: Quadro 21 – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo a vítima Respostas Escola TEIP Escola Ensino Regular Total n % n % n % Verbais/sociais 62 62,6% 89 73,6% 151 68,6% Físicas 37 37,4% 32 26,4% 69 31,4% Total 99 100,0% 121 100,0% 220 100,0% Desta feita, a leitura do quadro fornece indicações claras: o peso das agressões verbais/sociais é muito superior ao peso das agressões físicas em ambas as escolas (as agressões físicas representam cerca de 1/3 das agressões registadas). Para confirmar a leitura apresentada, recorremos à inferência estatística. Aplicámos o teste da Binomial para aferir a existência de diferenças significativas nas proporções associadas a cada categoria, em cada escola, definindo a hipótese nula como:” As agressões de tipo verbal/social e física ocorrem com igual probabilidade na TEIP (Escola de Ensino Regular)” e aplicámos o teste do Qui-quadrado da independência para aferir a existência de diferenças na importância relativa de cada categoria nas 46 duas escolas, definindo a hipótese nula como: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola”. Os valores obtidos confirmaram as indicações acima apontadas: com efeito, rejeitámos H0 quando aplicámos o teste da Binomial a cada escola (p-value de 0,000 e 0,016, respetivamente – ver outputs 15.1 e 15.2) e não rejeitámos a hipótese de independência da distribuição de frequências face à tipologia da escola (p-value de 0,082 – ver output 15.3). De seguida, analisámos o comportamento das distribuições de frequência por género e por ciclo (Quadro 21A e Quadro 21B, respetivamente). Quadro 21A – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o género da vítima Respostas Escola TEIP Masculino Escola Ensino Regular Feminino Masculino Feminino Total Masculino Feminino n % n % n % n % n % N % Verbais/sociais 13 43,3% 45 65,2% 33 73,3% 56 73,7% 50 66,7% 101 69,7% Físicas 17 56,7% 24 34,8% 12 26,7% 20 26,3% 25 33,3% 44 30,3% Total 30 100,0% 69 100,0% 45 100,0% 76 100,0% 75 100,0% 145 100,0% O Quadro 21A permitiu-nos analisar o modo como as duas formas de agressão se distribuem pelos dois géneros e o modo como essa distribuição se relaciona com a tipologia da escola. Numa primeira análise, constatamos que as agressões de tipo verbal/social têm maior peso em todas as categorias, exceto quando se analisa o grupo dos rapazes na TEIP. Para verificar se as diferenças observadas são significativas o suficiente para que se possa validar a afirmação anterior, aplicámos o teste da Binomial a cada um dos grupos definidos pelos pares género-escola, definindo a hipótese nula como: ”As agressões de tipo verbal/social e física ocorrem com igual probabilidade no grupo dos rapazes (raparigas) na TEIP (Escola de Ensino Regular)”. Os valores obtidos para o pvalue confirmaram a indicação dada: o único caso que não permitiu a rejeição da hipótese nula foi o grupo dos rapazes da TEIP (ver outputs 16.1; 16.2; 16.3 e 16.4). Assim, temos um predomínio das agressões verbais/sociais em todos os grupos estudados, com exceção do grupo dos rapazes da TEIP, onde a diferença detetada não tem significado. 47 Comparámos, também, os dois géneros quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias, em cada escola. Para o efeito, recorremos ao teste do Qui-quadrado da independência, definindo H 0 como: ”Na TEIP (Escola de Ensino Regular), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente do género”. Os resultados (ver outputs 16.5 e 16.6) implicaram a não rejeição de H0 em ambas as situações. Finalmente, comparámos as duas escolas quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias em cada género. Para o efeito recorremos, mais uma vez, ao teste do Qui-quadrado da independência, definindo H0 como: ”No grupo dos rapazes (raparigas), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola”. Os resultados (ver outputs 16.7 e 16.8) implicaram, também, a rejeição de H0 em ambas as situações. Replicando a análise anterior de modo a comparar os níveis de vitimização nos dois ciclos, obtivemos o Quadro 21B Quadro 21B – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o ciclo da vítima Respostas Escola TEIP 2ºCiclo Escola Ensino Regular 3º Ciclo 2ºCiclo Total 3º Ciclo 2ºCiclo 3º Ciclo n % n % n % n % n % n % Verbais/sociais 47 61,8% 15 65,2% 49 68,1% 40 81,6% 96 64,9% 55 76,3% Físicas 29 38,2% 8 34,8% 23 31,9% 9 18,4% 52 35,1% 17 23,7% Total 76 100,0% 23 100,0% 72 100,0% 49 100,0% 148 100,0% 72 100,0% Por análise do Quadro 21B podemos avaliar o modo como as duas formas de agressão se distribuem pelos dois ciclos. Observamos um maior peso das agressões de tipo verbal/social em todas as categorias. No entanto, os resultados do teste da Binomial que aplicámos a cada um dos grupos definidos pelos pares ciclo-escola, definindo a hipótese nula como: ”As agressões de tipo verbal/social e física ocorrem com igual probabilidade no grupo do 48 2º. Ciclo (3.º Ciclo) na TEIP (Escola de Ensino Regular)”, não permitiram generalizar aquela observação a todos os casos. De facto, o valor obtido para o p-value não permitiu a rejeição da hipótese nula quando comparámos a importância relativa das duas categorias no grupo dos alunos de 3.º Ciclo da TEIP (ver outputs 17.1; 17.2; 17.3 e 17.4). Tal como no caso anterior, estudámos, também, os dois grupos de alunos quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias, em cada escola e as duas escolas quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias, em cada grupo de alunos. Para o efeito, recorremos ao teste do Quiquadrado da independência, definindo H 0 como: ”Na TEIP (Escola de Ensino Regular), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente do ciclo frequentado” - primeiro caso e ”No grupo dos alunos do 2.º Ciclo (3.º Ciclo), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola” – segundo caso. Os resultados (ver outputs 17.5, 17.6, 17.7 e 17.8) implicaram a não rejeição de H0 nas quatro situações. Assim, identificamos uma maior presença das agressões de tipo verbal/social em todos os grupos estudados, à exceção do grupo dos rapazes da TEIP e do grupo dos alunos do 3.º Ciclo também na TEIP onde as diferenças detetadas não são significativas o suficiente para permitir qualquer conclusão sobre este tópico. Os nossos resultados não estão na mesma linha das indicações dadas por Beane (2011) e Elliot (2002) que afirmaram que os rapazes praticam mais violência física. Em relação ao género feminino Campos (2007), Elliot (2002) e Neto (2005) referiram que as raparigas praticam principalmente agressões verbais/sociais, como denotámos no nosso estudo. Dedicámo-nos, em seguida, ao estudo do número de agressores, por agressão. O tratamento dos dados recolhidos com as respostas à questão nº5 do inquérito “Costumas ser maltratado por um ou por vários colegas, nas aulas de Educação Física?” permitiu-nos saber se os agressores agiam sozinhos ou em grupo e ainda a dimensão do grupo em que atuavam. No Quadro 22 apresentamos um resumo das respostas obtidas à questão enunciada: 49 Quadro 22 – Costumas ser maltratado por um ou por vários colegas, nas aulas de Educação Física? Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % 144 83,2% 324 86,2% 468 85,2% Principalmente por um colega 11 6,4% 20 5,3% 31 5,6% Por 2 a 3 colegas 13 7,5% 23 6,1% 36 6,6% Por 4 a 9 colegas 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% Por mais de 9 colegas 0 0,0% 2 0,5% 2 0,4% Não posso dizer quantos 5 2,9% 7 1,9% 12 2,2% Total 173 100,0% 376 100,0% 549 100,0% Não fui maltratado nas aulas de Educação Física Mais uma vez, verificamos que o número de alunos que indicaram ter sido vítimas de agressão nas aulas de Educação Física (81) contrasta fortemente com o obtido na resposta à pergunta 2 (15), sendo, no entanto, da mesma ordem de grandeza do valor obtido para as questões 6 e 3 (78 e 87, respetivamente). De seguida, estudámos a distribuição de frequências associada às restantes respostas, que apresentamos no Quadro 22A: Quadro 22A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo a vítima Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % Principalmente por um colega 11 37,9% 20 38,5% 31 38,3% Por 2 a 3 colegas 13 44,8% 23 44,2% 36 44,4% Por 4 a 9 colegas 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% Por mais de 9 colegas 0 0,0% 2 3,8% 2 2,5% Não posso dizer quantos 5 17,3% 7 13,5% 12 14,8% Total 29 100,0% 52 100,0% 81 100,0% As distribuições de frequência parecem ocorrer da mesma forma nas duas escolas, o que pode ser confirmado por aplicação do teste do Qui-quadrado da independência. Com efeito, o valor obtido para o p-value (0,854, ver output 18) não permitiu a rejeição 50 da hipótese de que as distribuições de frequência são independentes da tipologia das escolas. Os resultados apontam para o predomínio das opções: “Principalmente por um colega” e “Por 2 ou 3 colegas”, seguidos da resposta “Não posso dizer quantos” que não pode ser negligenciada. Considerámos ser razoável admitir que os casos reportados nesta última situação envolvam um número elevado de agressores, pois, caso contrário, seria fácil para o agredido precisar o seu número. Assim, para a aplicação do teste do Qui-quadrado de aderência à distribuição Uniforme, considerámos os dados agregados em três categorias (ver Quadro 22B): Quadro 22B – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo a vítima (dados agregados) Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % Principalmente por um colega 11 37,9% 20 38,5% 31 38,3% Por 2 a 3 colegas 13 44,8% 23 44,2% 36 44,4% Por 4 ou mais colegas 5 17,3% 9 17,3% 14 17,3% Total 29 100,0% 52 100,0% 81 100,0% e definimos a hipótese nula como: “Na TEIP (Escola de Ensino Regular), as categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade”. Os resultados obtidos implicaram a rejeição da hipótese nula nas duas situações (pvalue 0,000 e 0,044, respetivamente - ver outputs 19.1 e 19.2). Então, podemos afirmar que, de acordo com as vítimas, quer na TEIP quer na Escola de Ensino Regular, a maioria das agressões são praticadas em grupo: quando comparados os números referentes àquele tipo de agressão com as perpetradas por um único agressor obtemos uma proporção 8:5. Verificamos, também, um predomínio dos grupos formados por 2 a 3 elementos face aos formados por 4 ou mais elementos, numa proporção de 5:2. Aplicando o teste do Qui-quadrado da independência aos mesmos dados comparámos o modo como as frequências se repartiam pelas três categorias nas duas escolas. Para a aplicação do teste definimos a hipótese nula, H0, como: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola”. Obtivemos um p-value 51 p=1,00 (ver output 19.3), o que implicou a não rejeição de H0 e, portanto, a não diferenciação das escolas. Brito (2006) verificou que os alunos se queixavam de que as agressões nas aulas de Educação Física eram perpetradas principalmente por 1 colega. Nós verificámos que as agressões são realizadas principalmente em grupo. De seguida avaliámos a existência de relações entre as respostas dos inquiridos a esta pergunta e o seu género e ciclo. Para tal, começámos por desagregar os resultados apresentados no Quadro 22B em função do género dos inquiridos (ver Quadro 23A). Quadro 23A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o género da vítima (dados agregados) Respostas Escola TEIP Masculino Principalmente Escola Ensino Regular Feminino Masculino Feminino Total Masculino Feminino n % n % n % n % n % N % 5 50,0% 6 31,6% 4 20,0% 16 50,0% 9 30,0% 22 43,1% 4 40,0% 9 47,4% 11 55,0% 12 37,5% 15 50,0% 21 41,2% 1 10,0% 4 21,0% 5 25,0% 4 12,5% 6 20,0% 8 15,7% 10 100,0% 19 100,0% 20 100,0% 32 100,0% 30 100,0% 51 100,0% por um colega Por 2 a 3 colegas Por 4 ou mais colegas Total e do ciclo (ver Quadro 23B): Quadro 23B – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo da vítima (dados agregados) Respostas Escola TEIP 2ºCiclo Principalmente por um colega Por 2 a 3 colegas Por 4 ou mais colegas Total Escola Ensino Regular 3º Ciclo 2ºCiclo Total 3º Ciclo 2ºCiclo 3º Ciclo n % n % n % n % n % N % 10 41,7% 1 20,0% 13 40,6% 7 35,0% 23 41,1% 8 32,0% 9 37,5% 4 80,0% 14 43,8% 9 45,0% 23 41,1% 13 52,0% 5 20,8% 0 0,0% 5 15,6% 4 20,0% 10 17,9% 4 16,0% 24 100,0% 5 100,0% 32 100,0% 20 100,0% 56 100,0% 25 100,0% 52 O Quadro 23A e o Quadro 23B permitem-nos analisar a importância relativa de cada categoria nos dois géneros e nos dois ciclos, replicando a análise elaborada a propósito da pergunta nº4 (ver Quadro 21A e Quadro 21B). Observamos desde já a grande variabilidade dos dados: não identificamos a existência de tendências, nem quando comparamos os valores quanto ao género, nem quando os comparamos quanto ao ciclo. Como vem sendo habitual, começámos por aplicar o teste da Binomial a cada um dos grupos definidos pelos pares género-escola e ciclo-escola, definindo a hipótese nula como: ”As categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade no grupo dos rapazes (raparigas) na TEIP (Escola de Ensino Regular)” e “As categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade no grupo dos alunos do 2.º Ciclo (3.º Ciclo) na TEIP (Escola de Ensino Regular)”. Os valores obtidos para o p-value confirmaram a indicação dada: a hipótese nula não foi rejeitada em nenhum dos 8 casos estudados, o que nos inibe de elaborar conclusões acerca de diferenças na importância relativa de cada categoria, em cada grupo (ver outputs 20.1 a 20.8). Como seria de esperar face aos resultados anteriores, por aplicação do teste do Quiquadrado da independência concluímos não poder relacionar a forma como as frequências se distribuíam pelas categorias com os géneros (ciclos), em cada escola (ver outputs 20.9 a 20.12). 4.3.2 PONTO DE VISTA DO AGRESSOR Dedicámos a segunda parte da secção ao estudo das mesmas questões agora vistas do lado do agressor. A forma como o inquérito está apresentado permitiu esta comparação, pois as perguntas 9,10 e 11 põem perante o agressor precisamente o mesmo conjunto de hipóteses de resposta que as perguntas 3, 4 e 5 (já estudadas) punham à vítima. Assim, como o estudo que apresentaremos de seguida segue os mesmos trâmites do apresentado na primeira parte desta secção, omitiremos a explicação acerca dos motivos que nos levaram a agrupar as hipóteses de resposta (no caso do estudo das questões 10 e 11) e dos critérios usados na definição das novas classes. 53 Começámos por analisar a frequência com que os agressores atuavam, através do estudo das respostas à pergunta nº 9 do inquérito: “Quantas vezes ajudaste a maltratar os outros nas aulas de Educação Física?” que sumariamos no Quadro 24. Quadro 24 – Quantas vezes ajudaste a maltratar os outros nas aulas de Educação Física? Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % 161 93,1% 341 90,7% 502 91,4% Só 1 ou 2 vezes 8 4,5% 29 7,7% 37 6,7% Eu não ajudei a maltratar (…) nas aulas de Educação Física De 3 a 6 vezes 2 1,2% 4 1,1% 6 1,1% Uma vez por semana 0 0,0% 2 0,5% 2 0,4% Sempre 2 1,2% 0 0,0% 2 0,4% Total 173 100,0% 376 100,00% 549 100,0% Este quadro indica que a grande maioria dos alunos não pratica atos de agressão. Ainda assim, há a salientar que perto de 10% (o que resulta num número significativo de alunos, dada a dimensão da amostra) admite ter tido aquele tipo de práticas. Os resultados apresentados por Brito (2006) com a aplicação do mesmo questionário, apontaram para números da mesma ordem de grandeza. No Quadro 24A apresentamos a distribuição de frequências associada às respostas que indicam agressão: Quadro 24A – Frequência das agressões nas aulas de Educação Física, segundo o agressor Respostas Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % Só 1 ou 2 vezes 8 66,7% 29 82,9% 37 78,6% De 3 a 6 vezes 2 16,6% 4 11,4% 6 12,8% Uma vez por semana 0 0,0% 2 5,7% 2 4,3% Sempre 2 16,7% 0 0,0% 2 4,3% Total 12 100,0% 35 100,0% 47 100,0% 54 O Quadro 24A indica que a maioria das vezes os agressores atuam de forma pontual e que essa tendência é mais acentuada na Escola de Ensino Regular. Para avaliar o significado estatístico das diferenças detetadas começámos por aplicar o teste do Qui-quadrado da independência, definindo a hipótese nula como: “A distribuição de frequências da variável “Quantas vezes ajudaste a maltratar os outros nas aulas de Educação Física” é independente da tipologia da escola”. O output apresentado no anexo (ver output 21) mostrou um valor para o p-value 0,117 (obtido através do teste de Fisher), o que implicou a não rejeição da hipótese nula. Desta forma, concluímos que as diferenças que podemos observar nas distribuições de frequência associadas às duas escolas não são significativas o suficiente para que as possamos diferenciar quanto a este tópico. Estudámos, seguidamente, a forma como as frequências se repartiam pelas várias categorias em cada um dos géneros e em cada um dos ciclos de estudo: apresentamos de seguida (ver Quadro 25A) o resultado da análise por género: Quadro25A – Frequência das agressões em função do género do agressor Respostas Escola TEIP Masculino Escola Ensino Regular Feminino Masculino Feminino Total Masculino Feminino n % n % n % n % n % n % 6 75,0% 2 50,0% 16 80,0% 13 86,7% 22 78,6% 15 78,9% 1 12,5% 1 25,0% 4 20,0% 0 0,0% 5 17,8% 1 5,3% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 2 13,3% 0 0,0% 2 10,5% Sempre 1 12,5% 1 25,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,6% 1 5,3% Total 8 100,0% 4 100,0% 20 100,0% 15 100,0% 28 100,0% 19 100,0% Só 1 ou 2 vezes De 3 a 6 vezes Uma vez por semana A leitura do Quadro 25A indicia a existência de diferenças nas observações associadas a cada género: nos rapazes o peso das agressões perpetradas com regularidade é mais elevado. No entanto o teste Fisher não comprova (p-value de 0,192 - ver output 22.1). Pereira et al. (2009) também concluíram serem os rapazes quem mais desempenha o papel de agressor. 55 Por aplicação do teste do Qui-quadrado de aderência à distribuição Uniforme aos dados associados ao grupo dos rapazes, verificámos que, de facto, as diferenças entre as proporções associadas às várias categorias têm significado estatístico (o valor do p-value (0,000) permitiu rejeitar a hipótese nula definida como: “No grupo dos rapazes, as categorias da variável “Quantas vezes ajudaste a maltratar os outros nas aulas de Educação Física” ocorrem com igual probabilidade” – ver output 22.2. e no Quadro 25B o resultado da análise por ciclo: Quadro25B – Frequência das agressões em função do ciclo frequentado pelo agressor Respostas Escola TEIP 2.º Ciclo Escola Ensino Regular 3.º Ciclo 2.º Ciclo Total 3.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo n % n % n % n % n % n % 5 71,4% 3 60,0% 16 76,2% 13 92,9% 21 75,0% 16 84,2% 1 14,3% 1 20,0% 3 14,3% 1 7,1% 4 14,3% 2 10,5% 0 0,0% 0 0,0% 2 9,5% 0 0,0% 2 7,1% 0 0,0% Sempre 1 14,3% 1 20,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,6% 1 5,3% Total 7 100,0% 5 100,0% 21 100,0% 14 100,0% 28 100,0% 19 100,0% Só 1 ou 2 vezes De 3 a 6 vezes Uma vez por semana No Quadro 25B tentámos verificar se existe diferenciação da distribuição das frequências quando analisamos cada ciclo per si, bem como comparando os dois ciclos. Mais uma vez, recorremos ao teste do Qui-quadrado para clarificar as questões em discussão. No primeiro caso definimos a hipótese nula como: “No 2.º (3.º) Ciclo, as categorias da variável “Quantas vezes ajudaste a maltratar os outros nas aulas de Educação Física” ocorrem com igual probabilidade” e no segundo caso como: “A distribuição de frequências da variável “Quantas vezes ajudaste a maltratar os outros nas aulas de Educação Física” é independente do ciclo de estudo”. Os resultados que apresentámos nos anexos implicaram a rejeição da primeira hipótese (p-value de 0,000 - ver outputs 23.1; 23.2) e a não rejeição da segunda (neste caso, com recurso ao teste de Fisher para obtenção de um p-value de 0,844 – ver output 23.3). Assim, não podemos relacionar a frequência/regularidade das agressões nas aulas de Educação Física com o ciclo frequentado. Verificamos ainda 56 um claro predomínio da opção “1 ou 2 vezes”, seguida da categoria “3 a 6 vezes”. As categorias “uma vez por semana” e “sempre” ocorrem com menor frequência. Analisámos, em seguida, as respostas à pergunta nº 11 do inquérito “Maltrataste outro(s) colega(s) na(s) aula(s) de Educação Física, de alguma das seguintes formas?”. O tratamento dos dados recolhidos com esta questão permitiu tipificar a agressão quanto à forma. O Quadro 26 sumaria os resultados obtidos (fazemos notar que nesta questão se admitia a escolha de uma ou mais hipóteses de resposta): Quadro 26 – Maltrataste outro(s) colega(s) na(s) aula(s) de Educação Física, de alguma das seguintes formas? Respostas Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % N % 155 83,8% 337 86,2% 492 85,4% Bati, dei pontapés 4 2,2% 2 0,5% 6 1,0% Empurrei 7 3,8% 9 2,4% 16 2,8% Ameacei 5 2,7% 2 0,5% 7 1,2% 2 1,1% 0 0,0% 2 0,3% 0 0,0% 13 3,3% 13 2,3% 6 3,2% 3 0,8% 9 1,6% 0 0,0% 8 2,0% 8 1,4% Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física Chamei-lhes nomes por causa da sua cor ou raça Chamei-lhes nomes ou gozei com ele/ela de outras maneiras Gritei Pus de parte alguns colegas de propósito, afastando-os do meu grupo/equipa Chateei 3 1,6% 15 3,8% 18 3,1% Fiz outras coisas. Por favor, diz o quê 3 1,6% 2 0,5% 5 0,9% Total 185 100,0% 391 100,0% 576 100,0% A leitura do Quadro 26 indica uma dispersão significativa nos valores das frequências associadas às categorias, parecendo também não haver diferenças significativas entre as distribuições de frequência observadas em cada escola nem entre escolas. Para clarificar estes assuntos, começámos por apresentar, no Quadro 26A a distribuição de frequências associada às respostas positivas: 57 Quadro 26A – Forma da agressão, segundo o agressor Respostas Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % Bati, dei pontapés 4 13,3% 2 3,7% 6 7,1% Empurrei 7 23,3% 9 16,7% 16 19,0% Ameacei 5 16,7% 2 3,7% 7 8,3% Chamei-lhes nomes por causa da sua cor ou raça 2 6,7% 0 0,0% 2 2,4% 0 0,0% 13 24,1% 13 15,5% 6 20,0% 3 5,5% 9 10,7% 0 0,0% 8 14,8% 8 9,5% Chamei-lhes nomes ou gozei com ele/ela de outras maneiras Gritei Pus de parte alguns colegas de propósito, afastando-os do meu grupo/equipa Chateei 3 10,0% 15 27,8% 18 21,5% Fiz outras coisas. Por favor, diz o quê 3 10,0% 2 3,7% 5 6,0% Total 30 100,0% 54 100,0% 84 100,0% Definindo a hipótese nula, H0, como: “As categorias da variável “Maltrataste outro(s) colega(s) na(s) aula(s) de Educação Física, de alguma das seguintes formas?” ocorrem com igual probabilidade na TEIP (Escola de Ensino Regular)” conseguimos, por aplicação do teste do Qui-quadrado de aderência à distribuição Uniforme, estudar a primeira observação e definindo a hipótese nula, H0, como: “A distribuição de frequências da variável “Maltrataste outro(s) colega(s) na(s) aula(s) de Educação Física, de alguma das seguintes formas?” é independente da tipologia da escola” conseguimos, por aplicação do teste do Qui-quadrado da independência, estudar a segunda. Os valores obtidos para o p-value apontaram em sentidos divergentes. Com efeito, quando aplicámos o teste de aderência à distribuição Uniforme, concluímos pela não rejeição de H0 quando analisamos a TEIP (p-value= 0,605 – ver output 24.1) e pela rejeição de H0 quando analisamos a Escola de Ensino Regular (p-value= 0,000 – ver output 24.2). Assim, concluímos que na Escola de Ensino Regular há diferenças significativas nas proporções das diferentes categorias e que o mesmo não acontece na TEIP. Este resultado indiciou a diferenciação das escolas, o que foi comprovado quando aplicámos o teste do Qui-quadrado da independência, pois obtivemos um pvalue de 0,000 (p-value obtido através do teste Fisher, pois constatámos que não se verificavam as condições de aplicação do teste Qui-quadrado - ver output 24.3). Tal como anteriormente, com o intuito de determinar o peso relativo de cada uma das formas de agressão, agregámos as respostas dos inquiridos, classificando as respostas “Ameacei”, “Chamei-lhes nomes por causa da sua cor ou raça”, “Chamei58 lhes nomes ou gozei com ele/ela de outras maneiras.”, “Gritei”, “Pus de parte alguns colegas de propósito, afastando-os do meu grupo/equipa” e “Chateei” como verbais/sociais e as restantes como físicas. As respostas “Fiz outras coisas. Por favor, diz o quê” foram classificadas caso a caso. Apresentamos os resultados obtidos no Quadro 27: Quadro 27 – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o agressor Respostas Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % Verbais/sociais 18 60,0% 42 77,8% 60 71,4% Físicas 12 40,0% 12 22,2% 24 28,6% Total 30 100,0% 54 100,0% 84 100,0% A leitura deste quadro fornece indicações claras: o peso das agressões verbais/sociais é superior ao peso das agressões físicas, em ambas as escolas (no total, as agressões físicas representam cerca de 1/3 das agressões registadas). Para confirmar a leitura apresentada, recorremos à inferência estatística. Aplicámos o teste da Binomial para aferir a existência de diferenças significativas nas proporções associadas a cada categoria, em cada escola, definindo a hipótese nula como: ”As agressões de tipo verbal/social e física ocorrem com igual probabilidade na TEIP (Escola de Ensino Regular) ” e aplicámos o teste do Qui-quadrado da independência para aferir a existência de diferenças na importância relativa de cada categoria nas duas escolas, definindo a hipótese nula como: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola”. Os valores obtidos confirmam parcialmente as indicações acima apontadas: com efeito, não rejeitámos H0 quando aplicámos o teste da Binomial à TEIP, mas rejeitámos H0 quando aplicámos o mesmo teste à Escola de Ensino Regular (p-value de 0,362 e 0,000, respetivamente – ver outputs 25.1 e 25.2) e não rejeitámos a hipótese de independência da distribuição de frequências face à tipologia da escola (pvalue de 0,129 – ver output 25.3). De seguida, analisámos o comportamento das distribuições de frequência por género e por ciclo (Quadro 27A e Quadro 27B, respetivamente). 59 Quadro 27A – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o género do agressor Respostas Escola TEIP Masculino Escola Ensino Regular Feminino Masculino Feminino Total Masculino Feminino n % n % n % n % n % n % Verbais/sociais 9 52,9% 9 69,2% 23 76,7% 19 79,2% 32 68,1% 28 75,7% Físicas 8 47,1% 4 30,8% 7 23,3% 5 20,8% 15 31,9% 9 24,3% Total 17 100,0% 13 100,0% 30 100,0% 24 100,0% 47 100,0% 37 100,0% O Quadro 27A permitiu-nos analisar o modo como as duas formas de agressão se distribuem pelos dois géneros e o modo como essa distribuição se relaciona com a tipologia da escola. Constatamos que as agressões de tipo verbal/social têm maior peso em todos os grupos. Para verificar se as diferenças observadas são significativas o suficiente para que se possa validar a afirmação anterior, aplicámos o teste da Binomial a cada um dos grupos definidos pelos pares género-escola, definindo a hipótese nula como: ”As agressões de tipo verbal/social e física ocorrem com igual probabilidade no grupo dos rapazes (raparigas) na TEIP (Escola de Ensino Regular) ”. Os valores obtidos para o p-value (ver outputs 26.1; 26.2; 26.3 e 26.4) não permitiram a rejeição da hipótese nula na TEIP, mas permitiram na Escola de Ensino Regular. Na TEIP e na Escola de Ensino Regular, os resultados, por género, refletiram o que observámos quando analisámos cada escola como um todo. Deste modo ao verificarmos que tanto os rapazes como as raparigas praticam principalmente agressões verbais/sociais, na Escola de Ensino Regular, encontramos diferenças com o defendido por Campos (2007), Elliot (2002) e Martins (1997). Estes autores disseram que os rapazes praticam mais agressões físicas. Quanto às raparigas os nossos resultados vão de encontro aos de Campos (2007), Elliot (2002) e Neto (2005). Comparámos, também, os dois géneros quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias, em cada escola. Para o efeito recorremos ao teste do Qui-quadrado da independência, definindo H0 como: ”Na TEIP (Escola de Ensino Regular), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente do género”. Os resultados (obtidos através do teste de Fisher - ver outputs 26.5 e 26.6) implicaram a não rejeição de H0 em ambas as situações. 60 Finalmente, comparámos as duas escolas quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias, em cada género. Para o efeito, recorremos, mais uma vez, ao teste do Qui-quadrado da independência, definindo H0 como: ”No grupo dos rapazes (raparigas), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola”. Os resultados (obtidos através do teste de Fisher - ver outputs 26.7 e 26.8) implicaram, também, a não rejeição de H0 em ambas as situações. Replicando a análise anterior de modo a comparar os níveis de agressão nos dois ciclos, obtivemos o Quadro 27B. Quadro 27B – Peso relativo das agressões verbais/sociais e físicas, segundo o ciclo do agressor Respostas Escola TEIP 2ºCiclo Escola Ensino Regular 3º Ciclo 2ºCiclo Total 3º Ciclo 2ºCiclo 3º Ciclo n % n % n % n % n % N % Verbais/sociais 12 57,1% 6 66,7% 24 80,0% 18 75,0% 36 70,6% 24 72,7% Físicas 9 42,9% 3 33,3% 6 20,0% 6 25,0% 15 29,4% 9 27,3% Total 21 100,0% 9 100,0% 30 100,0% 24 100,0% 51 100,0% 33 100,0% Por análise do Quadro 27B podemos avaliar o modo como as duas formas de agressão se distribuem pelos dois ciclos. Observamos um maior peso das agressões de tipo verbal/social em todos os grupos. No entanto, os resultados do teste da Binomial que aplicámos a cada um dos grupos definidos pelos pares ciclo-escola, definindo a hipótese nula como: ”As agressões de tipo verbal/social e física ocorrem com igual probabilidade no grupo do 2º. Ciclo (3.º Ciclo) na TEIP (Escola de Ensino Regular)”, não permitiram generalizar aquela observação a todos os casos. De facto, o valor obtido para o p-value só permitiu a rejeição da hipótese nula, quando comparámos a importância relativa das duas categorias, no grupo dos alunos da Escola de Ensino Regular (ver outputs 27.1; 27.2; 27.3 e 27.4). Tal como no caso anterior, estudámos os dois grupos de alunos quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias, em cada escola. Estudámos, também, as duas escolas quanto à forma como as frequências se distribuíam pelas duas categorias, em cada grupo de alunos. Para o efeito, recorremos ao teste do Qui61 quadrado da independência, definindo H 0 como: ”Na TEIP (Escola de Ensino Regular), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente do ciclo frequentado” - primeiro caso e ”No grupo dos alunos do 2.º Ciclo (3.º Ciclo), a distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola” – segundo caso. Os resultados (ver outputs 27.5, 27.6, 27.7 e 27.8) implicaram a não rejeição de H0 nas quatro situações. Assim, apenas se considera significativa a maior presença das agressões de tipo verbal/social no grupo dos alunos da Escola de Ensino Regular. Nos outros grupos, tendo em consideração os valores dos testes, as diferenças detetadas não são significativas o suficiente para permitir qualquer conclusão sobre este tópico. Dedicámo-nos, em seguida, ao estudo do número de agressores, por agressão. As respostas à pergunta n.º 10 do inquérito “Quando maltrataste outros colegas, normalmente fizeste-o sozinho ou com outros colegas?” permitiram saber se os agressores agiam sozinhos ou em grupo e ainda a dimensão do grupo em que atuavam. No Quadro 28 apresentamos um resumo das respostas obtidas à questão enunciada: Quadro 28 – Quando maltrataste outros colegas, normalmente fizeste-o sozinho ou com outros colegas? Respostas Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física Normalmente fi-lo sozinho Normalmente fi-lo com 1 ou 2 colegas Normalmente fi-lo com 3 a 8 colegas Normalmente fi-lo com mais de 8 colegas Total Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % 159 91,7% 340 90,4% 499 90,9% 6 3,6% 12 3,2% 18 3,3% 5 2,9% 22 5,9% 27 4,9% 2 1,2% 2 0,5% 4 0,7% 1 0,6% 0 0,0% 1 0,2% 173 100,0% 376 100,0% 549 100,0% De seguida, estudámos, a distribuição de frequências associada às respostas positivas que apresentamos no Quadro 28A: 62 Quadro 28A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o agressor Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % Normalmente fi-lo sozinho 6 42,9% 12 33,3% 18 36,0% Normalmente fi-lo com 1 ou 2 colegas 5 35,7% 22 61,1% 27 54,0% Normalmente fi-lo com 3 a 8 colegas 2 14,3% 2 5,6% 4 8,0% 1 7,1% 0 0,0% 1 2,0% 14 100,0% 36 100,0% 50 100,0% Normalmente fi-lo com mais de 8 colegas Total As distribuições de frequência parecem ocorrer da mesma forma nas duas escolas, o que pode ser confirmado por aplicação do teste do Qui-quadrado da independência. Com efeito, o valor obtido para o p-value (0,173, ver output 28.1) não permitiu a rejeição da hipótese de que as distribuições de frequência são independentes da tipologia das escolas. Os resultados apontam para o predomínio das opções “Normalmente fi-lo com 1 ou 2 colegas” na Escola de Ensino Regular, e “Normalmente fi-lo sozinho” na TEIP. Tal como na subsecção anterior, para a aplicação do teste do Qui-quadrado de aderência à distribuição Uniforme, considerámos os dados agregados em três categorias (ver quadro 29): Quadro 29 – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o agressor (dados agregados) Escola TEIP Escola Ensino Normalmente fi-lo sozinho Normalmente fi-lo com 1 ou 2 colegas Normalmente fi-lo com 3 ou mais colegas Total Total Regular Respostas n % n % n % 6 42,9% 12 33,3% 18 36,0% 5 35,7% 22 61,1% 27 54,0% 3 21,4% 2 5,6% 5 10,0% 14 100,0% 36 100,0% 50 100,0% e definimos a hipótese nula como: “Na TEIP (Escola de Ensino Regular), as categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade”. Os resultados obtidos implicaram a retenção da hipótese nula na TEIP, mas a rejeição na Escola de Ensino Regular (p-value 0,607 e 0,000, respetivamente - ver outputs 29.1 63 e 29.2). Significa isto que apenas na Escola de Ensino Regular se detetam diferenças significativas entre as três opções, pelo que, só nesta escola, se pode concluir existir uma maior probabilidade das agressões ocorrerem em grupo. Os nossos resultados mais uma vez diferem dos apresentados por Brito (2006), pois a autora verificou que no 1.º Ciclo os agressores atuavam principalmente sozinhos, enquanto que nós constatámos, numa das escolas, que os alunos do 2.º e 3.º ciclos atuam preferencialmente em grupo. Aplicando o teste do Qui-quadrado da independência aos mesmos dados comparámos a forma como as frequências se repartiam pelas três categorias nas duas escolas. Para a aplicação do teste definimos a hipótese nula, H 0, como: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola”. Obtivemos um p-value p=0,127 (através do teste de Fisher – ver output 29.3), o que implicou a não rejeição de H0 e, portanto, a não diferenciação das escolas. De seguida avaliámos a existência de relações entre as respostas dos inquiridos a esta pergunta e o seu género e ciclo. Para tal, começámos por desagregar os resultados apresentados no Quadro 28B em função do género dos inquiridos (ver Quadro 29A): Quadro 29A – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o género do agressor (dados agregados) Respostas Escola TEIP Masculino Normalmente fi-lo sozinho Escola Ensino Regular Feminino Masculino Feminino Total Masculino Feminino n % N % n % n % n % n % 4 44,4% 2 40,0% 9 42,9% 3 20,0% 13 43,3% 5 25,0% 3 33,3% 2 40,0% 12 57,1% 10 66,7% 15 50,0% 12 60,0% 2 22,3% 1 20,0% 0 0,0% 2 13,3% 2 6,7% 3 15,0% 9 100,0% 5 100,0% 21 100,0% 15 100,0% 30 100,0% 20 100,0% Normalmente fi-lo com 1 ou 2 colegas Normalmente fi-lo com 3 ou mais colegas Total e do ciclo (ver Quadro 29B): 64 Quadro 29B – Número de agressores nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo do agressor (dados agregados) Respostas Escola TEIP 2ºCiclo Normalmente fi-lo sozinho Escola Ensino Regular 3º Ciclo 2ºCiclo Total 3º Ciclo 2ºCiclo 3º Ciclo n % N % n % n % n % n % 3 50,0% 3 37,5% 9 39,1% 3 23,1% 12 41,4% 6 28,6% 3 50,0% 2 25,0% 14 60,9% 8 61,5% 17 58,6% 10 47,6% 0 0,0% 3 37,5% 0 0,0% 2 15,4% 0 0,0% 5 23,8% 6 100,0% 8 100,0% 23 100,0% 13 100,0% 29 100,0% 21 100,0% Normalmente fi-lo com 1 ou 2 colegas Normalmente fi-lo com 3 ou mais colegas Total O Quadro 29A e o Quadro 29B permitem-nos analisar a importância relativa de cada categoria nos dois géneros e nos dois ciclos, replicando a análise elaborada a propósito da pergunta n.º 11. Observamos desde já a grande variabilidade dos dados: não identificamos a existência de tendências nem quando comparamos os valores quanto ao género, nem quanto ao ciclo. Como vem sendo habitual, começámos por aplicar o teste do Qui-quadrado a cada um dos grupos definidos pelos pares género-escola e ciclo-escola, definindo a hipótese nula como: ”As categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade no grupo dos rapazes (raparigas) na TEIP (Escola de Ensino Regular)” e “As categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade no grupo dos alunos do 2.º Ciclo (3.º Ciclo) na TEIP (Escola de Ensino Regular)”. Os valores obtidos para o pvalue confirmaram a indicação dada: a hipótese nula não foi rejeitada em nenhum dos 8 casos estudados, o que nos inibe de elaborar conclusões acerca de diferenças na importância relativa de cada categoria, em cada grupo (ver outputs 30.1 a 30.8). Como seria de esperar, face aos resultados anteriores, por aplicação do teste do Quiquadrado da independência concluímos não poder relacionar a forma como as frequências se distribuem pelas categorias com os géneros (ciclos), em cada escola (ver outputs 30.9 a 30.12). 65 4.3.3 COMPARAÇÃO DOS PONTOS DE VISTA DA VÍTIMA E DO AGRESSOR Objetivamente, os resultados obtidos através do estudo das respostas das vítimas e dos agressores ao inquérito deviam de ser iguais, uma vez que reportam os mesmos factos. No entanto, detetámos diferenças substantivas quando estudámos os relatos dos dois grupos, face às mesmas situações. Tornou-se, assim, evidente que a perceção do real é influenciada pelo papel que os protagonistas desempenham na ação em que se encontram envolvidos. Para avaliar a diferença entre a realidade e o reportado por vítimas e agressores teríamos de dispor de dados recolhidos por entidades não implicadas no processo (câmaras de vigilância, por exemplo). Seria importante poder avaliar, no futuro, a dimensão destas diferenças para melhor esclarecimento dos factos. De seguida, apresentamos o estudo comparativo dos dois pontos de vista. Assim, se nos debruçarmos sobre a frequência das agressões, verificamos que um número não negligenciável de vítimas indicam serem submetidas a agressões regulares, enquanto que para os agressores elas são, sobretudo, pontuais. Já no que diz respeito à forma das agressões, não se registam diferenças significativas nas respostas dos dois grupos. Só nos agressores da TEIP é que verificámos um afastamento da tendência geral, uma vez que atribuem peso idêntico às agressões verbais/sociais e às físicas, prevalecendo nos restantes grupos as agressões de tipo verbal/social. Também, quanto ao número de agressores, por agressão, a única exceção é na TEIP, onde os agressores dizem agir tanto sozinhos como em grupo. Todos os outros grupos referem que as agressões são realizadas, maioritariamente, por grupos pequenos. Pelo exposto, podemos concluir que o grupo dos agressores da TEIP se diferencia de todos os outros. No entanto, Os dados recolhidos não nos permitem identificar a origem desta questão. Mais uma vez, remetemos este estudo para trabalhos posteriores. 66 4.4 CARATERIZAÇÃO DAS REAÇÕES DAS VÍTIMAS ÀS AGRESSÕES Para estudar e tipificar as reações das vítimas às agressões, analisámos as respostas dadas pelos alunos inquiridos à pergunta nº 7 “O que é que habitualmente fizeste quando foste maltratado nas aulas de Educação Física?”. Esta é uma questão de escolha múltipla, onde se admite a seleção de mais de uma hipótese de resposta. Quadro 30 – O que é que habitualmente fizeste quando foste maltratado nas aulas de Educação Física? Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % N % n % 135 67,2% 310 71,9% 445 70,4% Chorei 8 4,0% 10 2,3% 18 2,8% Fugi 5 2,5% 3 0,7% 8 1,3% Ignorei-os 22 10,9% 38 8,8% 60 9,5% Disse-lhes que parassem 6 3,0% 20 4,6% 26 4,1% Pedi ajuda aos meus companheiros 1 0,5% 3 0,7% 4 0,6% 5 2,5% 13 3,0% 18 2,8% Defendi-me 15 7,4% 22 5,1% 37 5,9% Isolei-me 3 1,5% 11 2,7% 14 2,3% Outras. Por favor diz como: 1 0,5% 1 0,2% 2 0,3% Total 201 100,0% 431 100,0% 632 100,0% Não fui maltratado nas aulas de Educação Física Pedi ajuda a um adulto (Professor, funcionários, etc.) Como já referimos, nesta questão consentíamos que cada inquirido indicasse mais de uma hipótese de resposta. Então, a soma das frequências associadas às categorias “Chorei”, “Fugi”,...,”Outras. Por favor diz como:” não coincide com o número total de vítimas, que será obtido contabilizando o número de inquiridos que assinalaram pelo menos uma das opções referidas. O valor obtido (104) excede de forma significativa os números que temos vindo a referir no tratamento das questões anteriores. Voltaremos a este tópico na secção 4.7. Apresentamos, de seguida, o quadro obtido por tratamento das respostas que indicam agressão (ver Quadro 30A): 67 Quadro 30A – Reações das vítimas à agressão nas aulas de Educação Física Escola TEIP Escola Ensino Chorei Total Regular Respostas n % N % n % 8 12,1% 10 8,3% 18 9,6% Fugi 5 7,6% 3 2,5% 8 4,3% Ignorei-os 22 33,3% 38 31,4% 60 32,1% Disse-lhes que parassem 6 9,1% 20 16,5% 26 13,9% Pedi ajuda aos meus companheiros 1 1,5% 3 2,5% 4 2,1% 5 7,7% 13 10,7% 18 9,6% Defendi-me 15 22,7% 22 18,2% 37 19,8% Isolei-me 3 4,5% 11 9,1% 14 7,5% Outras. Por favor diz como: 1 1,5% 1 0,8% 2 1,1% Total 66 100,0% 121 100,0% 187 100,0% Pedi ajuda a um adulto (Professor, funcionários, etc.) Numa primeira análise, destacam-se, em ambas as escolas, as hipóteses “Ignorei-os” e “Defendi-me” (com cerca de 1/3 e 1/5 das respostas, respetivamente). As restantes hipóteses surgem com relevo diferente nas duas escolas. Mais uma vez, recorremos à inferência estatística para validar as afirmações anteriores. Começámos por aplicar o teste do Qui-quadrado da independência para averiguar se podemos estabelecer uma diferenciação entre as escolas. Para o efeito, definimos a hipótese nula, H0, como: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da tipologia da escola”. O valor do p-value (0,469, obtido através do teste de Fisher – ver output 31.1) implicou a não rejeição da hipótese nula. Assim, concluímos que as diferenças registadas não são suficientes para que se possa dizer que o modo como os alunos reagem à agressão esteja relacionado com a tipologia da escola. De seguida, testámos a aderência à Uniforme das distribuições de frequências observadas em cada escola, definindo a hipótese nula, H0, como: “Na TEIP (Escola de Ensino Regular), as categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade”. Em ambos os casos obtivemos um p-value de 0,000, (ver outputs 31.2 e 31.3) o que implicou a rejeição da hipótese nula, o que era, de esperar, face à dimensão das diferenças registadas. Confirmámos, assim, as indicações apontadas quanto ao tipo de resposta dominante: “Ignorei-os” e “Defendi-me”. No entanto, a avaliação do peso relativo das restantes hipóteses afigura-se-nos mais complexa. Na TEIP as frequências das restantes 68 categorias são da mesma ordem de grandeza, por outro lado, na Escola de Ensino Regular as opções “Disse-lhes que parassem”, “Fugi” e “Pedi ajuda aos meus companheiros” destacam-se das restantes, não sendo evidente a relação entre as frequências associadas às outras categorias. Esta situação e o facto de existir um número de hipóteses que podemos classificar como análogas, como, por exemplo, “Isolei-me” e “Fugi”, sugere a agregação das respostas. A agregação foi efetuada em torno das categorias mais frequentes, que indicam dois tipos de posicionamento antagónicos: ceder e reagir. Assim, considerámos no primeiro grupo as respostas que indicam sujeição da vítima ao agressor: “Chorei”, “Ignorei-os”, “Disse-lhes que parassem”, “Fugi”, “Isolei-me” (nos dois últimos casos considerámos que o condicionamento do espaço da vítima também é uma forma de sujeição). No segundo grupo, considerámos as hipóteses que indicam a confrontação dos agressores pela vítima, com ou sem ajuda de terceiros: “Pedi ajuda aos meus companheiros”, ”Pedi ajuda a um adulto” e “Defendi-me”. Repare-se que a opção “Disse-lhes que parassem” se presta a uma dupla interpretação, pois tanto se pode tratar de um pedido como de uma ordem. A nossa assunção, baseada na experiência em escola, é a de que, na maioria das vezes, a vítima se manifesta em tom de súplica e daí a classificação atribuída. A opção “Outras. Por favor diz como:” foi analisada caso a caso. No quadro seguinte (Quadro 31) apresentamos os resultados agregados: Quadro 31 – Reações das vítimas à agressão nas aulas de Educação Física Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % N % n % Submissão 44 66,7% 82 67,8% 126 67,4% Confrontação 22 33,3% 39 32,2% 61 32,6% Total 66 100,0% 121 100,0% 187 100,0% A leitura do quadro indica-nos que, por cada reação de confrontação, há duas de submissão, sendo este resultado comum às duas escolas. A inferência estatística valida a observação anterior através dos testes do Quiquadrado da independência (para comparação das escolas) e da Binomial (para determinação do peso relativo de cada categoria, em cada escola). Assim, definimos as hipóteses nulas: ”O tipo de reação à agressão é independente da escola” para o primeiro caso e “Na TEIP (Escola de Ensino Regular), as categorias da variável em 69 estudo ocorrem com igual probabilidade” no segundo. Com efeito, os valores obtidos para o p-value implicaram a não rejeição da primeira das hipóteses apresentadas (pvalue de 0,741) e a rejeição das outras duas (p-value 0,010 e 0,000 - ver outputs 32.1; 32.2 e 32.3, respetivamente). Estes resultados seguem a mesma linha de pensamento de Zoega e Rosim, (2009) que assinalaram que as vítimas normalmente não reagem às agressões a que são sujeitas, por passividade e não terem confiança nelas próprias. De seguida, analisámos os resultados indicados no quadro anterior em cada um dos grupos estudados. No Quadro 31A apresentamos os resultados relativos ao género e no Quadro 31B os resultados relativos ao ciclo: Quadro31A – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o género da vítima (dados agregados) Respostas Escola TEIP Masculino Escola Ensino Regular Feminino Masculino Feminino Total Masculino Feminino n % n % n % n % n % n % Submissão 14 66,7% 30 66,7% 26 65,0% 56 69,1% 40 65,6% 86 68,3% Confrontação 7 33,3% 15 33,3% 14 35,0% 25 30,9% 21 34,4% 40 31,7% Total 21 100,0% 45 100,0% 40 100,0% 81 100,0% 61 100,0% 126 100,0% Quadro 31B – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo da vítima (dados agregados) Respostas Escola TEIP 2.º Ciclo Escola Ensino Regular 3.º Ciclo 2.º Ciclo Total 3.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo N % n % n % n % n % n % Submissão 34 65,4% 10 71,4% 50 66,7% 32 69,6% 84 66,1% 42 70,0% Confrontação 18 34,6% 4 28,6% 25 33,3% 14 30,4% 43 33,9% 18 30,0% Total 52 100,0% 14 100,0% 75 100,0% 46 100,0% 127 100,0% 60 100,0% Por observação dos quadros anteriores, verificamos de imediato que as conclusões apresentadas para o Quadro 31A são válidas nos dois géneros e nos dois ciclos. De facto, as frequências associadas a cada categoria permanecem quase inalteradas quando variamos o género e o ciclo dos inquiridos. Assim, optamos por não discutir a 70 análise inferencial destes quadros, cujos resultados apresentamos, apenas, em anexo (ver outputs 33.1 a 33.6 e 34.1 a 34.6). Repare-se que o facto da questão em estudo admitir a seleção de mais de uma hipótese de resposta, não permitiu associar diretamente reações submissas a vítimas submissas nem reações de confronto a vítimas reativas. Com efeito, uma análise atenta dos inquéritos mostra que há casos em que o inquirido seleciona hipóteses de ambos os grupos. Dado que nos interessa, também, avaliar a existência de grupos específicos associados a cada tipo de reação, recorremos novamente aos dados recolhidos a partir da questão 7 e separámos os inquiridos em 3 classes: aqueles que se submetem sempre, aqueles que reagem sempre e aqueles que apresentam os dois tipos de comportamento. No Quadro 32 apresentamos os resultados obtidos: Quadro 32 – Reações das vítimas à agressão nas aulas de Educação Física Respostas Escola TEIP Escola Ensino Total Regular n % n % n % Só Submissão 22 55,0% 33 50,0% 55 51,9% Só Confrontação 10 25,0% 12 18,2% 22 20,8% Submissão/Confrontação 8 20,0% 21 31,8% 29 27,3% Total 40 100,0% 66 100,0% 106 100,0% Apesar do Quadro 32 indiciar a diferenciação das duas escolas, a aplicação do teste do Qui-quadrado da independência mostra não ser possível rejeitar a hipótese de independência6, pelo que a observação não é validada, o que é reforçado pelos resultados da aplicação do teste Z. Temos, assim, uma parte significativa dos alunos que admite que a sua reação nem sempre é a mesma. Julgamos de extremo interesse perceber como, quando e porquê se dão estas alterações de comportamento. No entanto, a estrutura do inquérito aplicado não nos permite dar resposta a estas questões, pelo que as reservamos para trabalho futuro. 6 Definindo a hipótese nula como: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola”, obtemos um p-value de 0,386, o que não permite a rejeição da hipótese enunciada (ver output 35). 71 Para a comparação por género e ciclo eliminámos, pelos motivos já explicados, a terceira hipótese. Os resultados obtidos são apresentados nos quadros seguintes: Quadro 32A – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o género da vítima (dados agregados) Respostas Escola TEIP Masc. Escola Ensino Regular Fem. Masc. Total Fem. Masc. Fem. n % N % n % n % n % n % Só Submissão 10 62,5% 12 75,0% 13 65,0% 20 69,1% 23 65,7% 32 76,2% Só Confrontação 6 37,5% 4 25,0% 6 35,0% 6 30,9% 12 34,3% 10 23,8% Total 16 100,0% 16 100,0% 19 100,0% 26 100,0% 35 100,0% 42 100,0% Quadro 32B – Reações à agressão nas aulas de Educação Física, segundo o ciclo da vítima (dados agregados) Respostas Escola TEIP 2.º Ciclo Escola Ensino Regular 3.º Ciclo 2.º Ciclo Total 3.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo n % n % n % n % n % n % Só Submissão 18 66,7% 4 80,0% 20 74,1% 13 72,2% 38 70,4% 17 73,9% Só Confrontação 9 33,3% 1 20,0% 7 25,9% 5 27,8% 16 29,6% 6 26,1% Total 27 100,0% 5 100,0% 27 100,0% 18 100,0% 54 100,0% 23 100,0% A análise dos quadros anteriores indicia um claro predomínio da atitude de submissão nos dois géneros e nos dois ciclos. As diferenças nos valores das frequências são evidentes, pelo que dispensamos, mais uma vez, a análise dos resultados obtidos por aplicação da estatística inferencial7, que remetemos para anexo (ver outputs 36.1 a 36.4 e 37.1 a 37.4). Já a comparação do peso dos vários grupos dentro de cada categoria não dá indicações claras, não se observando diferenças significativas nos valores registados8. Também neste caso, remetemos para anexo a análise dos resultados de inferência (ver outputs 38.1 a 38.4). Posto isto, podemos afirmar que não encontrámos evidência que mostre que o género e/ou o ciclo condicionam, de alguma forma, a atitude da vítima perante a agressão. 7 Aplicação do teste da Binomial à análise da distribuição de frequências em cada um dos grupos analisados. 8 Aplicação do teste Z à deteção de diferenças significativas entre os valores das frequências associadas a cada categoria, quando comparamos grupos diferentes. 72 Estudámos, de seguida, a reação como resposta a uma ação, avaliando se o tipo da ação perpetrada condicionou a resposta da vítima. As questões 3, 4 e 5 dão indicações sobre a frequência e o tipo da agressão, bem como sobre o número de agressores. O cruzamento da informação que lhes está associada com as respostas à pergunta 7 poderá dar indicações que permitam atingir o objetivo enunciado. No entanto, o facto das questões 4 e 7 serem perguntas de resposta múltipla impede a sua utilização neste contexto – não é possível identificar associações entre as várias hipóteses assinaladas. Assim, cruzámos as respostas obtidas às perguntas 3 e 4 com as respostas à pergunta 7, depois de agregadas e tratadas. Para o efeito, utilizámos os inquéritos com resposta diferente de “Não fui maltratado nas aulas de Educação Física” em ambas as perguntas, visto que, o número de alunos que assinala esta resposta oscila entre perguntas. De seguida, apresentámos um resumo da informação recolhida na forma de Tabela de Contingência (Quadro 33 e Quadro 34): Quadro 33 – Relação entre o tipo de vítima e a frequência das agressões Só 1 ou 2 De 3 a 6 Uma vez por Em todas as vezes vezes semana aulas de E.F. total n % n % n % n % n % Submissos 32 60,4% 6 11,3% 2 3,8% 0 0,00% 41 75,5% Reativos 11 20,8% 1 1,9% 1 1,9% 0 0,00% 13 24,5% total 43 81,2% 7 13,2% 3 5,7% 0 0,00% 54 100,0% Recordamos que através do tratamento de dados aplicado às respostas obtidas na pergunta 7 foi possível identificar o conjunto das vítimas submissas e o conjunto das vítimas reativas. O quadro indica-nos com que frequência são agredidas as vítimas dos dois tipos, observando-se que a proporção de alunos submissos aumenta com a frequência da agressão (3:1, 6:1); voltando a diminuir depois (2:1). Quadro 34 – Relação entre o tipo de vítima e o número de agressores Principalmente por um colega Por 2ou 3 colegas Por 4 ou mais colegas Total n % n % n % n % Submisso 15 29,4% 19 37,3% 6 11,8% 40 78,4% Reativo 5 9,8% 4 7,8% 2 3,9% 11 21,6% Total 20 39,2% 23 45,1% 8 15,7% 51 100,0% 73 No que diz respeito à comparação com a vitimização por ação de grupos as diferenças observadas não são tão acentuadas (3:1; 5:1; e 3:1). Procurámos validar as afirmações anteriores por aplicação do teste do Qui-quadrado da independência. A aplicação do teste resultou na não rejeição da hipótese nula em ambos os casos sendo as hipóteses nulas: “A reação da vítima é independente da frequência da agressão” e “A reação da vítima é independente do número de agressores” - ver outputs 39.1 e 39.2. Não podemos, assim, validar a primeira das hipóteses apresentadas. Chamamos a atenção para o facto de o número de vítimas agredidas de forma continuada na amostra ser reduzido, o que, como é sabido, dificulta a obtenção de resultados inferenciais. Para colmatar esta situação poderemos, no futuro, proceder a um conjunto de entrevistas e tratar os dados obtidos usando métodos qualitativos. 4.5 IDENTIFICAÇÃO DOS MOMENTOS DA AULA EM QUE OCORREM AS AGRESSÕES Nesta secção procurámos identificar as atividades mais propícias à ocorrência de agressões nas aulas de Educação Física. Muito embora este tópico possa ser entendido como à margem do nosso estudo, que se centra nas relações entre agressores e vítimas, suas motivações e comportamentos, consideramo-lo de extrema importância pois, a partir das conclusões aqui obtidas, o docente poderá exercer ações de prevenção à agressão mais eficazes. Assim, começámos por reportar as respostas dadas pelos alunos à questão n.º 8 “Nas aulas de Educação Física, em que atividade(s) costumas ser maltratado?”. Apresentamos os resultados no Quadro 35. 74 Quadro 35 - Nas aulas de Educação Física, em que atividade(s) costumas ser maltratado? Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % 145 75,1% 321 77,5% 466 76,8% 8 4,1% 10 2,4% 18 3,0% 5 2,6% 12 2,9% 17 2,8% 1 0,5% 8 1,9% 9 1,5% 6 3,1% 7 1,8% 13 2,1% 0 0,0% 3 0,7% 3 0,5% Nas atividades/jogos de pares com material 6 3,1% 13 3,1% 19 3,1% Nas atividades/jogos de pares sem material 3 1,6% 5 1,2% 8 1,3% Nas estafetas 1 0,5% 3 0,7% 4 0,7% 18 9,4% 22 5,4% 40 6,6% Outras atividades. Por favor diz quais: 0 0,0% 10 2,4% 10 1,6% Total 193 100,0% 414 100,0% 607 100,0% Não fui maltratado nas aulas de Educação Física Na organização das atividades Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios com material Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios sem material Nas atividades realizadas no local com material Nas atividades realizadas no local sem material Nos jogos de equipa (jogo do mata, bola ao capitão…) Mais uma vez, o facto de se tratar de uma resposta de escolha múltipla impede-nos de determinar o número de alunos que admitiram ter sido agredidos, adicionando o valor das frequências absolutas associadas às hipóteses “Na organização das atividades”,..., “Outras atividades. Por favor diz quais:”. Assim, determinámos aquele valor contabilizando o número de inquiridos que assinalaram pelo menos uma das hipóteses referenciadas. Obtivemos um total de 93 casos. As respostas dadas por esses 93 inquiridos foram analisadas de seguida. Para tratar os dados referenciados foi necessário distribuir as atividades indicadas pelos alunos na opção “Outras atividades. Por favor diz quais:” pelas restantes categorias. Nesse processo, eliminámos 5 respostas, atribuímos 4 à categoria “Na organização das atividades”, uma à categoria “Nas atividades/jogos de pares sem material” de acordo com as correspondências que indicamos no quadro seguinte: 75 Lista das atividades indicadas na categoria 11 e correspondência estabelecida Não posso dizer Eliminado No aquecimento (3 respostas) Na organização das atividades No balneário Eliminado No recreio Eliminado Depende Eliminado Instruções (ouvir o Prof.) Na organização das atividades Sem reposta Eliminado Dança Nas atividades/jogos de pares sem material Depois de reclassificadas as respostas obtivemos, então, o quadro 35A: Quadro 35A - Atividade(s) onde se registam maltratos nas aulas de Educação Física Escola TEIP Escola Ensino Total Regular Respostas n % n % n % 8 16,7% 14 15,9% 22 16,2% 5 10,4% 12 13,7% 17 12,5% 1 2,1% 8 9,2% 9 6,6% Nas atividades realizadas no local com material 6 12,5% 7 7,9% 13 9,6% Nas atividades realizadas no local sem material 0 0,0% 3 3,4% 3 2,2% Nas atividades/jogos de pares com material 6 12,5% 13 14,7% 19 14,0% Nas atividades/jogos de pares sem material 3 6,2% 6 6,8% 9 6,6% Nas estafetas 1 2,1% 3 3,4% 4 2,9% 18 37,5% 22 25,0% 40 29,4% 48 100,0% 88 100,0% 136 100,0% Na organização das atividades Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios com material Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios sem material Nos jogos de equipa (jogo do mata, bola ao capitão…) Total O quadro apresentado indicia a opção “Nos jogos de equipa (jogo do mata, bola ao capitão,…)” como a mais frequente, seguida da opção “Na organização das atividades”. Seguem-se as atividades “Nas atividades/jogos de pares com material” e “Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios com material” com frequências semelhantes. Esta situação foi confirmada por aplicação do teste do Qui-quadrado de aderência à distribuição Uniforme que, aplicado aos dados associados a cada uma das escolas, rejeitou a hipótese nula: “Na TEIP (Escola de Ensino Regular) as 76 categorias da variável em estudo ocorrem com igual probabilidade” confirmando assim, a existência de diferenças significativas entre o peso relativo das várias categorias (p-value de 0,000 e 0,001, respetivamente - ver outputs 40.1 e 40.2). Por aplicação do teste do Qui-quadrado da independência, vimos não rejeitada a hipótese nula definida como: “A distribuição de frequências da variável em estudo é independente da escola” (p-value de 0,508 por aplicação do teste de Fisher – ver output 40.3); o teste Z reforçou esta conclusão ao não identificar diferenças significativas em nenhuma das categorias. Tendo em vista o objetivo definido para esta secção (ajudar o docente na gestão da aula), estamos interessados em saber se há diferenças nos comportamentos associados aos dois géneros e aos dois ciclos. Desta forma, o professor poderá conhecer melhor o comportamento dos seus alunos e das suas turmas. Nos quadros abaixo apresentamos os resultados (devido à extensão da sua designação, indicámos as opções através de um código numérico, correspondendo a categoria “Na organização das atividades” ao código 1 e “Nos jogos de equipa (jogo do mata, bola ao capitão…)” ao código 9): Quadro 36A – Atividades onde ocorrem as agressões, segundo o género Respostas Escola TEIP Masculino Escola Ensino Regular Feminino Masculino Feminino Total Masculino Feminino n % n % n % n % n % n % 1 2 16,6% 6 16,6% 5 16,7% 9 15,6% 7 16,7% 15 16,7% 2 1 8,3% 4 11,1% 4 13,3% 8 13,8% 5 11,9% 12 12,8% 3 0 0,0% 1 2,8% 2 6,7% 6 10,3% 2 4,8% 7 7,3% 4 1 8,3% 5 13,9% 3 10,0% 4 6,9% 4 9,6% 9 9,6% 5 0 0,0% 0 0,0% 1 3,3% 2 3,4% 1 2,4% 2 2,0% 6 2 16,6% 4 11,1% 5 16,7% 8 13,8% 7 16,7% 12 12,8% 7 1 8,3% 2 5,6% 2 6,7% 4 6,9% 3 7,1% 6 6,4% 8 0 0,0% 1 2,8% 1 3,3% 2 3,4% 1 2,4% 3 3,2% 9 5 41,9% 13 36,1% 7 23,3% 15 25,9% 12 28,4% 28 29,2% Total 12 100,0% 36 100,0% 30 100,0% 58 100,0% 42 100,0% 94 100,0% 77 Quadro 36B – Atividades onde ocorrem as agressões, segundo o ciclo Respostas Escola TEIP 2.º Ciclo Escola Ensino Regular 3.º Ciclo 2.º Ciclo Total 3.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo n % n % n % n % N % N % 1 5 13,2% 3 30,0% 7 18,4% 7 14,0% 12 15,8% 10 16,7% 2 3 7,9% 2 20,0% 4 10,5% 8 16,0% 7 9,2% 10 16,7% 3 0 0,0% 1 10,0% 3 7,9% 5 10,0% 3 3,9% 6 10,0% 4 5 13,2% 1 10,0% 2 5,4% 5 10,0% 7 9,2% 6 10,0% 5 5 13,2% 1 10,0% 0 0,0% 3 6,0% 5 6,6% 4 6,6% 6 0 0,0% 0 0,0% 9 23,7% 4 8,0% 9 11,8% 4 6,6% 7 2 5,3% 1 10,0% 1 2,6% 5 10,0% 3 3,9% 6 10,0% 8 1 2,6% 0 0,0% 1 2,6% 2 4,0% 2 2,8% 2 3,4% 9 17 44,6% 1 10,0% 11 28,9% 11 22,0% 28 36,8% 12 20,0% Total 38 100,0% 10 100,0% 38 100,0% 50 100,0% 76 100,0% 60 100,0% Quanto ao género, os resultados apresentados evidenciam uma de duas situações: ou seguem de perto a tendência geral apontada acima ou são de tal forma esparsos que não permitem a identificação de qualquer tipo de tendência. Fazemos notar que a estrutura da pergunta dificulta a interpretação dos resultados. A presença de várias hipóteses similares (ou de difícil distinção) confunde o inquirido e dificulta a extração de informação. Considerámos, assim, que o número de categorias e a dispersão nas escolhas são demasiado elevados para que com este número de respostas se possam apresentar resultados inferenciais relevantes. Quanto ao ciclo notamos mais agressões no 2.º Ciclo (76) do que no 3º Ciclo (60). Se nos debruçarmos, agora, sobre os alunos da TEIP, a tendência continua a manterse (38 agressões no 2.º Ciclo e 10 no 3.º Ciclo). Mas na Escola de Ensino Regular o resultado inverte-se, com 38 agressões, também no 2º Ciclo, mas já com 50 no 3º Ciclo, o que é manifestamente surpreendente, dado que até ao momento, encontrámos sempre mais registos de situações de agressão nos alunos do 2.º Ciclo. 78 Como já referimos, a relação entre o número de respostas e o número de categorias apresentadas faz com que os resultados inferenciais (que, aqui, nos permitiriam avaliar o significado desta situação) não sejam de considerar. Assim, para determinar se a relação de ordem observada na Escola de Ensino Regular tem correspondência real no universo daquela escola teríamos de realizar um estudo mais alargado. Não obstante, devemos salientar que o objetivo desta pergunta não é o de determinar em qual dos ciclos prevalece a agressão, mas sim o de identificar os locais mais propícios à agressão em cada ciclo e, quanto a esse objetivo, os resultados apresentados são conclusivos, apontando, em todos os casos, para a realização de jogos em equipa e para a organização das atividades. Terminamos assim esta secção, reiterando que, apesar da dificuldade em relacionar o local onde ocorre a agressão com o género e/ou ciclo dos alunos envolvidos, foi possível concluir sobre os locais onde é mais comum haver agressões. Deste modo, o nosso estudo vai de encontro ao de Brito (2006). Este resultado pode ser justificado com as relações interpessoais que se desenvolvem no decorrer do jogo e com o facto dos alunos com maiores capacidades não quererem nas suas equipas colegas que possam pôr em causa a vitória da equipa (Haber & Glatzer, 2007). Também sabemos que nestas idades, principalmente nos alunos mais novos, o jogo se carateriza por ser muito anárquico, o que pode levar à ocorrência de situações de conflito. 4.6 VERIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E TIPIFICAÇÃO DOS EPISÓDIOS REGISTADOS Como temos vindo a referir, existência de bullying implica a repetição ao longo do tempo de um conjunto de atos que revelam abuso de poder entre pares. Desta forma, nem todos os atos de violência são bullying: uma altercação entre alunos sê-lo-á, ou não, consoante existir, ou não, um elemento de repetição. É, portanto, na existência de um elemento de repetição que reside a chave para a identificação de um ato de bullying. Esse elemento de repetição pode ser a vítima (i.e. as ações são dirigidas de forma reiterada contra determinados indivíduos) ou o agressor (i.e. as ações são perpetradas por um ou vários indivíduos/grupos que, de forma recorrente, molestam os seus pares). 79 Esta distinção é importante para perceber a diferença entre um ambiente mais turbulento e um ambiente onde há bullying, ambiente esse que pode até, no limite, ter uma aparência tranquila. É nesta distinção que se baseia, também, a divisão do nosso trabalho nas duas partes que temos vindo a apresentar: na primeira parte, estudámos a violência na escola e nas aulas de Educação Física de forma global; nesta secção estudaremos os atos de bullying praticados nas aulas de Educação Física, procurando caraterizar a sua incidência, quem são os envolvidos e como se materializam. No nosso estudo, seguimos o critério proposto por Pereira 2002, para identificar situações de bullying. Segundo aquela autora, bullying são atos de violência física ou verbal/social perpetrados sobre/por alguém que sofre/exerce, em média, uma ação desta natureza por semana9. Com base neste critério e nas respostas às perguntas nº 3 e 9 do inquérito: “Com que frequência tens sido maltratado nas aulas de Educação Física?” e “Quantas vezes ajudaste a maltratar outros nas aulas de Educação Física?”, respetivamente, identificámos 7 vítimas e 4 agressores (ou bullies). 4.6.1 AS VÍTIMAS DE BULLYING A partir das respostas à pergunta nº 3 do inquérito identificámos 7 vítimas de bullying (como já mencionámos, considerámos vítimas aqueles que referiram ser assediados pelos pares pelo menos uma vez por semana), o que corresponde a 1,3% dos alunos. Este resultado é consideravelmente inferior se tivermos em conta os estudos sobre o bullying na escola - 24,2% (Pereira et al., 2009), - 38,1% (Cunha, 2005), - 42,2% (Seixas, 2006). O estudo de Brito (2006) referente ao bullying nas aulas de Educação Física, também denota uma diferença percentual muito acentuada (1,3% - 14,3%). Esta situação pode dever-se aos ciclos em estudo. O nosso estudo incide sobre alunos do 2.º e 3.º ciclos e, tal como foi referido no capítulo II, o bullying vai diminuindo com o aumentar da escolaridade. Para além disso, sabemos que nas escolas do 1.º Ciclo as condições físicas e o material disponível não são, muitas vezes, os mais adequados para a lecionação da disciplina de Educação Física, o que pode contribuir para o aumento da violência. 9 Pereira refere três ou mais vezes no espaço temporal de um mês, o que se converte em, aproximadamente, uma vez por semana. 80 No Quadro 37 apresentamos a sua identificação (identificámos cada vítima pelo código V1, …, V7: Quadro 37 – Vítimas de bullying nas aulas de Educação Física Aluno Género Idade Escola Ciclo V1 Feminino 10 Escola de Ensino Regular 2.º V2 Masculino 11 TEIP 2.º V3 Masculino 11 TEIP 2.º V4 Masculino 11 Escola de Ensino Regular 2.º V5 Masculino 12 TEIP 2.º V6 Masculino 13 Escola de Ensino Regular 3.º V7 Feminino 13 Escola de Ensino Regular 3.º A partir do quadro, verificamos uma presença maioritária de alunos do 2.º ciclo do género masculino (5/7, em ambas as situações). Observamos também que, dentro de cada ciclo, as vítimas são os alunos mais novos. Por outro lado, não parece haver uma distinção forte do nível de vitimização nas duas escolas, pois registamos 3 vítimas na TEIP (3/ 173=1,7%) e 4 na Escola de Ensino Regular (4/376=1,1%). Observamos, agora, que o número de casos detetados não é suficiente para que se possa realizar um tratamento estatístico como o que aplicámos nas secções anteriores. Assim, no que se segue, relatamos e comentamos as respostas destes 7 inquiridos relativamente aos tópicos em estudo, sem procurar extrapolar conclusões para a população. Os diferentes tópicos serão abordados seguindo a ordem pela qual foram apresentados nas secções anteriores. Assim, no próximo quadro (Quadro 38) registamos as respostas destes à pergunta nº 6: ”Costumas ser maltratado por rapazes ou por raparigas, nas aulas de Educação Física?” (X indica a opção escolhida pelo aluno) 81 Quadro 38 – Caraterização pelas vítimas de bullying do género do agressor, nas aulas de Educação Física V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 X Não fui maltratado nas aulas de Educação Física. Só por rapazes. X X X Principalmente por rapazes. X Tanto por rapazes como por raparigas. X X Principalmente por raparigas. Só por raparigas. Em primeiro lugar, chamamos a atenção para a existência de uma resposta associada à hipótese 1: “Não fui maltratado nas aulas de Educação Física”, situação que consiste num outlier. As restantes respostas dividem-se de forma paritária entre “Só por rapazes” e “Tanto por rapazes como por raparigas”. Verificamos, portanto, que em qualquer dos casos há uma presença masculina forte no grupo dos agressores, não sendo reportados atos de bullying praticados só por raparigas ou maioritariamente por raparigas. Analisámos, de seguida, as respostas à pergunta nº 4 “De que maneira tens sido maltratado nas aulas de Educação Física?” cujas respostas apresentamos no Quadro 39: Quadro 39 – Caraterização do tipo de maltrato sofrido pelas vítimas de bullying, nas aulas de Educação Física V1 Não fui maltratado nas aulas de Educação Física V2 V3 X V4 V5 V6 X X X X V7 X Deram-me murros, pontapés. Deram-me empurrões. X Fizeram-me rasteiras. X X Fui ameaçado. Chamaram-me nomes e insultaram-me por causa da minha cor ou raça. X Chamaram-me nomes, insultaram-me ou gozaram comigo. X X Gritaram comigo. Não me deixaram fazer parte do seu grupo/equipa Chatearam-me X X X 82 Mais uma vez, detetamos a presença de dois outliers, desta feita nas respostas dadas pelos alunos V1 e V4. Relativamente às restantes respostas, constatamos que (com exceção de um caso) as vítimas são maltratadas por mais de uma via e que essa via inclui atos físicos e verbais/sociais (no caso dos rapazes) e atos unicamente verbais/sociais (no caso das raparigas). A ação dominante é, claramente, a de “Chamaram-me nomes, insultaram-me ou gozaram comigo”. Analisámos, seguidamente, as respostas à pergunta nº 5 do inquérito “Costumas ser maltratado por um ou por vários colegas, nas aulas de Educação Física?”. Apresentamos os resultados no Quadro 40: Quadro 40 – Indicação pelas vítimas de bullying do número de agressores nas aulas de Educação Física V1 V2 V3 V4 V6 V7 X Não fui maltratado nas aulas de Educação Física X Principalmente por um colega. Por 2 a 3 colegas. V5 X X Por 4 a 9 colegas. X Por mais de 9 colegas. Não posso dizer quantos. X X Voltamos a observar a presença de um outlier na resposta do aluno V5. Quanto aos restantes, é evidente a existência de uma divisão: enquanto os três primeiros serão vítimas diletas de pequenos grupos, os alunos V4, V6 e V7 serão vitimizados por um número alargado de colegas (tal como aquando da elaboração da secção 4.3, considerámos que uma resposta “Não posso dizer quantos” estará associada a um número elevado de agressores). O fator aglutinador de cada grupo parece ser a idade (os mais novos incluem-se no primeiro caso e, sobretudo, os mais velhos no segundo), muito embora, como já referimos, o número de respostas não permita generalizar esta conclusão. De seguida estudámos as respostas à pergunta nº 7 do inquérito “O que é que habitualmente fizeste quando foste maltratado nas aulas de Educação Física?”. Apresentamos os resultados no Quadro 41: 83 Quadro 41 – Caraterização da reação das vítimas de bullying ao maltrato, nas aulas de Educação Física V1 V2 V3 Chorei X X Fugi X X V4 V5 V6 V7 X X Não fui maltratado nas aulas de Educação Física X X Ignorei-os X Disse-lhes que parassem Pedi ajuda aos meus companheiros Pedi ajuda a um adulto (Professor, funcionários, etc.) X X X X X X X Defendi-me X X Isolei-me X X Da análise do quadro, ressalta a ideia de que as vítimas tentam mais de uma estratégia de defesa. Todavia, se dividirmos as reações em atos de submissão e de confronto (conforme referenciado na secção 4.5), verificamos um predomínio evidente dos primeiros e que esse domínio é transversal, ou seja, é apontado por todos os alunos à exceção do aluno V5. Concluímos esta subsecção dedicada às vitimas, com a análise das respostas à pergunta nº 8 “Nas aulas de Educação Física, em que atividade(s) costumas ser maltratado?”, cujos resultados apresentamos no Quadro 42: Quadro 42 – Identificação da atividade onde ocorre a agressão às vítimas de bullying, nas aulas de Educação Física V1 V2 V3 V4 V6 V7 X X X X X X X X X X X X Nas atividades/jogos de pares sem material X X Nas estafetas X X X X X Não fui maltratado nas aulas de Educação Física Na organização das atividades Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios com material X X Na circulação livre pelo espaço realizando exercícios sem material Nas atividades realizadas no local com material X Nas atividades realizadas no local sem material Nas atividades/jogos de pares com material Nos jogos de equipa (jogo do mata, bola ao capitão…) V5 X X X X X 84 Voltamos a observar a escolha da primeira hipótese por parte do aluno V5. Se excluirmos aquele aluno da análise verificamos que os restantes se encontram separados em dois grupos: os alunos V2, V3 e V4 são maltratados unicamente numa atividade; a agressão aos restantes é recorrente e repetida em todas (ou quase todas) as atividades. Observamos que a agressão constante ocorre precisamente nos mais novos e nos mais velhos, embora, na linha do que temos vindo a referir, esta observação não possa ser generalizada. Em suma, as nossas vítimas são, na sua grande maioria, os rapazes mais novos em cada grupo. São maltratadas mais por rapazes do que por raparigas não existindo um padrão claro quanto ao número de colegas que as atormentam. São perseguidas de diversas formas, sofrendo agressões de tipo verbal/social e físico, com predomínio para as primeiras e são, mormente, submissos sofrendo agressões em mais de uma atividade. No que diz respeito ao género das vítimas, os nossos resultados seguem a par dos de Botelho e Sousa (2007), Carvalhosa et al. (2002) e Cunha (2005), O facto de serem os alunos mais novos a sofrerem mais agressões, vem, mais uma vez, ao encontro da ideia de que o bullying vai diminuindo com o avançar da idade e escolaridade (Forero et al., 1999; Matos et al., 2009; Olweus ,1993; Seixas, 2006). A submissão das vítimas é confirmada por Zoega & Rosim (2009). 4.6.2 OS AGRESSORES OU BULLIES Em contraponto com a subsecção anterior analisamos agora as respostas à pergunta nº 9 do inquérito “Quantas vezes ajudaste a maltratar outros nas aulas de Educação Física?” que nos permitiram identificar 4 agressores (o critério usado para a definição de bullie foi o mesmo que usamos para a definição de vítima), o que corresponde a 0,72% dos alunos inquiridos. No Quadro 43 descrevemos os alunos identificados (os bullies são identificados pelos códigos B1, …, B4): 85 Quadro 43 –Bullies nas aulas de Educação Física Aluno Género Idade Escola Ciclo B1 Feminino 11 Escola de Ensino Regular 2.º B2 Feminino 11 Escola de Ensino Regular 2.º B3 Feminino 12 TEIP 2.º B4 Masculino 16 TEIP 3.º Os alunos identificados como agressores são, na sua maioria, raparigas com idades adequadas ao ciclo que frequentam. Existe um único rapaz, mais velho que o usual no seu grupo. Mais uma vez, as duas escolas estão presentes na mesma medida. Descrevemos, de seguida, as respostas destes alunos às perguntas 10 e 11 do questionário. Começamos por apresentar, no Quadro 44, os resultados referentes às respostas à pergunta 10 “Quando maltrataste outros colegas, normalmente fizeste-o sozinho ou com outros colegas?” Quadro 44 – Indicação do número de agressores pelos bullies B1 B2 B3 B4 Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física X Normalmente fi-lo sozinho. Normalmente fi-lo com 1-2 colegas. X X Normalmente fi-lo com 3-8 colegas. Normalmente fi-lo com mais de 8 colegas. X A partir da tabela do Quadro 44, observamos que os nossos agressores agem maioritariamente sozinhos ou em pequenos grupos. A única exceção aparece associada ao aluno B4, que é o mais velho do grupo. 86 Relativamente à pergunta nº 11 “Maltrataste outro(s) colega(s), nas aulas de Educação Física, de alguma das seguintes formas?”, obtivemos as respostas (ver Quadro 45): Neste caso, não é possível identificar um padrão: os dois primeiros alunos afirmam exercer apenas agressões de tipo verbal/social, enquanto os dois últimos molestam os colegas pelas duas vias. Quadro 45 – Caraterização do tipo de agressão pelos bullies B1 B2 B3 B4 Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física Bati, dei pontapés X Empurrei. X X Ameacei. X X Chamei-lhes nomes por causa da sua cor ou raça. X Chamei-lhes nomes ou gozei com ele/ela de outras maneiras. Gritei. X X X X Pus de parte alguns colegas de propósito, afastando-os do meu grupo/equipa. Chateei X Assim, temos um conjunto de agressores que são essencialmente raparigas, com idades adequadas ao ciclo que frequentam, que agem em grupos pequenos e que coagem os seus colegas com agressões de natureza verbal/social. Por outro lado, temos um aluno mais velho do que os restantes que age inserido em grupos grandes e que exerce todo o tipo de coação. É de referir também que nenhum dos alunos aqui listados consta do Quadro 37, pelo que não há alunos com duplo envolvimento. O facto de termos verificado que os agressores são principalmente raparigas afasta-se do apontado por Freire (2006). A natureza das agressões (verbais/sociais) praticadas principalmente por raparigas está em linha com o indicado por Campos (2007), Elliot (2002) e Neto (2005). A terminar esta secção, gostaríamos de destacar o quanto interessante seria poder aprofundar a nossa análise, caraterizando as respostas aluno a aluno. No entanto, uma tal análise implica a realização de entrevistas às vítimas e bullies por forma a procurar saber as suas impressões acerca do que as rodeia e os porquês das suas 87 ações/reações. Seria importante perceber, também, as caraterísticas físicas e psicológicas destes alunos para entender o que faz deles vítimas e bullies. No entanto, essa é uma análise que ultrapassa o âmbito do nosso estudo e que reservamos para oportunidades posteriores. 4.7 VERIFICAÇÃO DA COERÊNCIA DAS RESPOSTAS APRESENTADAS Dedicámos esta breve secção ao estudo da variabilidade da frequência associada às hipóteses de resposta “Não fui maltratado nas aulas de Educação Física”, presente, de forma direta ou indireta, nas perguntas n.º 2 à n.º 8 e “Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física”, presente nas perguntas n.º 9 a n.º11 (em bom rigor a formulação para a resposta à pergunta n.º 9 é ligeiramente diferente: “Eu não ajudei a maltratar os meus colegas nas aulas de Educação Física”, mas o tópico em análise é o mesmo). No Quadro 46 apresentamos a tabela de frequências associadas: Quadro 46 – Verificação da coerência das respostas dos inquiridos 10 Não fui maltratado nas aulas de Educação Física. Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física. P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 535 471 452 468 462 445 466 P9 P10 P11 502 499 492 Os valores apresentados mostram oscilações de pergunta para pergunta o que significa que nem sempre os alunos foram coerentes no preenchimento do inquérito. Desconhecemos os motivos desta situação, mas, provavelmente, estarão relacionados com a (falta de) maturidade dos inquiridos, própria da idade, que os leva a ter quebras de concentração, principalmente quando se pede o preenchimento de um inquérito extenso e com algumas questões onde a escolha da hipótese de resposta adequada não é imediata. Assim, há que aferir se essas oscilações são significativas. 10 Valor calculado subtraindo o número de inquiridos e o número de alunos que responderam ter sido agredidos nas aulas de Educação Física. Para poder efetuar a comparação com os valores restantes, consideramos, apenas, os alunos da TEIP e da Escola de Ensino Regular. 88 Para o efeito, recorremos ao teste do Qui-quadrado de aderência à distribuição Uniforme. Definindo como hipótese nula, H 0: “A hipótese de resposta “Não fui maltratado nas aulas de Educação Física” ocorre com igual probabilidade nas perguntas P2 a P8”, obtivemos um p-value de 0,084 (ver output 41.1) o que implicou a sua retenção. Analogamente, definindo como hipótese nula H 0: “A hipótese de resposta “Não maltratei os meus colegas nas aulas de Educação Física” ocorre com igual probabilidade nas perguntas P9 a P11”, obtivemos um p-value de 0,948 (ver output 31.2) o que implicou, também, a sua retenção. Não há, portanto, evidência estatística que permita afirmar que as diferenças detetadas nas respostas dos alunos afetem as conclusões e/ou as comparações entre respostas. 89 5 CAPÍTULO V - CONCLUSÕES Como referido no Capítulo II, o número de estudos divulgados sobre a ocorrência de bullying nas aulas de Educação Física é muito reduzido, sendo escasso o conhecimento que se tem desta variante do fenómeno. A única publicação portuguesa que conhecemos sobre o assunto (Brito, 2006) debruça-se sobre o comportamento de alunos do 1.º Ciclo. Assim, este trabalho, ao estudar alunos dos 2.º e 3.º ciclos provenientes de três escolas com naturezas diferentes (Ver secção 3.4), pretende ser um contributo para alargar a compreensão destas matérias. Salientamos que dispor de dados relativos às três escolas estudadas foi essencial para poder aferir a existência de correlação entre bullying (e o nível agressividade, em geral) e o meio onde o aluno está inserido, e assim poder levar o estudo para além do cruzamento de dados com o ciclo frequentado e o género do estudante. Ao longo do trabalho analisámos e discutimos as respostas de uma amostra alargada de estudantes das três escolas a um questionário. A partir das respostas dos inquiridos procurámos caraterizar o comportamento dos alunos nas aulas de Educação Física, face a um conjunto de objetivos definidos no capítulo III. Com esta análise, conseguimos, primeiro, tipificar os atos de violência nas suas vertentes e, depois, eleger, dentro destes, os atos de bullying. Dedicamos, agora, este capítulo, à sistematização das principais conclusões dessa pesquisa: começámos por indicar as conclusões obtidas para cada um dos objetivos secundários enunciados no Capítulo III, remetendo para a pergunta do questionário (P2 a P11); seguidamente, procedemos de forma idêntica para os atos de bullying. De forma a facilitar a leitura do texto, optámos por evitar o uso constante de terminologia técnica estatística. Assim, quando escrevemos, por exemplo, “os níveis de agressividade nos dois tipos de escola (pública e privada) são diferentes” devemos subentender que o tratamento estatístico aplicado aos dados permitiu encontrar diferenças com significado estatístico nos níveis de agressividade nos dois tipos de escola. Do mesmo modo, quando referimos “as duas escolas públicas não apresentam diferenças quanto aos níveis de agressividade”, pretendemos referir que no nosso estudo não encontrámos evidência estatística que permita diferenciar as duas escolas públicas quanto ao nível de agressividade. Nesta situação reportamos os resultados obtidos através da estatística descritiva. 90 Assim, ao longo do nosso estudo, verificámos que: Quanto à distinção entre escolas por níveis de agressividade - (P2): - Há registos de agressões por parte dos alunos, não só dentro da sala de aula, como também fora dela, nas três escolas estudadas. - Há diferenças entre os dois tipos de escola (publica e privada) quanto aos níveis de agressividade e quanto aos locais mais propícios a essa agressividade, no entanto, as duas escolas públicas não se distinguem entre si quanto aos mesmos tópicos: 1 – Tipo de escola a) públicas – níveis de agressividade na ordem dos 25%. b) privada – nível de agressividade abaixo de 20%. 2 – Local mais propício à agressão a) públicas – recreio e turma. b) privada – recreio, corredores, entradas e saídas da escola. Quanto à importância das agressões nas aulas de Educação Física (P2) - O peso relativo do número de agressões nas aulas de Educação Física, comparativamente com os outros locais, é cerca de 10% semelhante nas três escolas. Quanto à agressividade nas aulas de Educação Física – Escolas Públicas11 A – VÍTIMAS E AGRESSORES (P2, P6, P10) 11 No externato Verney só um aluno referiu ter sido agredido nas aulas de Educação Física, pelo que as conclusões que se seguem referem-se, apenas, às escolas Alfornelos e Roque Gameiro. Analisando o seu inquérito, verificamos que o aluno assinala a resposta “1 ou 2 vezes”, quando inquirido quanto à frequência da agressão, a hipótese “Chamaram-me nomes, insultaram-me ou gozaram comigo” quanto à forma e “ Não posso dizer por quantos”, quanto à frequência. Por informação direta, a Diretora da instituição confirmou-nos ser aquele um local muito controlado, com turmas de dimensão reduzida o que contribui para minorar a incidência de conflitos em ambiente letivo. 91 – Não há diferenças entre as escolas públicas, nem no que diz respeito à proporção de alunos que dizem ter sido vítimas de agressões, nem no que diz respeito à proporção de alunos que dizem ter agido como agressores. - Não há diferenças na percentagem de vítimas nos dois géneros (masculino, feminino) nem nos dois ciclos (2º Ciclo, 3º Ciclo) - Não há diferenças na percentagem de agressores de cada género (masculino, feminino) nem de cada ciclo (2º Ciclo, 3º Ciclo) quando identificados pelos próprios. - Na escola de ensino regular detetámos diferenças na percentagem de agressores de cada género (mais rapazes agressores do que raparigas), quando identificados pelas vítimas. – Os géneros do agressor e agredido estão relacionados: os rapazes agridem indiscriminadamente rapazes e raparigas; estas agridem raparigas, sendo rara uma agressão ao sexo oposto. B – AGRESSÕES – PONTOS DE VISTA DA VÍTIMA E DO AGRESSOR Ponto de Vista da Vítima (P3, P5, P4) - Há diferenças na regularidade com que as vítimas são agredidas, por escola. - Escola TEIP a) No género feminino predomina a hipótese uma ou duas vezes; no género masculino não há predomínio de qualquer uma das hipóteses, b) Predomina a hipótese uma ou duas vezes, nos dois ciclos. - Escola de Ensino Regular: a) Predomina a hipótese uma ou duas vezes, nos dois géneros b) Predomina a hipótese uma ou duas vezes, nos dois ciclos. - Não há diferenças na prevalência de cada uma das formas de agressão nas duas escolas (uma agressão física para duas verbais/sociais em ambas as escolas). - Há diferenças na escola TEIP na prevalência de cada uma das formas de agressão em cada um dos géneros, (no grupo dos rapazes as duas formas de 92 agressão ocorrem com igual probabilidade; no grupo das raparigas as duas formas de agressão ocorrem com probabilidade de 1/3 e 2/3). - Há diferenças na escola TEIP na prevalência de cada uma das formas de agressão em cada um dos ciclos, (no grupo do 2.º Ciclo as duas formas de agressão ocorrem com probabilidade de 1/3 e 2/3; no grupo do 3.º Ciclo as diferenças observadas não são significativas). - Não há diferenças quanto ao número de agressores por agressão, nem por escola, nem por género, nem por ciclo (em todos os casos prevalece o número de agressões realizadas por 2-3 alunos). Ponto de Vista do Agressor (P9, P10, P11) - Não há diferenças na regularidade com que os agressores atuam, nem por escola, nem por ciclo (prevalecem as agressões com caracter pontual). - Há diferenças na regularidade com que os agressores atuam, por género, na escola TEIP (no grupo dos rapazes o peso relativo das agressões regulares não é negligenciável). - Não há diferenças na regularidade com que os agressores atuam, por género, na escola de ensino regular. - Há diferenças na prevalência de cada uma das formas de agressão nas duas escolas (o peso relativo dos dois tipos de agressão é semelhante na escola TEIP; o peso relativo das agressões verbais/sociais é superior ao das físicas, na escola de ensino regular). - Não há diferenças na prevalência de cada uma das formas de agressão, em cada uma das escolas, nem por género, nem por ciclo (prevalecem as agressões verbais/sociais). - Não há diferenças quanto ao número de agressores por agressão, por género e ciclo. - Há diferenças quanto ao número de agressores por agressão, na escola de ensino regular, prevalecem as agressões realizadas por grupos de 2-3 alunos). C – REAÇÃO DAS VÍTIMAS ÀS AGRESSÕES (P.7) 93 - Não há diferenças quanto ao peso relativo de cada tipo de reação por escola, género e ciclo (o peso relativo das reações de submissão é maior em todos os casos). D – MOMENTOS DA AULA EM QUE OCORREM AS AGRESSÕES (P.8) - Não há diferenças quanto ao peso relativo de cada um dos momentos da aula onde ocorrem as agressões, por escola, género e ciclo (prevalecem as atividades de jogos de equipa; organização de atividades e atividades/jogos de pares. Quanto à existência de bullying nas aulas de Educação Física: Há provas que demonstram a existência de bullying nas duas escolas públicas analisadas. Localizámos 7 vítimas de bullying e 4 bullies. As Vítimas são maioritariamente: - os rapazes mais novos em cada grupo. - maltratadas mais por rapazes do que por raparigas. - agredidas verbal/social e fisicamente. - submissas. Os Bullies são maioritariamente: - raparigas que atuam em grupos pequenos - perpetradores de agressões de natureza verbal/social. Desta forma, os resultados obtidos indiciam que os níveis de agressividade nas escolas públicas são superiores aos das escolas privadas. Esta diferença reflete-se também na identificação dos espaços mais propícios à agressão: na escola privada observa-se um peso maior das ações perpetradas nas áreas exteriores (corredores e entradas e saídas) em detrimento das agressões realizadas dentro da própria turma, reforçando a noção de que aquele é um tipo de ensino mais controlado. 94 Verificámos, também, que as agressões nas aulas de Educação Física representam cerca de 10% da totalidade das agressões observadas. O nível de vitimização dos dois géneros é diferente nos dois tipos de escola: na escola de ensino regular há uma maior percentagem de vítimas do género masculino; na escola TEIP não há diferenças entre os dois géneros. Observámos ainda que vítimas e agressores têm perceções diferentes do fenómeno vivenciado: as vítimas da escola regular referem ser agredidas maioritariamente por rapazes; no entanto, os números recolhidos entre os que afirmam ter praticado agressões indicam uma presença equitativa dos dois géneros. Também observámos diferenças nas respostas de vítimas e agressores quanto ao número de agressores por agressão. As vítimas, independentemente do sub-grupo em que se inserem, referiram ser agredidas por grupos de 2-3 elementos. Por outro lado, só na escola de ensino regular os agressores referiram atuar em grupos desta dimensão. Já quanto à regularidade das agressões, vítimas e agressores concordaram. Assim, ambos referiram haver um predomínio das agressões de tipo pontual em toda a amostra, se bem que as agressões com caracter regular tenham uma presença não negligenciável entre os rapazes da escola TEIP. O grupo dos rapazes da escola TEIP mostrou, também, um comportamento diferente dos restantes quanto à forma de agressão, tendo-se observado, naquele grupo, um peso idêntico das agressões de tipo físico e de tipo verbal/social, enquanto nos restantes grupos se observou um predomínio do segundo tipo de agressão. Esta situação foi admitida por vítimas e agressores. Pudemos, ainda, constatar que as vítimas têm comportamentos submissos, não reagindo às agressões. Este comportamento é comum aos vários grupos estudados. O nosso estudo permitiu encontrar provas que demonstram a existência de bullying nas duas escolas públicas analisadas. Localizámos 7 vítimas de bullying e 4 bullies.. As Vítimas são maioritariamente os rapazes mais novos em cada grupo, sendo submissas, maltratadas mais por rapazes do que por raparigas e agredidas verbal/social e fisicamente. Por seu turno, os bullies são maioritariamente raparigas que atuam em grupos pequenos e perpetradores de agressões de natureza verbal/social. Como foi referenciado ao longo do texto, nem sempre os resultados obtidos estão na linha dos apresentados por outros investigadores. Alguns destes resultados foram, 95 inclusivamente, surpreendentes. Julgamos, assim, ter encontrado tópicos novos para uma discussão que não se esgota neste trabalho. Importa, agora, aprofundá-los, compreendê-los e contextualizá-los face ambientes estudados. 96 6 REFERENCIAS Alexander, J. (2007). A agressividade na escola - Bullying um guia essencial para pais. Lisboa: Editorial Presença. Barros, N. (2010). Violência nas escolas - Bullying. Lisboa: Bertrand Editora. Beane, A. (2006). A sala de aula sem bullying - mais de 100 sugestões e estratégias para professores. Porto Editora. Beane, A. (2011). Proteja o seu filho do bullying. Porto: Porto Editora. Botelho, R., & Souza, J. (2007). 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